O Pontifício Conselho para a Cultura dedica plenária às culturas juvenis emergentes
Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 31-01-2013, Gaudium Press) Numa época de grandes mudanças tecnológicas, mas também de altíssimas taxas de desemprego entre os jovens, o Pontifício Conselho para a Cultura decidiu dedicar a próxima assembleia plenária anual ao tema: “Culturas juvenis emergentes”, como forma de compreender melhor o mundo dos jovens.
O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho, confessou que a sua geração deve fazer um exame de consciência para compreender porque os jovens estão atravessando tamanho desemprego e porque se encontram muitas vezes sozinhos em suas necessidades e interesses. Por isso, o Dicastério pensou em refletir sobre o nível de cultura dos jovens.
“A língua deles é diferente da minha – disse o purpurado -, e não só porque usam apenas um décimo de meu vocabulário. Os nossos jovens são nativos digitais e o seu modo de comunicação adotou a simplificação do twitter, a pictografia dos signos gráficos do celular; o diálogo feito através do contato direto e visual, olfativo e etc., foi substituído pelo frio ‘chat’ virtual através do computador. A lógica binária da informática do “salvar” ou “deletar” regulamenta até a sua moral que é apressada: as emoções imediatas dominam a vontade, a impressão determina a regra, o individualismo pragmático é condicionado apenas por eventuais modismos (podemos pensar na tatuagem, na vida noturna, nas gangues, nos jogos perigosos, na estética de tipo “desleixado”, do trash, e do grafite)”.
“A ‘diversidade’ dos jovens” – prosseguiu – “de fato, não é somente negativa, mas contém sementes de fecundidade e autenticidade. Pensemos à iniciativa ao voluntariado por parte de muitos jovens, à sua paixão pela música, pelo esporte, pela amizade, que são maneiras de demonstrar que o homem não vive somente de pão. Pensemos também em sua original espiritualidade e sinceridade, na liberdade escondida sob a máscara da aparente indiferença”.
A assembleia foi pensada para agradar a juventude. Participarão das reuniões jovens de vários países: Madagascar, Indonésia, Canadá e Itália. A plenária acontecerá de 7 a 9 de fevereiro. Entre os temas tratados estarão presentes: a socialização dos jovens, nativos digitais: linguagens e rituais; alfabeto emotivo dos jovens e ainda uma mesa redonda sobre a fé dos jovens para que se realize uma análise cultural juntamente a uma “simpática crítica”. Os participantes serão recebidos no primeiro dia das atividades em audiência geral pelo Papa.
O logotipo da assembleia também foi pensado para os jovens, e é representado pelas letras “c” e “g”, que simbolizam o título “culturas juvenis” em forma de @, símbolo do ambiente juvenil da época digital.
Hoje, em coletiva de imprensa de apresentação, dois jovens, um italiano, Alessio Antonielli e uma jovem de Madagascar, Fara Mihja Bemahazaka, ressaltaram que, mesmo que os jovens esperem uma maior participação eclesiástica nas redes virtuais, por outro lado também apreciam muito o contato direto com as pessoas, como propõe a Igreja. (AA/JS)
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