Atentado no Sri Lanka: Igrejas fechadas, Católicos sem Missas
Cidade do Vaticano (Segunda-Feira, 06-05-2019, Gaudium Press) Já foi o segundo domingo consecutivo que os católicos do Sri Lanka não têm missas nas Igrejas de todo país, todas estão fechadas.
Depois dos ataques terroristas ocorridos no último Domingo de Páscoa, todas as Igrejas permanecem fechadas por razões de segurança.
Segundo o governo, aqueles ataques religioso-terroristas foram perpetrados por um grupo terrorista islâmico local, embora tenham sido reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Na ocasião desses atentados contra as Igrejas e os católicos, foram mortas 257 pessoas, entre elas cinquenta crianças. O atentado ainda feriu mais de 500 pessoas, entre elas, algumas ainda permanecem em estado grave.
“Os fiéis – disse um padre citado pela Agência France Press – estão passando por um trauma espiritual devido à falta de Missa, da Eucaristia, de um lugar de oração ou de um local de culto. É uma tragédia”.
As Igrejas ainda estão fechadas, os católicos permanecem unidos e muitos se reúnem e organizam celebrações em casas e centros privados.
Os sacerdotes vão de casa em casa, visitam as pessoas, especialmente os feridos, levam a Comunhão aos doentes, tentando dar esperança e conforto.
As escolas católicas também permanecem fechadas até segunda ordem.
Missa, só na TV – Carta do Papa
O canal nacional de televisão transmitiu ao vivo a Celebração Eucarística presidida pelo arcebispo de Colombo, cardeal Malcolm Ranjith, que na homilia elogiou a fé dos católicos que morreram nos ataques de 21 de abril:
“Eles foram à igreja – disse ele – porque tinham imenso amor a Deus”.
No final da celebração, o Cardeal Ranjith leu uma carta há poucos dias enviada a ele pelo Papa, da qual citamos trechos:
“Na sequência dos brutais ataques às comunidades cristãs reunidas em oração no Domingo de Páscoa em Colombo e noutros locais do Sri Lanka, desejo assegurar-lhe mais uma vez a minha profunda solidariedade e as minhas contínuas orações por todos aqueles que foram atingidos por estes crimes desprezíveis”, disse Francisco.
Continua o Papa, “Em união com nossos irmãos e irmãs de todo o mundo, confio os mortos à infinita misericórdia de Deus, nosso Pai celestial, e rezo ao Senhor Jesus, vencedor do pecado e da morte, para levar cura aos feridos e consolação a todos os que choram a perda de seus entes queridos.”
“(…) expresso horror diante dessa indescritível ofensa contra o santo nome de Deus, e rezo para que os corações endurecidos pelo ódio, possam ceder à sua vontade, (…) rezo para que os fiéis sejam confirmados na caridade, consolando-se mutuamente na esperança nascida da Páscoa e na nossa inabalável fé nas promessas de Cristo” , acrescentou o Papa.
Para finalizar, disse o Pontífice:
Com esses sentimentos, com afeto confio o senhor e seus irmãos bispos, juntamente com o clero, os religiosos e os fiéis entregues aos seus cuidados, ao amoroso abraço de Nossa Senhora, Rainha e Padroeira do Sri Lanka, (…) concedo de coração a minha Bênção Apostólica como penhor de fortaleza e paz, no Senhor ressuscitado”.
600 estrangeiros expulsos: 200 eram pregadores islâmicos
Enquanto isso, as autoridades do Sri Lanka expulsaram mais de 600 cidadãos estrangeiros, entre os quais 200 pregadores muçulmanos, devido ao vencimento de seus vistos. O ministro do Interior, Vajira Abeywardena, disse que “dada a atual situação no país”, foi decidido “aumentar as restrições aos vistos para professores religiosos”. O governo de Colombo teme que os pregadores estrangeiros possam radicalizar os muçulmanos do Sri Lanka e incitar novos ataques. (JSG)
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