“A maior misericórdia é levar as pessoas à verdade”, afirma Cardeal Piacenza
Madri – Espanha (Sexta-feira, 24-02-2017, Gaudium Press) O Penitenciário Maior da Santa Sé, Cardeal Mauro Piacenza, visitou a Diocese de Alcalá de Henares, Espanha, onde foi convidado para compartilhar algumas conferências sobre o perdão e a reconciliação ao clero e aos fiéis locais. O purpurado respondeu perguntas dos presentes e esclareceu alguns dos ensinamentos oferecidos pelo recente Jubileu da Misericórdia.
“A maior misericórdia é dizer a verdade às pessoas e colocá-las diante da verdade da Fé e dos princípios morais”, explicou o Penitenciário Maior em seu encontro com a imprensa. “Isto é uma misericórdia requintada porque se alguém não faz é como ajudar as pessoas a cair”. O purpurado recordou que corresponde aos sacerdotes ajudar aos fiéis a avaliar sua própria situação espiritual e a ter consciência sobre se cumprem com todos os requisitos para receber o perdão de Deus no sacramento da Penitência.
O Prefeito compartilhou algumas experiências pessoais e explicou aos jornalistas a maneira delicada na qual os presbíteros instruem aos fiéis que atravessam situações morais complexas. “Pode-se ajudar-lhe animando-lhe para que volte ao confessionário, rezando juntos, ajudar-lhe com conselhos e animando-lhe para que assista a Missa porque isso é o que une a Deus e o Senhor lhe fará compreender o que é melhor. Há situações que não podem mudar de repente, mas se lhes acompanha pouco a pouco. Há muitos recursos que o Senhor põem à nossa disposição”.
O Cardeal recordou que os fiéis que se aproximam da confissão são “pessoas mais honestas do que pensamos”, e ao ter experimentado muitas confissões “ao final acodem ao que consideram em consciência melhor. E às vezes é o que lhe dá a solução mais dura para eles”.
O Cardeal Piacenza abordou outros temas como a extensão da autorização aos sacerdotes a levantar a pena de excomunhão no delito de aborto e explicou que o Pontífice tomou esta decisão pela extensão do problema em muitos países por causa do “grande desprezo da vida e o consumismo a nível sexual”. O Penitenciário Maior ressaltou que “o Papa quando fala do aborto o sente como um drama grandíssimo” e negou que o acesso mais fácil ao perdão na confissão signifique que o aborto seja considerado um pecado menos grave.
O Cardeal destacou o compromisso dos sacerdotes ao fazer-se acessíveis aos fiéis na Confissão como parte essencial de seu serviço ao Povo de Deus e recomendou práticas de Fé como a Adoração Eucarística: “Aí o Senhor fala à consciência e aí se constrói a civilização do amor e a nova evangelização, daí vem depois as obras”. (EPC)
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