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"Não nos cansemos de evangelizar", afirma o Bispo de Campo Mourão

Campo Mourão – Paraná (Sexta-Feira, 03/10/2014, Gaudium Press) Em seu mais recente artigo, Dom Francisco Javier Delvalle Paredes, Bispo da Diocese de Campo Mourão, no Paraná, reflete sobre alguns temas específicos do mês de outubro. Ele começa o seu texto, lembrando da grandiosa festa de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que se confunde com a história do povo brasileiro.dom francisco paredes.jpg

Para o Prelado, o povo brasileiro é marcado por desafios cada vez mais crescentes, mas ao mesmo tempo, é gente de esperança, capaz de projetar tempos melhores e não desanimar frente às decepções e dramas da vida. Dom Paredes salienta que a espiritualidade guardada sob a pequenina imagem de Aparecida traz também estes traços.

“Retirada das águas lamacentas do Rio Paraíba do Sul; acalentada na canoa de pobres pescadores; enegrecida, igual ao numeroso contingente de africanos escravizados nos tempos da colonização brasileira; sinal de esperança e resistência para seus devotos”, acrescenta.

Além disso, o Bispo ainda ressalta a simplicidade de Aparecida, que recorda o anonimato do presépio, onde ela, a Mãe do Filho de Deus, fez sumamente a experiência da rejeição e do abandono. Por outro lado, explica Dom Paredes, não usou tal experiência para alimentar revolta, ódio ou um coração amargo, pelo contrário transformou-a em caminho de libertação, colocando sua vida inteira à disposição da vontade salvífico-libertadora de Deus.

“Queridos irmãos e irmãs, sob esse prisma, no acontecimento de Aparecida se deu uma reedição do grande ensinamento do presépio. Maria Santíssima, nossa fiel catequista, representada na pequena imagem retirada das águas, despertou a atenção da sociedade brasileira para a capacidade libertadora do Mistério de Deus.”

Conforme o Prelado, é impossível visitar a Basílica de Aparecida, refletir sobre o fato lá ocorrido em 1717, ser devoto da Virgem de cor morena, sem se convencer de que o cristão precisa compreender-se cada vez mais obreiro da libertação no mundo. Para ele, não se trata de uma libertação ideológica, pautada unicamente no combate aos males sócio-histórico, pois isso seria materialismo, não condizente com a fé cristã e o projeto de Deus.

Também destaca que a libertação à qual somos enviados pela mística de Aparecida é aquela que toca integralmente a vida, o sentir, o existir e o fazer humanos: é aquela que atinge o homem todo e todo homem! Dom Paredes enfatiza que a libertação em sentido evangélico é o caminho de vida nova aberto por Cristo na comunidade cristã, no interior da qual, todos são chamados a ter vida em abundância (cf. Jo 10,10).

“Gostaria que neste ano, ao celebramos devotamente a festa de Nossa Senhora Aparecida, possamos pensar mais sobre isso: Maria, que na mística da sua imagem enegrecida, nos aponta a verdadeira libertação. Se assim cremos, vivamos como libertados, pois foi para a liberdade que Cristo nos libertou”, avalia.

Outro aspecto destacado pelo Prelado é o Sínodo para a Família, a ser celebrado no Vaticano entre os dias 5 a 19 deste mês. Segundo o Bispo, as dioceses do mundo inteiro foram consultadas sobre vários pontos a serem discutidos pela assembleia sinodal, e dentre os participantes haverão 14 casais, laicato representado junto ao Colégio dos Bispos. Isso, de acordo com Dom Paredes, revela o quanto a Igreja está preocupada em formar os leigos para a responsabilidade e participação na vida eclesial em diálogo sadio e maduro com a hierarquia.

“Rezemos pelo Sínodo, a fim de que as decisões tomadas e as orientações elaboradas sejam conforme a vontade de Deus. Que a fidelidade ao Criador imponha-se como critério fundamental das reflexões. Participemos através das nossas orações e adesão sincera ao que nos falará o resultado da reunião sinodal”, convida.

Enfim, o Bispo reforça que em outubro a Igreja celebra o mês missionário, e ultimamente o Papa Francisco tem apelado muito para a consciência missionária dos batizados. Para ele, vencendo a pastoral de conservação, somos desafiados a dar forma a uma autêntica pastoral evangelizadora e de todos nós é exigido empenho, decisão e coragem. O Prelado recorda o 19º Plano de Pastoral diocesano, em que suas três prioridades (Família, Juventude e Catequese), são tríplice ambiente fecundo à vivência da nossa missionariedade.

“Não nos cansemos de evangelizar! Deixo os meus votos de profunda experiência eclesial neste mês”, finaliza Dom Paredes. (FB)

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