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Tenho muita confiança neste momento: Deus guia sua Igreja, Bento XVI em sua última Audiência Geral

Cidade do Vaticano – (Quarta-feira, 27-02-2013, Gaudium Press) – A praça de São Pedro estava repleta de fiéis desde as primeiras horas da manhã. Todos queriam despedir-se de Bento XVI. A “Via della Conciliazione”, já em território italiano, também foi tomada por peregrinos que queriam assistir o último evento público de Bento XVI como Papa.

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O Vaticano instalou 50.000 cadeiras na Praça.Elas foram destinadas aos que receberam convites distribuídos previamente distribuídos pela Santa Sé. Mas, outras milhares de pessoas estavam também presentes e conseguiram chegar até São Pedro e suas imediações para ouvir Bento XVI e dizer-lhe adeus.

Na “Via della Conciliazione” foram colocados enormes telões de televisão para que todos pudessem ver e ouvir o Papa. Calcula-se que mais de 200.000 pessoas estiveram nesta última última Audiência Geral.

O percurso no Papamóvel

Para poder estar mais próximo dos milhares de peregrinos que se dirigiram à Praça de São Pedro para a Audiência Geral, o Papa Bento XVI utilizou o Papamóvel pela última vez.O veículo aberto possibilitou ao Papa mostrar-se mais e podendo também estar mais mais próximo dos peregrinos.
Durante o percurso o Papa saudou sorridente as milhares de pessoas que se reuniram na Praça para agradecer ao Pontífice e despedir-se dele, com muita emoção.

O frio não impossibilitou o Papa de percorrer todo o trajeto. Enquanto Bento XVI fazia o percurso ia abençoando a entusiasmada multidão que agitava bandeiras de várias países e com pessoas trazendo cartazes com mensagens como “obrigado”, “nós estamos todos do seu lado”.

No percurso, dom Georg Ganswein, secretário particular de Beto XVI, conduzia até o Papa várias crianças que os pais pediam para serem beijadas e abençoadas pelo Pontífice. Depois de seguir sem mais percalços por todos os trechos da Praça, o “papamóvel” direcionou-se para o centro da plataforma que fica diante da Basílica de São Pedro. Foi dali que o Papa fez sua costumeira catequese das quartas-feiras.

Palavras do Papa

Desta vez a Audiência iniciou-se com a proclamação de um trecho do primeiro capítulo da Carta de São Paulo aos colossenses para, depois disso, o Santo Padre começar a falar.

Muito obrigado por ter vindo a esta última Audiência Geral de meu pontificado. Assim o Papa agradeceu a presença do imenso público declarando-se comovido e que via a “Igreja viva”. Dizendo que “abraçava” toda a Igreja, prometeu levar todos em seu coração por meio da oração.

“Neste momento existe em mim muita confiança”, disse o Papa.

O Santo Padre lembrou o dia 19 de abril de 2005 ao assumir o ministério petrino, quando no fundo de sua alma ressoaram as palavras: “Senhor, por que me pedes isso?” para depois afirmar que considerou ter sido essa uma manifestação da vontade de Deus e, então, foi que ele aceitou o pesado encargo. Bento XVI disse que 8 anos depois pode afirmar que Deus esteve sempre presente e atuante.

Agradecimentos

Em suas palavras, falando de seu trono, o Papa afirmou que sempre soube que o barco da Igreja não é nosso, mas é de Deus e Ele não vai deixar esse barco afundar. “Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão”, disse o Papa. O dom da fé é o dom mais precioso que temos e que ninguém pode nos tirar, reforçou Bento XVI.

O Pontífice disse que um Papa nunca está sozinho na condução do ministério petrino: “Dou graças a Deus por seus dons e também a tantas pessoas que com amor e generosidade para com a Igreja me ajudaram nestes anos com espírito de Fé e humildade”.

Ele lembrou a ajuda dos cardeais, do secretario de estado e de todos da Cúria e não esqueceu-se anunciar “um pensamento especial à Igreja de Roma, minha diocese”, afirmando que em seus contatos, esteve muito próximo a todos como pai.

Agradeceu ao Corpo Diplomático da Santa Sé e aos serviços de comunicação que favorecem a comunhão da Igreja no mundo inteiro.

Alegria de servir a Igreja

O Papa afirmou ainda: “Desde que assumi o ministério petrino em nome do Senhor, servi sua Igreja com a certeza de que Ele me guiou. Sei também que a Barca da Igreja é sua e que Ele a conduz por meio dos homens.
Meu coração está cheio de gratidão porque nunca faltou à Igreja sua luz. Neste Ano da Fé, convido a todos a renovar a firme confiança em Deus, com a segurança de que Ele nos sustenta e nos ama, e que assim todos sintam a alegria de ser cristãos”.

Papa de todos – escolha difícil

“O Papa pertence a todos e muitas pessoas se sentem próximas dele”. Ele recebe cartas de pessoas ilustres, mas também recebe mensagens de pessoas simples que o tratam como membro de um corpo vivo, o corpo de Jesus Cristo. Num tempo em que muitos falam de declínio da Igreja, ele sente a força da Igreja.

Bento XVI recordou que ao perceber a diminuição de suas forças não pensou no seu próprio bem, mas no bem da Igreja. “Amar a Igreja significa também fazer escolhas difíceis”, declarou. Bento XVI lembrou que quem assume o ministério petrino abre mão de sua vida particular, porque não pertence mais a si mesmo: “pertence a todos e todos pertencem a ele”. O Papa garantiu que não volta a uma vida privada com a movimentação normal, mas permanece no ambiente de São Pedro.

Agradeço a todos o respeito e a compreensão com que acolheram essa minha decisão importante que tomei com plena liberdade. E, por fim, agradeceu a todos que compreenderam a sua decisão e repetiu que repetiu que continua acompanhando a vida da Igreja.

Orações

No final de suas palavras Bento XVI pediu a todos: “Suplico que lembreis de mim em suas orações e que sigam pedindo pelos cardeais que elegerão o novo Sucessor de Pedro. Imploremos todos a amorosa proteção da Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja. Que Deus os abençoe.

E terminou afirmando “Deus guia a sua Igreja”. Seguiram-se, então, os aplausos: muitos e demorados. (JS)

Com informações Rome Reporters´

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