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Fundador da Ordem do Carmo

Redação (Terça-feira, 17/05/2016, Gaudium Press) – Entre as glórias do Profeta Elias, devemos destacar que ele fundou a Ordem do Carmo, a qual proporcionou grandes Santos para a Igreja, tais como São João da Cruz e Santa Terezinha do Menino Jesus.

Fátima e Nossa Senhora do Carmo

Afirma o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“O termo Carmo corresponde ao Monte Carmelo, no Oriente. Ali, segundo uma tradição muito respeitável – e há todos os motivos para admiti-la como verdadeira -, o Profeta Elias reuniu um grupo de discípulos e com eles constituiu a Ordem do Carmo, em louvor da Virgem Mãe que deveria vir, e na espera d’Ela.

“Portanto, o primeiro filão de devoção a Nossa Senhora, séculos antes de Ela nascer, foi formado pelos filhos do Profeta Elias que A aguardavam”.

Na Basílica de São Pedro, no alto das paredes laterais, há uma série de imagens de Fundadores de Ordens Religiosas. E ali se encontra a de Santo Elias, com a inscrição: “A Ordem do Carmo ao seu Fundador, Elias Profeta – 1727”.

Em sua última aparição em Fátima, em 13 de outubro de 1917, a Mãe de Deus apresentou-se como Nossa Senhora do Carmo, querendo assim indicar que os autênticos devotos carmelitas – imbuídos do espírito de seu Fundador – desempenharão um grande papel nos acontecimentos futuros.

E Santo Elias terá a glória de lutar contra o Anticristo, pouco antes do fim do mundo, como profetizou Malaquias: “Vou mandar-vos o Profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor, e ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais, de sorte que não mais ferirei de interdito a Terra” (Ml 3, 23-24).

Entre outros significados, essas palavras se referem à conversão dos judeus no fim do mundo, também profetizada por São Paulo (cf. Rm 11, 25-32).

Duas testemunhas

Afirma São João Evangelista que no fim do mundo Deus enviará duas testemunhas para profetizarem. “Se alguém quiser prejudicá-las, de sua boca sairá um fogo que devorará seus inimigos […] E sempre que quiserem podem ferir a Terra com todo tipo de praga” (Ap 11, 5-6).

Tais testemunhas são Elias e Henoc; este era bisavô de Noé, viveu 365 anos e, em determinado dia, “desapareceu, pois Deus o havia arrebatado” (Gn 5, 24). São Paulo declara explicitamente que ele não morreu: “Pela fé, Henoc foi levado, sem passar pela morte […] Antes de ser levado, porém, recebeu o testemunho de que foi agradável a Deus” (Hb 11, 5).

O próprio Nosso Senhor disse que Elias virá “e porá tudo em ordem” (Mt 17, 11). Ou seja, fará com que “a Religião [católica] e a santidade refuljam e corusquem maravilhosamente em todas as partes”.

Elias foi um varão de lutas: enfrentou corajosamente dois reis de Israel: Acab e Ocozias; e mesmo depois de arrebatado ao Paraíso Terrestre, escreveu carta invectivando duramente o Rei de Judá, Jorão. Além disso, eliminou os falsos profetas de Baal e combateu a moleza do povo israelita, que adotara posição relativista em matéria religiosa.

E, no fim do mundo, juntamente com Henoc, lutará contra o Anticristo o qual, entre outras coisas, fará com que seus seguidores recebam marcas na mão direita ou na fronte e o adorem; e quem não tiver essa marca maldita não poderá “vender ou comprar” (cf. Ap 13, 16-17).

São Paulo diz que ele vai “se assentar no Santuário de Deus, proclamando-se deus”; realizará “milagres e sinais e prodígios enganadores” (II Ts 2, 4.9), visando ser adorado.

Ponte entre o início e o fim da devoção a Nossa Senhora

O Anticristo combaterá Elias e Henoc e até mesmo os matará. Seus cadáveres ficarão expostos em praça pública, durante três dias e meio. Os maus festejarão suas mortes, “darão parabéns uns aos outros e trocarão presentes, pois esses dois profetas [os] estavam atormentando” (Ap 11, 10).

Então, com um sopro Deus os ressuscitará e eles ficarão de pé, causando grande medo em todos que os observavam. E o Altíssimo os conduzirá ao Céu, numa nuvem.

Virá, então, o próprio Nosso Senhor que “matará, com um sopro de sua boca” (II Ts 2, 8), o Anticristo. E fará com que seus seguidores bebam “o vinho do furor de Deus, servido sem mistura na taça da sua ira” (Ap 14, 10).

Tendo sido grande devoto de Maria Santíssima, Elias lutará ardorosamente por Ela. Afirma o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira que Elias “constitui, portanto, uma espécie de ponte entre o início e o fim da devoção a Nossa Senhora na História da humanidade”

O grande Santo mariano São Luís Maria Grignion de Montfort assim descreve os verdadeiros missionários, consagrados como escravos por amor à Santíssima Virgem, segundo o método por ele ensinado: Eles “vão por toda parte, com o facho lúcido e ardente do santo Evangelho na boca, e na mão o santo Rosário, a ladrar, como cães fiéis, contra os lobos que só buscam estraçalhar o rebanho de Jesus Cristo; que vão, ardendo como fogo, e iluminando como sóis as trevas deste mundo; e que, por meio de uma verdadeira devoção a Maria Santíssima […] esmaguem, por todos os lugares em que estiverem, a cabeça da antiga serpente, a fim de que a maldição que sobre ela [foi lançada por Deus] seja inteiramente cumprida”.

Para ser assim, é necessário ter o espírito de Elias.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 70)

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1 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. O Carmo: do Antigo Testamento ao triunfo do Imaculado Coração de Maria. In Revista Dr. Plinio, São Paulo, n. 16, julho 1999, p. 29.

2 – DARRAS, Joseph Epiphane. Histoire Génerale de l’Église depuis la Création jusqu’à nos jours.Paris : Louis Vivès. 1874. v. II, p.619.

3 – Cf. HOLZHAUSER, Bartolomeu. Interprétation de l’Apocalypse,renfermant l’histoire des sept âges de l’Église Catholique. Paris: Louis Vivès. 1856. v. I, p. 482.

4 – CORNÉLIO A LÁPIDE. Commentarii in Sacram Scripturam. Lyon: Pelagaud et Lesne. 1840, v. VII, p. 858-859.

5 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Idem, ibidem, p. 29.

6 – Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 8. ed. Petrópolis: Vozes. 1974, p.305.

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