“Igreja missionária, testemunha de misericórdia”: Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 16/05/2016, Gaudium Press) – O Dia Mundial das Missões, será celebrado no terceiro domingo de outubro, que neste ano cai no dia 16.
O Santo Padre deu a sua mensagem o título de “Igreja missionária, testemunha de misericórdia”.
Na oração do Regina Coeli deste domingo de Pentecostes, o Papa teve oportunidade de expressar-se a propósito de sua mensagem junto aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro:
“Hoje, no contexto muito apropriado de Pentecostes, é publicada a minha mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões, celebrado cada ano no mês de outubro.
Que o Espírito Santo dê força a todos os missionários ad gentes e apoie a missão da Igreja no mundo inteiro.
E que o Espírito Santo nos dê jovens – moças e rapazes – fortes, que tenham vontade de anunciar o Evangelho.
Peçamos isto hoje ao Espírito Santo”.
Excertos da Mensagem
“O Jubileu Extraordinário da Misericórdia proporciona uma luz particular também ao Dia Mundial das Missões de 2016: convida-nos a olhar a missão ad gentes como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material.
Neste Dia Mundial das Missões, todos somos convidados a «sair», como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira”.
“A Igreja “tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho” (Bula Misericordiae Vultus, 12), e anunciá-la em todos os cantos da terra, até alcançar toda a mulher, homem, idoso, jovem e criança” .
“A misericórdia gera íntima alegria no coração do Pai”, “o Deus benigno, solícito, fiel; aproxima-Se de quem passa necessidade para estar perto de todos, sobretudo dos pobres; envolve-Se com ternura na realidade humana, tal como fariam um pai e uma mãe na vida dos seus filhos (cf. Jr 31, 20)”.
“Deus é “misericordioso para com todos, o seu amor é para todos os povos e a sua ternura estende-se sobre todas as criaturas (cf. Sal 144, 8-9)” .
“A misericórdia encontra a sua manifestação mais alta e perfeita no Verbo encarnado. Ele revela o rosto do Pai, rico em misericórdia: ‘não somente fala dela e a explica com o uso de comparações e parábolas, mas sobretudo Ele próprio a encarna e a personifica’ (JOÃO PAULO II, Enc. Dives in misericordia, 2)” .
“Aceitando e seguindo Jesus por meio do Evangelho e dos Sacramentos, com a ação do Espírito Santo, podemos tornar-nos misericordiosos como o nosso Pai celestial, aprendendo a amar como Ele nos ama e fazendo da nossa vida um dom gratuito, um sinal da sua bondade (cf. Bula Misericordiae Vultus, 3)” .
“A Igreja pode ser definida «mãe», mesmo para aqueles que poderão um dia chegar à fé em Cristo. Espero, pois, que o povo santo de Deus exerça o serviço materno da misericórdia, que tanto ajuda os povos que ainda não conhecem o Senhor a encontrá-Lo e a amá-Lo. Com efeito a fé é dom de Deus, e não fruto de proselitismo; mas cresce graças à fé e à caridade dos evangelizadores, que são testemunhas de Cristo. “
“Cada povo e cultura tem direito de receber a mensagem de salvação, que é dom de Deus para todos. “
“O mandato do Evangelho – «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20) – não terminou, antes pelo contrário impele-nos a todos, nos cenários presentes e desafios atuais, a sentir-nos chamados para uma renovada «saída» missionária, como indiquei na Exortação Apostólica Evangelii gaudium: «cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (n. 20).”
“No Ano Jubilar, celebra o seu nonagésimo aniversário o Dia Mundial das Missões, promovido pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé e aprovado pelo Papa Pio XI em 1926. Por isso, considero oportuno recordar as sábias indicações dos meus Predecessores, estabelecendo que fossem destinadas a esta Opera todas as ofertas que cada diocese, paróquia, comunidade religiosa, associação e movimento, de todo o mundo, pudessem recolher para socorrer as comunidades cristãs necessitadas de ajuda e revigorar o anúncio do Evangelho até aos últimos confins da terra. “
“Santa Maria, ícone sublime da humanidade redimida, modelo missionário para a Igreja, ensine a todos, homens, mulheres e famílias, a gerar e guardar por todo o lado a presença viva e misteriosa do Senhor Ressuscitado, que renova e enche de jubilosa misericórdia as relações entre as pessoas, as culturas e os povos”.
Vaticano, 15 de maio – Solenidade de Pentecostes – de 2016. (JSG)
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