"Oncologia da misericórdia", ao invés da eutanásia, propõe Papa a Médicos

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 02-09-2019, Gaudium Press) O Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, pacientes e médicos da Associação Italiana de Oncologia Médica (AIOM).
Na ocasião, falando sobre a oncologia e eutanásia Francisco criou uma expressão nova: “Oncologia da misericórdia”.

Escolher a vida: atenção ao doente

A Associação Italiana de Oncologia Médica foi criada em 1973 e no final de outubro realizará seu XXI Congresso nacional que terá como tema “O melhor tratamento para cada paciente”.

Dirigindo-se aos presentes o Papa Francisco afirmou que “É assim que a oncologia de precisão se torna também uma oncologia da misericórdia, porque o esforço para personalizar o tratamento revela uma atenção não somente à doença, mas ao doente e às suas características, ao modo como reage aos remédios, às informações mais dolorosas e ao sofrimento”.

Para Francisco, este tipo de oncologia vai além da aplicação dos protocolos médicos de tratamento e revela uma utilização da tecnologia que se coloca a serviço das pessoas. Isso acontece quando a mesma não reduz o ser humano a uma coisa, quando não distingue entre quem merece ou não ser curado.

Eutanásia: visão utilitarista da pessoa

Em sua fala aos participantes da “AIOM”, o Pontífice recordou que “A prática da eutanásia, que já se tornou legal em vários Estados, somente aparentemente se propõe a incentivar a liberdade pessoal; na realidade, esta se baseia numa visão utilitarista da pessoa, a qual se torna inútil ou pode ser equiparada a um custo se do ponto de vista médico não há esperanças de melhora ou não se pode mais evitar a dor. “

Eutanásia é rejeição da Esperança

O Papa destacou que, pelo contrário, o doente e seus familiares devem ser acompanhados em todas as fases do decurso através de métodos paliativos e estruturas atentas ao valor de cada pessoa.

Por isso, Francisco encoraja os médicos a não esmorecerem diante da incompreensão ou diante da proposta insistente de caminhos mais radicais e apressados:
“Escolhendo a morte, os problemas num certo sentido estão resolvidos; mas quanto amargura por detrás deste raciocínio e que rejeição da esperança comporta a escolha de renunciar a tudo e romper todo elo!”

Duas faces do mesmo problema

Para Francisco a prevenção tem um papel importante. O Papa falou dela destacando a procurando de um estilo de vida saudável e respeitoso para com o corpo e uma reverência para com a pessoa e as demais criaturas e obrs de Deus.

“A proteção do meio ambiente e a luta contra os tumores se tornam, assim, duas faces de um mesmo problema, dois aspectos complementares de uma mesma batalha de civilidade e de humanidade.”

Que Jesus inspire cada um…

O Pontífice encerrou seu discurso propondo aos médicos e doentes o exemplo de Jesus, o maior mestre de humanidade, para que inspire a buscar a força de não interromper os elos de amor, a manter viva a amizade com Deus.

” Que Jesus inspire cada um a fazer-se próximo de quem sofre, aos pequenos antes de tudo, e a colocar os fracos em primeiro lugar, para que cresçam uma sociedade mais humana e relações marcadas pela gratuidade, mais do que pela oportunidade. ” (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com Informações Vatican News)