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Revelado o “segredo” da beleza?

Redação (Sexta-feira, 20-10-2017, Gaudium Press) Dizia o Dr. Plinio Corrêa de Oliveira que o pulchrum (beleza) é a percepção do esplendor da bondade ou do esplendor da verdade, que se dá por via de analogia, por via simbólica. Então, por exemplo um belo candelabro, que tem seus braços proporcionados, os quais ‘elaboram’ uma harmonia, braços que por exemplo são delgados, finos e de prata, com belos cálices que recebem submissos a cera derretida das velas, etc., esse candelabro é belo porque expressa em sua configuração as misteriosas mas reais regras estéticas da ordem e da harmonia, e essa ordem e harmonia são símbolo, são analogia da ordem e da harmonia que podem existir em uma alma, que existem por exemplo na alma de Maria Santíssima. É o belo material que simboliza um bem interior, bem que por ser bom é também belo, mas um pouco mais oculto por ser interior.

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Um belo candelabro também pode ser símbolo da elaboração do pensamento humano, que é algo belo, porque somente os seres espirituais podem pensar, e assim como para pensar se necessitam premissas como a observação, a contemplação, um braço de um candelabro e o cálice podem ser os símbolos das premissas de um pensamento que floresce em pensamento-luz, que pode ser simbolizado pela luz de uma vela.

As anteriores considerações nos levam também à outra. Não somos anjos, temos algo de anjo, mas, entre outras coisas, nosso processo de conhecimento parte do sensível, a diferença dos coros angélicos nos quais todo seu conhecimento é de tipo intelectual.

E como não somos anjos, a par que nosso conhecimento -a partir do sensível- chega até a abstração, se empobreceria se ali ficasse. Da abstração deve descer novamente até os seres concretos, para que inclusive esse conhecimento “experimental” continue enriquecendo a abstração: o conhecimento é como um corpo humano, a abstração é o esqueleto e o conhecimento experimental é a carne. Abstração e símbolo sensível não são como a água e o azeite que se repelem: pelo contrário se complementam como se completam os morangos e o chantilly. Vejam que nas últimas linhas estamos usando duas comparações simbólicas, que acabam ajudando a fazer entender o que se quer dizer.

Outro exemplo, também de Plinio Corrêa de Oliveira: O conhecimento tem dois olhos, um abstrativo e outro simbólico, e a unidade se deve realizar por parte do espírito humano regendo esses dois olhos para formar uma só imagem.

A beleza é algo muito importante por sua “capacidade de arrastar”, sua faculdade de entusiasmar. As considerações sobre a beleza não são meras especulações, mas podem ser utilíssimas. Então, se relacionamos símbolo com verdade e bondade, analogia simbólica com intelectualidade, como propõem acima Dr. Plinio, teríamos algo realmente maravilhoso, algo assim como a “fórmula” mais alta da beleza, e portanto a fórmula para produzir beleza.

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Mas há algo mais, e isto deixamos quase somente enunciado: existe um território maravilhoso onde o hiper simbólico se une com hiper bom e verdadeiro: a pátria do mítico. Quando por exemplo um homem ou um grupo de homens -melhor ainda se são auxiliados pela graça de Deus- começam a sonhar com a pátria ideal, com o governo ideal, com a sociedade ideal, com as construções ideais dessa pátria ideal, etc, na beleza desse sonho se juntam magnificamente a bondade e a verdade imaginada com os símbolos belíssimos imaginados, inclusive em estado germinal. E esses sonhos podem ser a origem de maravilhosas civilizações. Com a graça de Deus.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

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