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Redução do número de Dioceses na Itália: uma proposta de Francisco

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 22-05-2015, Gaudium Press) Escassez de vocações no Piemonte; muitas vocações na Puglia; partilha “fidei donum”; administrar de modo transparente; não usar dinheiro da diocese em gastos pessoais; redução do número das dioceses, aglutinação de dioceses.

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Essas foram preocupações levantadas pelo Papa em suas palavras de abertura da 71ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, no final da tarde de segunda-feira (21/05).

“Qual presença eclesial no atual contexto comunicativo” é a temática a ser desenvolvida neste encontro episcopal que se prolonga até quinta-feira, 24 de maio.

Testemunho Morno, Hemorragia de Vocações

Falando sobre a visível hemorragia de vocações religiosas num país de grande tradição religiosa como a Itália, Francisco indicou a causa desse fenômeno: é “o fruto envenenado da cultura do provisório, do relativismo e do culto ao dinheiro”. Para o Papa, isto distancia os jovens da vocação religiosa.
Além disso, o Santo Padre apontou como fatores que promovem esta hemorragia os escândalos e o testemunho morno do clero.

Partilha “fidei donum”

Como uma solução paliativa inicial, Francisco propôs a prática de uma mais concreta partilha “fidei donum”(sacerdotes diocesanos em missão fora do seu território) entre as dioceses italianas.
Segundo o Papa, isso enriquece as dioceses que doam e as que recebem.

Para ser claro e concreto, Francisco exemplificou: no Piemonte há uma grande aridez e na Puglia há uma abundância de vocações. E, então, propôs:
“Pensem numa criatividade bonita, vejamos se serão capazes disso.”

Pobreza, Zelo Apostólico, Transparência

Um segundo ponto de preocupação, levantado pelo Pontífice enquanto dirigia-se aos bispos italianos, diz respeito à pobreza evangélica e à transparência.
O Papa entende, por causa de sua formação, que a pobreza é sempre mãe e muro da vida apostólica, mãe porque a faz nascer e muro porque a protege. ”
E ainda frisou que “sem pobreza não há zelo apostólico”.

Fé professada e Fé vivida

Continuando, o Santo Padre afirmou que “Quem crê não pode falar de pobreza e viver como um faraó”.
Para Francisco, é escandaloso “administrar os bens da Igreja como se fossem bens pessoais”. É preciso haver regras claras e comuns que rejam esta questão, orientou.

Gentileza com Bens Alheios

Francisco contou: “Conheço um de vocês que jamais convida alguém para o jantar utilizando o dinheiro da diocese, mas paga do próprio bolso. São pequenos gestos, mas são importantes”, afirmou.

Ele continuou ainda dentro deste tema, dizendo que tem consciência e é reconhecedor de “que na CEI se fez muito no âmbito da pobreza e da transparência, mas se pode fazer mais ainda”.

Menor Número de Dioceses

Para finalizar, o Papa Francisco falou também sobre um problema espinhoso e difícil: redução e anexação das dioceses.
“Não é fácil, disse, mas há dioceses que podem ser anexadas”.
“Já acenei isso em 23 de maio de 2013. Trata-se de “uma exigência pastoral estudada reiteradas vezes. Paulo VI em 1964, e depois em 1966, pediu a fusão de várias dioceses”, para criar circunscrições com territórios, habitantes, clero e obras suficientes para uma organização diocesana verdadeiramente funcional.”

Projeto de Reforma

Antes de agradecer e encerrar suas palavras, Francisco disse aos Bispos:”Agora, a palavra a vocês bispos.”
Momentos antes, o Pontífice tratou também do assunto da Reforma:
“Em 2016 a Congregação para os Bispos pediu às Conferências episcopais regionais que enviassem um projeto de reforma. É um projeto amadurecido e atual. É chegado a hora de concluí-lo o mais rápido (JSG)

(Da Redação Gaudium Pres, com Informações Vatican News)

 

 

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