Na Casa Santa Marta, Papa convida a refletir sobre o sentido de ser cristão
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 08-10-2018, Gaudium Press) Na Missa celebrada na manhã desta segunda-feira (08/10) na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco, a partir do Evangelho de São Lucas, refletiu durante sua homilia sobre os “seis personagens” da parábola narrada por Jesus ao doutor da Lei que, para colocá-lo “à prova”, lhe pergunta: “Quem é meu próximo?”. E fala sobre os assaltantes, o ferido, o sacerdote, o levita, o Samaritano e o dono da pensão.
Não passar direto: parar, ter compaixão…
Os assaltantes que espancaram o homem, deixando-o quase morto; o sacerdote que, quando viu o ferido, “seguiu adiante”, sem levar em consideração a própria missão.
E o mesmo aconteceu com o levita, “homem de cultura da Lei”.
Refletindo sobre “seguir adiante”, ele afirmou que “deve entrar hoje no nosso coração”. O Papa observou que se trata de dois “funcionários” que “coerentes” com suas funções, disseram: “não cabe a mim” socorrer o ferido e seguiram em frente.
Pelo contrário, quem “não segue adiante” é o Samaritano. O Samaritano que era considerado “um pecador, um excomungado do povo de Israel”: o “mais pecador sentiu compaixão”, recordou Francisco.
Talvez, este homem samaritano fosse “um comerciante que estivesse em viagem para negócios”, mas, mesmo assim:
Não olhou o relógio, não pensou no sangue. “Chegou perto dele, desceu do burro, fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas”.
“Depois colocou o homem em seu próprio animal, e o levou a uma pensão”, todo sujo… de sangue… “E cuidou dele”. Não disse:
“Mas eu o deixo aqui, chamem os médicos que venham. Eu vou embora, fiz minha parte”. Não. “Cuidou dele”, como dizendo: “Agora você é meu, não por posse, mas para servir”. Ele não era um funcionário, era um homem com coração, um homem com o coração aberto.
Estupefato
O Pontífice falou sobre o dono da pensão que “ficou estupefato” ao ver um “estrangeiro”, um “pagão, porque não era do povo de Israel”, que parou para socorrer o homem, pagando “duas moedas de prata” e prometendo que quando voltasse pagaria o que tivesse sido gasto a mais.
A dúvida de não receber o devido insinuou-se no dono da pensão, acrescentou o Papa, “a dúvida em relação a uma pessoa que vive um testemunho, uma pessoa aberta às surpresas de Deus”, como o Samaritano.
Exortação final
O Papa exortou a todos, “leigos e pastores”, a se perguntar se somos cristãos abertos ao que o Senhor nos dá “todos os dias”, “às surpresas de Deus que muitas vezes, como o Samaritano, nos colocam em dificuldade”, ou se somos cristãos funcionários, fazendo o que devemos, sentindo-nos “em ordem” e sendo forçados às mesmas regras.
“Cada um de nós é o homem ali ferido, e o Samaritano é Jesus.
Ele curou nossas feridas. Fez-se próximo. Cuidou de nós. Pagou por nós. Ele disse à sua Igreja: “Se precisar de mais, você paga, pois eu voltarei e pagarei”. Pensem bem: nesta passagem, nela há todo o Evangelho”, concluiu. (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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