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Dia de São Jorge, 23 de abril: Onomástico do Papa Francisco

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 23-04-2019, Gaudium Press) Hoje o Papa Francisco doou -através da Esmolaria Apostólica- seis mil terços da JMJ aos jovens da Arquidiocese de Milão, que na manhã desta terça-feira, 23 de abril, participaram na Basílica de São Pedro de uma missa presidida pelo Arcebispo daquela cidade italiana, Dom Mario Delpini.

A nota distribuída pela Sala de Imprensa da Santa Sé diz que com este gesto o Papa “pede aos jovens uma lembrança especial na oração, com um ato de entrega a Nossa Senhora, a poucos dias do início do mês de maio, mês dedicado à Mãe de Jesus”.

Amanhã pela manhã os mesmos jovens milaneses estarão na Audiência Geral da Quarta-feira, na Praça São Pedro.

No ano passado, neste mesmo dia 23 de abril, Francisco distribuiu, também através da Esmolaria Apostólica, 3.000 sorvetes às pessoas que são recebidas diariamente nos refeitórios, nos dormitórios e nas estruturas da Caritas de Roma.

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Por que essas distribuições?

Talvez seja coincidência.
Mas, não estaria fora de propósito se o Cardeal Jorge Maria Bergoglio estivesse comemorando o dia do Santo de seu nome, comemorando o seu onomástico.

Com efeito, 23 de abril é o dia em que a Igreja comemora São Jorge e não haveria nenhum impedimento para que Francisco, ou melhor, Jorge Maria, recordasse o santo que lhe empresta o nome de batismo.

Quem foi São Jorge

São Jorge que é símbolo da fé que triunfa sobre o mal, é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros.

Ele nasceu na Capadócia e foi oficial do exército de Diocleciano.
São Jorge morreu mártir em 303, depois de passar por atrozes torturas, exatamente por não querer negar sua fé durante as perseguições anticristãs desencadeadas por aquele imperador romano.

Contam as crônicas o famoso episódio acontecido com o Santo quando, protegido pela Cruz, mata o dragão que devorava as pessoas. Na verdade, um símbolo de fé que triunfa sobre o mal.

São Jorge é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros.
Os devotos do Santo Guerreiro o invocam ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas.

Reflexões do Papa sobre a luta da fé que triunfa sobre o mal

Quem sabe se não foi inspirado no santo de seu nome de batismo que o Papa Francisco dedicou várias homilias para tratar da eterna luta contra o demônio, uma luta que ele afirmou ser “agradabilíssima” na meditação de 30 de outubro de 2014.

A vida do cristão é “uma milícia”, e são necessárias “força e coragem” para “resistir” às tentações do maligno para “anunciar” a verdade.

Mas esta “luta é agradabilíssima”, porque quando o Senhor vence a cada passo da nossa vida, dá-nos alegria e “grande felicidade”.

Meditando sobre as palavras de Paulo na Carta aos Efésios (6, 10-20) e sobre a sua “linguagem militar”, o Papa tratou daquela que os teólogos descrevem como a “luta espiritual: para ir em frente na vida espiritual é preciso lutar!”.

São necessárias “força e coragem”, porque não se trata de um “simples embate”, mas de uma “luta contínua” contra o “príncipe das trevas”, do cerrado confronto lembrado pelo Catecismo, no qual “nos ensinaram que os inimigos da vida cristã são três: o demônio, o mundo e a carne”.

Trata-se da luta diária contra a “inveja, luxúria, soberba, gula, orgulho, ciúmes”, paixões que “são as feridas do pecado original”.
Então, alguém poderia perguntar: “Mas a salvação que Jesus nos dá é gratuita”? Sim, respondeu Francisco, “mas tu deves defendê-la!”.

E, como escreve Paulo, para o fazer é preciso “vestir a armadura de Deus”, pois “não se pode pensar numa vida espiritual, cristã”, sem “resistir às tentações, sem lutar contra o diabo”.

E pensar que nos queriam fazer crer “que o diabo era um mito, uma figura, uma ideia do mal!”. Ao contrário, “o diabo existe e nós devemos lutar contra ele”.

São Paulo recorda: “É a palavra de Deus que no-lo diz”, mas parece que “não estamos convictos” desta realidade.

Armadura de Deus

Mas como é a “armadura de Deus”?

É o apóstolo que nos dá alguns pormenores: “Permanecei firmes, cingi-vos com a verdade”. Por isso, é preciso sobretudo a verdade, pois “o diabo é o mentiroso, o pai dos mentirosos”; depois -diz São Paulo- é preciso vestir “a couraça da justiça”: “não podemos ser cristãos sem labutar incessantemente para ser justos”.

Enfim, na Carta aos Efésios lê-se: “Agarrai-vos sempre ao escudo da fé”.

O Pontífice meditou sobre este detalhe: “Muito nos ajudaria, se nos perguntássemos: como vai a minha fé? Creio ou não creio? Ou creio um pouco sim, um pouco não? Sou um pouco mundano e um pouco crente?”.

Quando recitamos o Credo, fazemo-lo só com “palavras”?
Estamos conscientes de que “sem a fé não se pode ir em frente, não se pode defender a salvação de Jesus?”.

Evocando o trecho do cap. 9 de João, no qual Jesus cura um jovem que os fariseus não queriam acreditar que era cego, o Papa observou que Jesus não perguntou ao jovem:

“Estás contente? És feliz? Viste que sou bom?”, mas: “Crês no Filho do homem? Tens fé?”.

E dirige-nos a mesma pergunta “todos os dias”. Uma pergunta iniludível, pois “se a nossa fé é fraca, o diabo derrotar-nos-á”.
“O escudo da fé não só nos defende, mas também nos dá vida”.

Assim, diz Paulo, conseguiremos “apagar todas as setas inflamadas do maligno”, pois ele “não nos lança flores”, mas “setas inflamadas, venenosas, para nos matar”.

Da armadura do cristão fazem parte também o “elmo da salvação”, a “espada do Espírito”, da oração.

Paulo recorda: “Rezai em todas as ocasiões! “: não se pode “levar uma vida cristã sem a vigilância”, reiterou Francisco.

A vida cristã é uma milícia

Por isso, a vida cristã pode ser considerada “uma milícia”.

Mas é uma “luta agradabilíssima”, porque nos dá “a alegria de saber que o Senhor venceu em nós, com a gratuidade da sua salvação”.

No entanto, concluiu o Papa, somos todos “um pouco indolentes” e “deixamo-nos levar pelas paixões e por algumas tentações”.

E embora “sejamos pecadores”, não devemos desanimar, “porque ao nosso lado está o Senhor, que nos dá tudo”, levando-nos “a vencer este pequeno passo de hoje”, a nossa luta diária, com a “graça da força, da coragem, da prece, da vigilância e da alegria”.

(JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

 

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