“Vocação é chamado de Deus e resposta do homem”, afirma Arcebispo de Londrina
Londrina – Paraná (Terça-Feira, 19/08/2014, Gaudium Press) Com o título “Jesus modelo de animador vocacional”, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, no Paraná, citou em um artigo características de Jesus que devem servir de exemplo para nós. No início da sua reflexão, ele fala sobre o olhar de Jesus, afirmando que os vocacionados eram tocados pelo olhar de Deus, o olhar de Jesus.
Segundo o Prelado, Jesus viu Pedro na praia, viu Natanael debaixo da figueira, viu Tiago e João consertando as redes, viu Levi sentado no telônio, viu Zaqueu sobre a árvore, e no seu olhar o vocacionado sentia-se acolhido, chamado e amado. Para ele, a vocação começa com a experiência do olhar amoroso de Jesus que é expressão do amor de Deus Pai.
Além do olhar, tem também a proximidade de Jesus, que se aproxima, pergunta, fala e interroga, conforme o Arcebispo. Ele destaca que o vocacionado é tocado pela presença e pela proximidade de Jesus. “Ele dá o primeiro passo, se antecipa, vai ao encontro, aproxima-se. Ele percebe a realidade, a vida, a história do vocacionado. Ele é o grande motivador de vocações porque vai ao encontro, tem iniciativa”, completa.
De acordo com Dom Brandes, outra característica marcante é a Palavra atraente de Jesus, que inicia o diálogo, estabelece o encontro, cria vinculo de amizade, de atração pelas coisas do Pai. “Jesus atrai pelo seu jeito de ser e pela palavra. Ele interpela o vocacionado.”
O Prelado ainda ressalta a transparência de Jesus, mencionando que ele não esconde a cruz, a renúncia, o sacrifício e as exigências da vocação. Para ele, Jesus é leal com o vocacionado, mostra os meios de vitória e perseverança na vocação e o motiva, sem o iludir.
“Jesus chama pecadores. Chama pessoas defeituosas, limitadas, fracas e apresenta os remédios para a cura, a conversão, a mudança do coração. Jesus abre as portas para a solução e superação dos problemas do vocacionado. Ele mostra como as fraquezas podem jogar o vocacionado nos braços do Pai, se tornar em mais humanos, misericordiosos, compreensivos e compassivos. Isso gera no vocacionado esperança e infinita gratidão, pois tudo é graça. A experiência da fraqueza estimula o desejo e o anseio pela santidade”, disse.
Dom Brandes salienta que Jesus acompanha o vocacionado, pois é preciso estar com ele, aprender com ele, ter seus sentimentos, critérios e atitudes. Segundo Arcebispo, Jesus mostra que a vocação é para a missão e vai corrigindo, educando, preparando, formando o vocacionado. Ele acredita que Jesus tem muita paciência no processo educativo, respeita as etapas e a liberdade da resposta do vocacionado.
“Outra atitude de Jesus é que ele reza pelos vocacionados. Pedro, rezei por ti para que tua fé não desfaleça, diz Jesus. Ele passa a noite em oração para a escolha dos Apóstolos. Ele pede oração ao Senhor da messe para que não faltem operários e pastores para o povo”, acrescenta.
Por fim, o Prelado enfatiza que Jesus seleciona os vocacionados, colocando condições para segui-lo. Ele ainda afirma que Jesus escolhe o vocacionado, como o homem curado de Gerasa (Mc 5,19) que queria segui-lo, mas Ele não deixou e disse: “Volte para casa e anuncie o que o Senhor fez contigo”.
“Vocação é chamado de Deus, resposta do homem e condições para ser discípulo. É preciso ter consciência das condições para vocação sacerdotal e religiosa. Quem não tem condições de ver sangue não pode ser um cirurgião, quem tem medo de altura não tem condições para ser piloto de avião. Na questão vocacional as condições são importantes”, conclui. (FB)
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