Odetinha: Processo de Beatificação tem início hoje
Rio de Janeiro (Sexta-feira, 18-01-2013, Gaudium Press) Nessa sexta-feira, 18 de janeiro, será iniciado oficialmente o Processo Arquidiocesano de Beatificação da menina carioca que morreu aos nove anos em odor de santidade: a Serva de Deus Odette Vidal de Oliveira, conhecida carinhosamente como “Odetinha”. A primeira menina carioca que poderá ter seu nome inscrito no catálogo dos santos da Igreja.
A esse propósito, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, em reunião para a imprensa nessa quarta-feira, comentou que o início do Processo de Beatificação de Odetinha é um momento inédito e histórico para todos os fiéis da arquidiocese.
“Nunca é demais recordar que, quando há um certo clamor popular, a Igreja sempre procura investigar para poder colocar aquele ou aquela que morreu com fama de santidade como um exemplo de vida que pode ser sinal também para que saibamos que em todas as épocas da humanidade e em todos os momentos das nossas vidas temos a oportunidade de nos santificar”, disse e arcebispo.
Ele lembrou que desde sua chegada ao Rio de Janeiro sempre ouviu pessoas falarem sobre cariocas, personagens da vida real, que poderiam ter suas vidas investigadas para uma possível beatificação. Entre elas estava a serva de Deus Odete Vidal de Oliveira: muitas pessoas comentavam a santidade da menina, pediam um estudo de sua vida e a possibilidade de abertura de um procedimento para verificar a possibilidade de ela poder vir a ser venerada como bem aventurada.
“Depois de consultarmos o Governo Diocesano e começarmos a deixar chegar a nós esses pedidos e discerni-los, encontramos alguns testemunhos que falavam sobre a Odetinha, que aqui no Rio tem uma fama de santidade, de uma pessoa que viveu uma vida cristã exemplar”.
Durante reunião de Imprensa, coube a Dom Roberto Lopes, vigário episcopal para os Institutos de Vida Religiosa, Sociedades de Vida Apostólica e Novas Comunidades, fazer uma breve apresentação sobre a história da vida de Odetinha e de sua família.
Dom Roberto relatou que a Serva de Deus viveu em um ambiente rico de formação cristã. A menina fez sua primeira comunhão, com sete anos de idade, e tornou-se catequista.
Sabe-se também que ela tinha uma devoção grande ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora. Rezava diariamente o terço e tinha colóquios místicos com Jesus desde os quatro anos. Além disso, por amor a Deus, procurava sempre ajudar os pobres e desfavorecidos. Viveu numa família abastada, porém, era muito caridosa e desapegada dos bens que não lhe faltavam.
“De acordo com a comissão histórica, –relatou Dom Roberto– no dia do sepultamento da Odetinha (25 de novembro de 1939), já havia manifestações do povo de Deus e existem relatos que enquanto seu corpo ainda estava na Praia de Botafogo uma multidão já chegava ao cemitério São João Batista”.
O Processo de Beatificação
O postulador das Causas dos Santos, no Vaticano, Paolo Vilotta, afirmou que se surpreendeu durante a exumação do corpo de Odetinha, realizada no último dia 10 de janeiro, pois encontrou uma grande quantidade de ossos, o que não é normal tendo em vista o tempo em que a Serva de Deus já havia sido sepultada. Paolo explicou como foi, cronologicamente metodologia utilizada no Processo para o caso de Odetinha.
“O primeiro passo foi um encontro aqui no Rio de Janeiro com o arcebispo e a Comissão Arquidiocesana. Logo depois dom Orani fez um pedido à Congregação das Causas dos Santos, que não responde sozinha, mas solicita que outras congregações do Vaticano respondam também.
Após a resposta com o “nihil obstat” vindo de Roma, começa a parte mais importante do trabalho que são as pesquisas não para reconhecer milagres, mas para reconhecer a venerabilidade, se ela viveu as virtudes em grau heroico que são: a fé, a esperança, a justiça, a caridade, a humildade, a castidade, e tudo o que conserve a virtude em grau heroico em um grau mais elevado, e não são todas as pessoas que conseguem viver essas virtudes assim”, ressaltou Paolo Vilotta.
A graça do traslado
O cônego Marcos William Bernardo, responsável pela Associação Cultural Odetinha, a propósito da expectativa dos fiéis para receber o corpo de Odetinha, contou que eles veem esse translado como uma graça.
“A comunidade prepara-se em festa e já estamos preparando um lugar adequado para ela. Em seguida pensamos em um memorial onde teríamos a reprodução do próprio túmulo com um pouco da história e dos objetos dessa Serva de Deus, e isso fica sob a responsabilidade da Associação Cultural Odetinha”, contou o cônego.
As relíquias da Serva de Deus Odette estarão presente na Procissão de São Sebastião, promovida pela Arquidiocese do Rio, no dia 20 de janeiro. (JS)
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