Missão e comunhão fraterna nos Exercícios Espirituais do Papa
Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 14-03-2019, Gaudium Press) Ainda continuam os Exercícios Espirituais dos quais participam, além do Papa, seus colaboradores da Cúria Romana, realizados na cidade de Ariccia.
Na tarde de ontem (13/03) o abade Bernardo Francesco Maria Gianni propôs que fossem consideradas as palavras do Pontífice em parte de sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2019:
“Quando o exercício do poder político visa apenas salvaguardar os interesses de certos indivíduos privilegiados, o futuro fica comprometido e os jovens podem ser tentados pela desconfiança, por se verem condenados a permanecer à margem da sociedade”.
Para antecipar sua reflexão sobre a fraternidade, o Pregador juntou as palavras de Francisco com as de Bento XVI ao recordar que o Papa Emérito disse no Benim, em novembro de 2011, ao invocar a imagem de uma “mão estendida” como “instrumento de diálogo”.
Tempo da Quaresma, tempo do retorno ao Senhor, tempo da Reconciliação
Para o abade Bernardo Francesco Maria Gianni, o mistério do tempo quaresmal é “um retorno ao Senhor”, um “redescobrir a comunhão com Ele depois de excessivas dispersões”.
O horizonte “realmente pascal” para a conversão quaresmal deve ser “a imagem da primitiva comunidade apostólica” e também “a experiência da total partilha vivida pelos Doze com Cristo”.
Para o abade, isso vale para “todas as comunidades religiosas”, para todas “as células eclesiais” e para “a própria Cúria Romana”, chamadas para “uma vida fraterna”, ao redor “da figura, do Magistério, da fidelidade e da lealdade” ao Papa.
A vida fraterna, afirmou o abade, “não pode ser um instrumento”:
Pelo contrário, é um dom, um mistério, uma experiência mística -como dizia João Paulo II- “da presença do Senhor Ressuscitado no meio de nós”, através “de um amor alimentado pela Palavra e pela Eucaristia”, purificado no Sacramento da Reconciliação”, sustentado “pela imploração da unidade”, dom especial do Espírito para os que se colocam “na obediente escuta do Evangelho”.
Eucaristia e Força de Coesão
Então, o convite da Quaresma é para “se aproximar da Eucaristia na consciência da sua insuprimível força de coesão”, “pelo seu misterioso ser contato real, comunhão real entre nós e o Senhor Jesus”, “pela sua força toda espiritual de nos tornar único corpo no Senhor”, em síntese a ser aquilo que se invoca na oração a Deus que nos tornou “partícipes de um só corpo e um só cálice”:
“unidos a Cristo em um só corpo, levamos com alegria frutos de vida eterna para a salvação do mundo”.
A alegria missionária
Ao falar sobre a alegria missionária, o abade fala de imagens que reúnem a poesia e os pensamentos de outros autores e suas próprias meditações:
“compartilhar a vida pascal com o povo fiel a Deus mediante a alegria missionária, mediante esta vida eucarística”. E ao mesmo tempo “acender o fogo no coração do mundo, porque somos a luz, enviada, doada, pelo Senhor”.
“Restituir com a luz, a cada homem e mulher afogado pelas trevas do pecado, do desespero, da desilusão, da solidão, a beleza da vocação cristã, a harmonia de uma transfiguração que resgata a nossa vida e a coloca neste vasto alento, de beleza, de alegria, que muitas vezes evocamos como belos frutos que o Senhor doa com as mãos cheias aos nossos corações e vidas.” (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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