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Bispo gaúcho destaca a importância das procissões para a cura interior

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Sexta-feira, 01-02-2019, Gaudium Press) Você já parou para pensar o por que caminhar em uma procissão? Essa pergunta, que aparece às vésperas de um dos maiores eventos religiosos do Rio Grande do Sul, a Festa de Nossa Senhora de Navegantes e a sua procissão em 2 de fevereiro, é respondida pelo bispo auxiliar Dom Leomar Brustolin.

Bispo gaúcho destaca a importância das procissões para a cura interior

Em seu mais recente artigo, o prelado comenta a importância das procissões para a nossa cura interior. “Em meio aos revezes da vida, as pessoas procuram um elemento que lhes devolva a unidade perdida, que reintegre o que foi fragmentado em suas existências. As procissões, romarias e peregrinações aparecem nesta paisagem de buscas”, escreve, logo no início do texto.

Sinal visível deste dado, segundo Dom Leomar, deve-se ao número expressivo de fiéis participantes da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, em Porto Alegre. “Na caminhada, tenta-se resgatar a relação entre o humano e Deus, muitas vezes esquecida, principalmente quando se vive no corre-corre do cotidiano”, lembra, destacando ainda que “estar a caminho, ao longo da estrada, é a condição real da humanidade”.

Na opinião do bispo auxiliar, o peregrino sabe que a caminhada é, antes de tudo, uma realidade interior que tende ao absoluto, uma vez que o caminhar encontra-se em uma categoria espiritual. “Na caminhada exterior o ser humano quer encontrar-se a si mesmo. O ‘Caminho de Compostela’, na Espanha, conhece muitos testemunhos de pessoas que realizaram o trajeto e encontraram novo sentido para viver”.

Para Dom Brustolin, “quem caminha numa romaria, na verdade, está à procura da sua realidade mais íntima e mais profunda”. E para quem tem fé, “vive como um andarilho, que não quer instalar-se no provisório ou fixar-se em suas construções”.

O fiel, ao participar de uma procissão, “experimenta a vida como uma contínua peregrinação, uma procura da fonte existencial que sacia sua sede”, pois “sua vocação essencial é colocar-se a caminho em busca da razão profunda das coisas, buscar o que é maior ao caminho e ao caminheiro”.

Nem sempre quem se coloca a caminho tem claro o sentido último de sua peregrinação, porém, Deus encaminha a experiência humana, confusa e insegura, “para um encontro com o divino”.

Dom Leomar Brustolin também ressalta em seu artigo que a peregrinação está intimamente ligada ao sentido da conversão. “Quem procura o santuário caminha em direção à vida nova que só Deus pode oferecer. As curas corporais acontecem, mas são excepcionais e raras nos locais de peregrinação. O que mais se percebe são as curas do coração, oferecidas a todos; cada um a recebe em seu nível e necessidade”, esclarece.

Neste sentido, o prelado garante que a vida cristã é feita de sucessivas conversões, a começar pelo batismo, já que as outras acontecem ao longo da nossa existência. “Se por um lado é possível constatar e se admirar pelos milagres de curas físicas, dificilmente se contabilizará as curas interiores, que são numerosas”.

Por fim, Dom Brustolin afirma que a peregrinação estabelece uma meta que simboliza e atualiza o caminho humano com destino ao fim sobrenatural. “Partir significa romper com a inércia habitual, é dispor-se a avançar, crescer, conhecer o novo. Deixar a própria casa é abandonar atitudes rotineiras e medíocres, dispondo-se ao futuro de Deus”, conclui o artigo. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações da Arquidiocese de Porto Alegre

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