Basílica de São João de Latrão: Mãe de todas as Igrejas
Roma – Itália (Terça-feira, 11-11-2014, Gaudium Press) A Arquibasílica do Salvador e dos Santos João Batista e João Evangelista, como é seu nome original da Basílica de São João de Latrão, surge no século III nas proximidades do Monte Celio, uma das sete colinas romanas e em terras dos Laterani, nobre família de Roma cujas propriedades passaram ao domínio imperial, em mãos de Constantino e sua esposa.
A Basílica foi consagrada pelo Papa Silvério I no ano de 324, sendo dedicada ao Santíssimo Salvador / Fotos: Gaudium Press. |
De acordo com a tradição, quando cessaram as perseguições aos cristãos o imperador cede ao Papa o palácio de Latrão para que ali fosse sua residência oficial, sendo em mais de mil anos o lugar onde viviam os pontífices até que se transladaram ao Vaticano. Hoje segue sendo a sede episcopal do Santo Padre, Bispo de Roma. Não em vão a Basílica é chamada “Mãe de cabeça de todas as Igrejas da cidade de Roma de toda a terra”, em latim ‘Omnium urbis et orbis ecclesiarum mater et caput’.
A Basílica foi consagrada pelo Papa Silverio I no ano de 324, sendo dedicada ao Santíssimo Salvador. Muito tempo depois, no século IX, Sergio III a dedicou a São João Batista, e Lucio II a consagrou no século XII a São João Evangelista, por isso o templo é comumente conhecido como “São João de Latrão”.
A edificação atual é muito similar a primitiva Basílica Constantiniana em sua planta, também com cinco naves e seus muros perimetrais coincidem quase com os do presente. Em seu interior se encontra a tumba de Martín V, Pontífice que restabeleceu a sede romana após o exílio de Avinhon, que dá início ao renascimento romano. Foi ele quem pela primeira vez abriu a Porta Santa da Basílica Papal.
Sobressai igualmente em seu interior o retábulo do altar, uma lousa que de acordo com a tradição cristã é a mesa que utilizava São Pedro e outros pontífices ao celebrar a Eucaristia. Também se destaca ao lado lateral esquerdo a Capela de Corsini, um precioso lugar de culto que foi obra do arquiteto Alessandro Galilei, o mesmo que desenhou a fachada principal da Basílica em 1735. Além disso, se destaca o mosaico do abside, realizado no século XIX em seu mosaico original.
Na parte exterior e em suas proximidades da Basílica também se encontra a ‘Scala Santa’ – a Escadaria Santa- por onde transitou Jesus antes de sua condenação à morte, a qual foi transladada a Roma desde Jerusalém por Santa Helena, mãe de Constantino; assim como o Batistério, que é contemporâneo à primeira igreja e se diz que ali pode ser batizado o próprio imperador.
Mas o significado da Basílica como “Mãe de todas as igrejas” vai além de sua edificação material, como o expôs o Papa Francisco durante o tradicional Ângelus do último domingo, 09 de novembro: “Com o termo mãe nos referimos não tanto ao edifício sagrado da Basílica material, quanto à obra do Espírito Santo, que neste edifício se manifesta, frutificando mediante o ministério do Bispo de Roma, em todas as comunidades que permanecem em unidade com a Igreja que ele preside”.
É por isso que com a festividade da dedicação da Basílica romana, continuou o Pontífice, “professamos na unidade da Fé, o vínculo de comunhão que todas as Igrejas locais, espalhadas sobre a terra, tem com a Igreja de Roma e com seu Bispo, sucessor de Pedro”. (GPE/EPC)
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