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Papa: só encontra o mistério de Deus quem deixa os apegos mundanos

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 07-01-2019, Gaudium Press) Na Solenidade da Epifania do Senhor, o Papa Francisco celebrou Missa no domingo (06-01) na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

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Ao iniciar sua homilia, o Papa definiu o que significa a Solenidade que se comemorava:
“Epifania: esta palavra indica a manifestação do Senhor, que se revela, como diz São Paulo, na segunda Leitura, aos gentios, hoje representados pelos Magos.
Desvenda-se, assim, a verdade sublime que Deus veio para todos: todas as nações, línguas e povos são acolhidos e amados por Ele. Símbolo disso é a luz, que tudo alcança e ilumina”.

Para Francisco, “se é verdade que o nosso Deus Se manifesta para todos, surpreende, porém, o modo como o faz.”

E o Papa recorda que “Para encontrar Jesus, deve-se planejar um itinerário diferente, deve-se tomar outro caminho: o d’Ele, o caminho do amor humilde. E deve-se perseverar nele. Os Magos, tendo encontrado Jesus, regressaram ao seu país por outro caminho, diferente do de Herodes, distinto do caminho do mundo”.

Levantar-se, caminhar: assim encontra-se Jesus e sua luz

Francisco destacou que “a luz de Deus vai para quem a acolhe. Isaías, na primeira Leitura, nos lembra que a luz divina não impede as trevas e o nevoeiro denso de cobrirem a terra, mas resplandece em quem está pronto a recebê-la. Por isso, o profeta dirige um convite, que interpela a cada um: ‘Levanta-te e brilhe’.”

Francisco comenta que “É preciso levantar-se, isto é, erguer-se do próprio sedentarismo e prontificar-se a caminhar. Caso contrário, fica-se parado como os escribas consultados por Herodes, que sabiam bem onde nascera o Messias, mas não se moveram. Além disso, é preciso revestir-se de Deus – que é a luz – todos os dias, até que Jesus se torne a nossa vestimenta diária. Mas, para usar a vestimenta de Deus, que é simples como a luz, primeiro é preciso desfazer-se das roupas pomposas.”

Os caminhos diferentes: Magos, Herodes e Maria e José

O Papa comenta que os Magos fizeram o que não fez Herodes e os escribas:
“Os Magos realizam a profecia, levantam-se para serem revestidos de luz. E são os únicos que veem a estrela no céu: nem os escribas, nem Herodes, ninguém em Jerusalém a viu.
Para encontrar Jesus, deve-se planejar um itinerário diferente, deve-se tomar outro caminho: o d’Ele, o caminho do amor humilde. E deve-se perseverar nele.

De fato, na conclusão do Evangelho de hoje, diz-se que os Magos, tendo encontrado Jesus, ‘regressaram ao seu país por outro caminho’. Outro caminho, diferente do de Herodes, distinto do caminho do mundo.
Um caminho como o percorrido pelos que estão com Jesus, no Natal: Maria e José, os pastores. Eles, como os Magos, deixaram suas casas e tornaram-se peregrinos pelos caminhos de Deus. Com efeito, só encontra o mistério de Deus quem deixa os próprios apegos mundanos e se põe a caminho.”

Não basta saber onde nasceu Jesus

“O mesmo vale para nós, sublinha o Sumo Pontífice. “Não basta saber onde nasceu Jesus, como os escribas, se não caminhamos até esse onde. Não basta saber que Jesus nasceu, como Herodes, se não o vamos encontrar. Quando o seu onde se torna o nosso onde, o seu quando o nosso quando, a sua pessoa a nossa vida, então cumprem-se em nós as profecias. Então Jesus nasce dentro e torna-se Deus vivo para mim.”

Reis Magos: é preciso imitá-los

“Hoje, somos convidados a imitar os Magos. Eles não discutem, mas caminham; não ficam olhando, mas entram na casa de Jesus; não se colocam no centro, mas se prostram aos pés d’Ele, que é o centro; não se fixam nos seus planos, mas se prontificam a tomar outro caminho. Nos seus gestos, temos um contato estreito com o Senhor, uma abertura radical a Ele, um envolvimento total com Ele. Com Ele, usam a linguagem do amor, a própria linguagem que Jesus, ainda infante, já fala. De fato, os Magos vão até o Senhor, não para receber, mas para dar. Perguntemo-nos: no Natal, levamos algum presente a Jesus, pela sua festa, ou trocamos presentes apenas entre nós?”, aconselha mais claramente Francisco.

Que presente levar ao Menino Jesus?

Sobre os presentes dos Reis Magos e os nossos que podem ser oferecidos ao Menino Jesus, o Papa diz:

“Se fomos até o Senhor de mãos vazias, hoje podemos remediar. Com efeito, o Evangelho contém por assim dizer uma pequena lista de presentes: ouro, incenso e mirra. O ouro, considerado o elemento mais precioso, nos lembra que, a Deus, deve ser dado o primeiro lugar. Deve ser adorado. Mas, para isso, é preciso privar-se a si mesmo do primeiro lugar e considerar-se necessitado, não autossuficiente.”

Além do Ouro: Incenso e Mirra…

“E aqui entra o incenso, que simboliza o relacionamento com o Senhor, a oração, que se eleva para Deus como perfume. Ora, como o incenso para exalar o seu perfume se deve queimar, assim também para a oração é preciso “queimar” um pouco de tempo, gastá-lo para o Senhor. Mas fazê-lo de verdade, e não só em palavras. A propósito de fatos, entra a mirra, unguento que seria utilizado ao envolver amorosamente o corpo de Jesus descido da cruz. Agrada ao Senhor que cuidemos dos corpos provados pelo sofrimento, da sua carne mais frágil, de quem ficou para trás, de quem só pode receber não tendo nada de material para retribuir.”

Um “lindo Presente a Jesus”

Ao concluir sua homilia na Basílica de São Pedro, na Solenidade da Epifania do Senhor o Papa disse “é preciosa aos olhos de Deus a misericórdia com quem não tem para restituir, a gratuidade. Neste tempo de Natal que está para terminar, não percamos a ocasião para dar um lindo presente ao nosso Rei, que veio para todos, não nos cenários faustosos do mundo, mas na pobreza luminosa de Belém. Se o fizermos, resplandecerá sobre nós a sua luz”. (JSG)

(Da Redação Gaudium Pres, com informações Vatican News)

 

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