A Igreja sempre exortou para “o amor do próprio povo e da pátria”, diz Papa
Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 02-05-2019, Gaudium Press) Aos participantes da Plenária da Academia das Ciências Sociais, Francisco afirmou que a Igreja sempre exortou “ao amor do próprio povo e da pátria”, mas, apontou para os desvios deste sentimento quando resulta na exclusão e no ódio pelos demais.
O tema desta Plenária foi a “Nação, Estado. Estado-Nação” e, em longo discurso aos participantes do Encontro, Francisco tratou dos neopopulismos e suas consequências.
Segundo o Papa, alguns Estados nacionais atuam mais em espírito de contraposição do que de cooperação.
Para ele, as fronteiras de um país nem sempre coincidem com demarcações de populações homogêneas e muitas tensões provêm de uma excessiva reivindicação de soberania por parte dos Estados.
Amor ao povo, à pátria
Em suas palavras recordou que a Igreja sempre exortou “ao amor do próprio povo e da pátria”, todavia, sempre advertiu para os desvios deste sentimento quando resulta na exclusão e no ódio pelos demais.
Por isso, afirmou Francisco, a Igreja observa com preocupação o reemergir em todo o mundo de correntes agressivas contra os estrangeiros, especialmente os imigrantes, como também de um crescente nacionalismo que ignora o bem comum. E isso pode comprometer formas já consolidadas de cooperação internacional, disse.
Acolher, Proteger, Promover, Integrar
Para Francisco, o modo com que uma nação acolhe os migrantes revela a sua visão da dignidade humana e da sua relação com a humanidade.
“Quando uma pessoa ou uma família é obrigada a deixar a própria terra, deve ser acolhida com humanidade”, afirmou ele, citando ainda os quatro verbos sobre os quais os governos têm responsabilidade perante a migração: acolher, proteger, promover e integrar.
Continuando seu pensamento, o Pontífice sublinhou que um Estado que suscita sentimentos nacionalistas do próprio povo contra outras nações ou grupos de pessoas, não realiza a sua missão.
Perigo de um Confronto nuclear
Francisco tratou também de uma preocupação que ele tem, acenando para uma “nova estação de confronto nuclear”, que, segundo ele, cancela os progressos do passado recente e multiplica o risco de guerras.
” Se, agora, não somente sobre a terra, mas também no espaço forem colocadas armas nucleares ofensivas e defensivas, a chamada nova fronteira tecnológica terá aumentado e não diminuído o perigo de um holocausto nuclear. “
Ao concluir seu discurso, o Pontífice disse que é tempo de uma maior responsabilidade e de uma renovada solidariedade internacional.
Hoje, destacou, é tarefa do Estado participar da edificação do bem comum da humanidade, sempre mantendo a soberania de cada país e preservando a identidade e a riqueza de cada povo. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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