Papa: “Amar sem medidas” é a única medida para quem segue Jesus
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 01-07-2019, Gaudium Press) Durante a Santa Missa celebrada na Basílica Vaticana, na manhã de sábado, 29 de junho, solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o Papa Francisco, referindo-se à busca da santidade, afirmou:
“A santidade não está no elevar-se mas em humilhar-se: não é uma subida na classificação, mas confiar dia a dia a própria pobreza ao Senhor, que realiza grandes coisas com os humildes.”
Durante essa Missa o Papa abençoou os pálios destinados aos trinta e um arcebispos metropolitanos nomeados nos últimos doze meses.
Três brasileiros dos arcebispos que receberam o pálio eram brasileiros.
São Pedro e São Paulo
Durante a homilia dessa Missa que foi concelebrada pelos novos arcebispos metropolitanos, Francisco destacou a figura dos dois apóstolos, colunas da Igreja que testemunharam o Evangelho e foram martirizados em Roma.
“Os Apóstolos, tendo encontrado Jesus e experimentado o seu perdão, testemunharam uma vida nova: não mais se pouparam, deram-se a si mesmos. Não se contentaram com meias medidas, mas adotaram a única medida possível para quem segue Jesus: um amor sem medida”, disse o Pontífice recordando que:
Os dois apóstolos “aparecem aos nossos olhos como testemunhas. Nunca se cansaram de anunciar, viver em missão, a caminho, desde a terra de Jesus até Roma. E aqui levaram o seu testemunho até ao fim, dando a vida como mártires”.
Estes dois santos foram testemunhas de vida, testemunhas de perdão e testemunhas de Jesus e, então, o Papa reflexionou sobre isso.
Testemunhas de vida
Embora suas vidas não tivessem sido límpidas em seu início, eles foram testemunhas de vida.
“Eram ambos de índole muito religiosa: Pedro, discípulo da primeira hora; Paulo, acérrimo defensor das tradições dos pais. Mas cometeram erros enormes: Pedro chegou a negar o Senhor; Paulo, a perseguir a Igreja de Deus”.
Jesus chamou-os pelo seu nome e mudou a sua vida.
“O ponto de partida da vida cristã não está no fato de ser dignos; com aqueles que se julgavam bons, bem pouco pôde fazer o Senhor.
Quando nos consideramos melhores que os outros, é o princípio do fim.
O Senhor não realiza prodígios com quem se crê justo, mas com quem sabe que é necessitado. Não é atraído pela nossa habilidade, não é por isso que nos ama. Ele ama-nos como somos, e procura pessoas que não se bastam a si mesmas, mas estão prontas a abrir-Lhe o coração. Pedro e Paulo apresentaram-se assim transparentes diante de Deus.”
“Sou um homem pecador”, disse Pedro a Jesus e São Paulo escreve que era “o menor dos apóstolos, nem [era] digno de ser chamado Apóstolo”.
E, o Papa recorda que eles se mantiveram humildes até o fim.
Testemunharam o perdão, a força da misericórdia
“Descubramo-los, pois, como testemunhas de perdão”:
“Nas suas quedas, descobriram a força da misericórdia do Senhor, que os regenerou. No seu perdão, encontraram uma paz e alegria irreprimíveis.
Com o mal que fizeram, poderiam viver com sentimentos de culpa:
quantas vezes terá Pedro pensado na sua negação!
Quantos escrúpulos para Paulo, que fizera mal a tantas pessoas inocentes! Humanamente, faliram; mas encontraram um amor maior do que os seus fracassos, um perdão tão forte que curava até os seus sentimentos de culpa.
Só quando experimentamos o perdão de Deus é que renascemos verdadeiramente. Recomeça-se daqui: do perdão.”
Testemunhas de Jesus
Pedro e Paulo são sobretudo testemunhas de Jesus, disse Francisco, recordando:
“Para a testemunha, mais do que um personagem da história, Jesus é a pessoa da vida: é o novo, não o já visto; a novidade do futuro, não uma lembrança do passado.
Por isso, não é testemunha quem conhece a história de Jesus, mas quem vive uma história de amor com Jesus.
Porque, no fundo, o que a testemunha anuncia é apenas isto: Jesus está vivo e é o segredo da vida”.
Interrogações
Francisco resolveu interrogar os presentes, depois de apontar estas testemunhas.
Renovo eu cada dia o encontro com Jesus?
E questionou que talvez sejamos curiosos sobre Jesus, talvez nos interessemos por coisas de Igreja ou notícias religiosas. Abrimos sites e jornais, e conversamos sobre coisas sagradas e ficamos no que dizem os homens, nas sondagens, no passado.
A Jesus, interessa-Lhe pouco. Não quer repórteres do espírito, e muito menos cristãos de capa de revista.
Que testemunhas procura Jesus
Ele procura testemunhas, que Lhe digam dia a dia: “Senhor, Tu és a minha vida”.
Francisco recordou:
“Os Apóstolos, tendo encontrado Jesus e experimentado o seu perdão, testemunharam uma vida nova: não mais se pouparam, deram-se a si mesmos. Não se contentaram com meias medidas, mas adotaram a única medida possível para quem segue Jesus: a dum amor sem medida.”
Francisco exortou:
Exortou-nos a pedir “a graça de não ser cristãos tíbios, que vivem de meias medidas, que deixam resfriar o amor. Encontremos as nossas raízes na relação diária com Jesus e na força do seu perdão.
Como a Pedro, Jesus pergunta também a ti:
Quem sou Eu, para ti? Amas-me tu?
Deixemos que estas palavras penetrem dentro de nós e acendam o desejo de não nos contentarmos com o mínimo, mas de apontar para o máximo: sermos, também nós, testemunhas vivas de Jesus”, exortou o Papa..
Pastores: não vivem para si mesmos, vivem para as ovelhas
Para concluir, Francisco referiu-se aos pálios.
Ele destacou que o pálio recorda a ovelha que o Pastor é chamado a carregar aos ombros:
que, para possuir a vida, é preciso perdê-la, dá-la”. (JSG)
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