Madre Teresa de Calcutá será canonizada em setembro

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 15-03-2016, Gaudium Press) O Papa Francisco anunciou nesta terça-feira, 15, durante um Consistório, que Madre Teresa de Calcutá será canonizada, sendo assim inscrita no álbum dos Santos da Igreja Católica.

A data para a canonização da religiosa de origem albanesa será no dia 4 de setembro, um domingo.

O fato que teria motivado o reconhecimento de Madre Teresa, considerada a “missionária da caridade” junto ao Vaticano está atribuído ao milagre da cura inexplicável de um brasileiro, residente em Santos, no litoral paulista, atualmente com 40 anos.

O milagre de Madre Teresa

Conforme já noticiado pela Gaudium Press, em meados de 2008, um homem morador da baixada santista que estava com oito abscessos no cérebro seria submetido a uma cirurgia. Contudo, seus parentes tiveram contato com a beata, por intermédio de Padre Elmiran Ferreira.

Em entrevista ao jornal da Diocese de Santos, “Presença Diocesana”, Padre Elmiran contou que desde muito tempo conhecia a família e que os acompanhou na época da doença do homem, tendo até o visitado no leito do hospital.

“Vi a dor e o sofrimento de toda a família, pois eles estavam iniciando uma vida nova (recém-casados) e a doença ia retardando muitos sonhos. Então, eu já tinha uma devoção muito grande a Madre Teresa, sempre rezo a Santa Missa na Casa das Irmãs (Missionárias da Caridade), em Santos, e a maneira como Madre Teresa enfrentava a dor, o sofrimento, e via nisso o sofrimento do próprio Cristo me inspirava a entender também o sofrimento daquela família”, comentou.

Então, o sacerdote se colocou em oração à Madre Teresa, e nisso, aconselhou para que a família rezasse também de maneira intensa. “A Madre Teresa tornou-se conforto e alento naquela longa jornada. Assim, quando se verificou a completa recuperação de sua saúde, e que os médicos, não sabiam explicar, eu entendi que ali estava a mão da Bem-Aventurada”.

Depois, o Padre Elmiran contou o ocorrido às Irmãs Missionárias da Caridade na sua diocese, que posteriormente levaram ao conhecimento da Superiora.

No início do ano passado, o suposto caso da cura milagrosa chegou ao Vaticano. E após diversas análises, foi considerado válido pelo fato de apresentar elementos contundentes para a instauração de um processo.

O Promotor de Justiça no processo local, Padre Caetano Rizzi, disse na época que tudo aconteceu muito rapidamente, uma vez que os fatos são evidentes.

“Ouvimos diversas testemunhas, ouvimos o possível miraculado. Foi um processo longo, intenso, com muitas audiências e muito trabalho. Mas a graça de Deus nos faz chegar à conclusão de que não temos aqui uma palavra para explicar o que aconteceu. Está sendo um processo muito rápido porque os fatos são evidentes”, disse, explicando ainda que na época, o brasileiro se encontrava entre a vida e a morte, devido a uma grave doença cerebral, e de forma inexplicável, recuperou-se.

Testemunho de Fé e dedicação para com os mais pobres

Natural de Skopje, na Macedônia, Madre Teresa era considerada por muitos como indiana, como se apresentava diante da sociedade, devido aos trabalhos caritativos exercidos em Calcutá, na Índia. Além disso, foi a fundadora da ordem das “Missionárias da Caridade”, que tem como intuito viver a caridade diária, auxiliando os mais necessitados.

Ela escolheu exercer seu apostolado junto aos mais abandonados, aos leprosos de Calcutá, tornando-se mensageira do amor de Deus em uma terra onde o cristianismo é minoria.

No mês de setembro de 1928, entra para o Instituto da Beata Virgem Maria, conhecido como as “Irmãs do Loreto”, na Irlanda, onde recebe o nome de Mary Teresa.

Em dezembro, parte para a Índia e chega em Calcutá no dia 6 de janeiro de 1929. Lá, professa os votos temporários no mês de maio de 1931 e ensina na escola para moças em Entally.

Depois de seis anos, expressa seus votos perpétuos, tornando-se assim Madre Teresa.

Seu empenho na caridade aos mais pobres foi muito apreciado pelo Papa João Paulo II, que no dia 19 de outubro de 2003, proclamou Beata Madre Teresa de Calcutá, na Praça São Pedro, no Vaticano. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações Rádio Vaticano