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No Rio, Convento de Santa Teresa, comemora Nossa Senhora do Carmo

Rio de Janeiro – RJ (Quarta-feira, 16-07-2014, Gaudium Press) – O Convento de Santa Teresa, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, celebra Nossa Senhora do Carmo, nesta quarta-feira, dia 16 de julho.

As comemorações da Patrona da Ordem e do Mosteiro das religiosas ali residentes começaram cedo. Houve missa solene na Igreja do convento celebrada pelo bispo auxiliar Dom Luiz Henrique da Silva Brito e concelebrada pelo capelão da ordem, padre José Brito Terceiro. Houve também a imposição do escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

Irmã Verônica do Coração de Maria, em entrevista a órgãos de comunicação da Arquidiocese do Rio de Janeiro fala da história da Ordem e do primeiro convento das Carmelitas Descalças do Brasil, da vida no Carmelo e sobre a devoção ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

A religiosa conta que “a Ordem da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo nasceu no Monte Carmelo, hoje cidade de Haifa, em Israel, por volta do século 12. Tomando como protótipo o profeta Elias que, naquele local, buscava a face de Deus vivo, os cavaleiros cruzados, que partiam para a Terra Santa a fim de libertar o Santo Sepulcro e outros lugares santos do poder dos turcos otomanos, ali se radicaram, vivendo uma vida tecida de silêncio, oração e solidão.

Junto à fonte de Elias, construíram uma pequena capela dedicada à Virgem Maria, consagrando suas vidas para viverem em benevolência com esta Senhora e seu Filho. Por isso, seguindo um costume medieval, da história do Carmelo, a Virgem Maria é irmã, Mãe e patrona da ordem, e invocada como sendo “A Senhora do Lugar”.

A ordem do Carmelo foi reformada no século 16 (24 de agosto de 1582) por Santa Teresa de Jesus, mais conhecida como Santa Teresa de Ávila, e por São João da Cruz. Portanto, podemos definir o Carmelo com uma bela e sugestiva imagem: uma lâmpada oriental que arde com azeite espanhol.”

Mais propriamente sobre o Convento de Santa Teresa, no Rio, Irmã Veronica contou que “o Convento de Santa Teresa foi fundado em 24 de junho de 1750, por Madre Jacinta de São José. É o núcleo histórico e colonizatório do qual nasceu e cresceu o bairro de Santa Teresa, dando-lhe assim o nome.

Sendo o berço da Ordem Carmelita no Brasil, o primeiro mosteiro, tronco de onde se originaram várias outras fundações, é interessante notar que foi, em sua gênese, uma fundação genuinamente brasileira e carioca, sem precisar da influência de elementos pioneiros vindos da Europa.

Madre Jacinta, nascida no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1715, se chamava Jacinta Pereira Aires. Sentindo a força do chamado divino e não havendo mosteiros femininos em nosso país, sentiu-se impelida a realizar a fundação desta casa de oração.

Certa vez, descendo em companhia de seus irmãos Francisca e José, deparou-se com a Chácara da Bica, localizada na antiga Rua Matacavalos, hoje Rua do Riachuelo. A compra deste local, aprazível e propício a uma vida de oração e recolhimento, deu-se em 1742. Pensou em transformá-lo em uma capela em louvor do Senhor Menino Deus, e de fato, até hoje, na Rua do Riachuelo, existe a Capela do Senhor Menino Deus, sob os cuidados dos Vicentinos. Desde março de 1748, Madre Jacinta começou a admitir companheiras e no ano seguinte iniciaram a salmodia do Ofício Divino, jamais interrompido desde então.” A religiosa descreveu como iniciou-se a construção do seu Convento:

“Ciente do fervor e recolhimento com que Madre Jacinta e suas companheiras viviam, o governador general Gomes Freire de Andrade resolver ajudar a concretizar seus propósitos, e assumiu a responsabilidade de construir o convento, junto à pequena ermida de Nossa Senhora do Desterro, antigo Morro do Desterro, ao qual se tinha acesso pelo Caminho do Desterro, hoje Ladeira de Santa Teresa. Iniciaram-se as obras e, no dia 24 de junho de 1750, foi colocada a pedra fundamental. Um ano depois, Madre Jacinta e suas filhas espirituais se transferiram para o novo Carmelo.”

E Irmã Verônica, que leva uma vida enclausurada, não poderia deixar de falar sobre a clausura carmelita:

“Hoje, em nosso Carmelo, somos uma comunidade composta de 13 monjas. Quando a jovem sente arder em seu coração a chama de um amor maior, a sede do absoluto que não se contenta com os valores transitórios, e um amor apaixonado a Cristo Jesus e à sua Igreja, é sinal de que Deus a chama para consagrar-se a Ele no Carmelo. Ser carmelita é viver uma vida tecida de silêncio, oração, humildade, trabalho, alegre pobreza e radicalidade evangélica em uma busca contínua de intimidade com Deus. Quanto mais o mundo se torna desacralizado, marcado pelo consumismo, pela sociedade do descartável, pela cultura de morte, tanto mais necessárias se tornam pessoas que acolham, em seus corações virgens, as intenções da Igreja, do Santo Padre, do clero, o sofrimento dos homens, que sejam sensíveis à sua dor e que apresentem a Deus, pela oração, o sofrimento de toda humanidade. A carmelita é alguém que se afasta do mundo para manter-se espiritualmente mais próxima de cada irmão, como tão bem soube definir Santa Teresinha, ao escrever em uma de suas cartas: “As grades do Carmelo não são feitas para separar corações que se amam em Jesus, antes servem para tornar mais fortes os laços que os unem”.

Para concluir, Irmã Verônica do Coração de Maria discorreu sobre a devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo:

“Em meio a angústia e sofrimento em que viviam os membros da Ordem do Carmo, o superior geral São Simão Stock, em suas orações, suplicava por ajuda e proteção da Virgem. Foi então que lhe pareceu Nossa Senhora, trazendo na mão o escapulário e dizendo: “Meu filho muito amado, eis o escapulário que será o distintivo da tua ordem. Aceita-o como um penhor da bênção que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer piedosamente, vestido com este escapulário, participará da eterna salvação!”. Aquele que, durante a vida, usar o escapulário, está protegido do perigo; na hora da morte, será assistido no momento supremo e ainda, no primeiro sábado após a morte, será libertado das almas do purgatório.”(JSG)

Da Redação, com informações Arquidiocese do Rio de Janeiro

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