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O dia do nascimento do Papa

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 16-04-2012, Gaudium Press) Há 85 anos às 4h15 da manhã nasceu em Marktl am Inn, na casa “Mauthaus”, Joseph Ratzinger, o atual pontífice Bento XVI. Nasceu no Sábado Santo e no mesmo dia foi batizado na igreja paroquial. Os pais queriam que seu terceiro filho fosse batizado com a água pascal. Esta dimensão pascal marcará depois toda a sua vida.

Neste dia de muito júbilo, em que se comemora o dia do nascimento de Bento XVI, uma extraordinária imagem do pontífice pode ser encontrada no livro “Meu irmão, o Papa”, do monsenhor Georg Ratzinger. Iniciando sua obra, o sacerdote afirma que o nascimento do último filho dos Ratzinger foi notado pelo secretário municipal, Andreas Eichner, primeiro grande modelo de músico para ele. “Era o Sábado Santo, fazia frio e tinha muita neve, um tempo péssimo, em suma. Sei somente que em um certo momento acordei e me dei conta de estar sozinho”, conta.

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Dimensão pascal marca a vida de Joseph Ratzinger, atual Papa Bento XVI

Na época, conforme Mons. Ratzinger, a liturgia da Páscoa era celebrada na manhã do Sábado Santo. Como a benção da água e a cerimônia do batismo eram parte integrante desta missa, os pais não hesitaram. “Agora que o menino chegou o batizaremos”, conta o irmão do Papa em seu livro. De alguma maneira aquele era já um sinal particular, de bons votos.

Os dois irmãos, Georg e Maria, tiveram que ficar em casa: nevava muito e os pais temiam que se resfriassem. Nem mesmo sua mãe foi à igreja: estava muito cansada pelo parto para sair com aquele tempo feio. Ao primeiro recém-nascido batizado com a nova água benta foi dado o nome de Joseph Aloisius. Desde então a expressão “na porta da Páscoa, mas não ainda dentro” tornou-se

“Finalmente”, narra Mons. Ratzinger, “depois de uns dois dias, eu também pude ver meu irmãozinho. Era macio e bonitinho. (…) Quando era criança ficava doente com frequência”. Entre os irmãos nasceu um longa e forte amizade que permanece até hoje.

Os irmãos Ratzinger, a menina Maria e os dois meninos, Georg e Joseph, cresceram em uma atmosfera profundamente católica e religiosa, característica da Baviera, região da Alemanha onde viveram e que permaneceu fonte formativa para toda a vida do futuro pontífice. A vida familiar era assinalada pelas festas religiosas e todo o ano se desenrolava no ritmo das mesmas.

“De mamãe e papai”, observa o irmão do Papa, “aprendemos o que significa confiar sempre no auxílio de Deus. Rezávamos juntos todos os dias antes e depois das refeições, de manhã, ao meio dia e de noite, mas principalmente depois do almoço, quando fazíamos nossos pedidos particulares. (…) A nossa vida era caracterizada pela preocupação por papai, e isto era o argumento principal de nossos pedidos ao Senhor. (…) Esta devoção, vivida e praticada intensamente, caracterizou toda a nossa vida, mesmo que hoje celebre uma missa somente por dia e depois renuncie à segunda. Mas para nós crianças era um hábito que nos foi ensinado, posso dizer, desde o berço e ao qual permanecemos sempre fiéis”.

“Estou convicto”, continua Mons. Ratzinger no livro, “que a falta desta religiosidade tradicional seja um dos motivos pelo qual hoje há sempre menos vocações sacerdotais. Na nossa época muitos estão mais propensos a uma certa forma de ateísmo do que a acolher a fé cristã”.

A religiosidade dos Ratzinger era caracterizada também pela devoção mariana. “A Mãe de Deus estava sempre presente entre nós. Na cozinha, à esquerda do crucifixo ficava pendurada uma imagem de Cristo, à direita um retrato de Maria. Quase todos os dias, como já disse, rezávamos o terço. Somente no mês de outubro, dedicado à esta prática, íamos para a igreja para repeti-lo com os outros fiéis”, diz o sacerdote.

O irmão do Papa conta no livro também que, impressionado pelo Cardeal Michael Faulhaber, o pequeno Joseph também queria tornar-se no futuro um cardeal. “Em Tittmoning ele estava muito seguro de querer tornar-se um cardeal. Falando muito honestamente, era só uma fantasia infantil. Não podíamos certamente imaginar que ele o teria se tornado realmente”, relata Mons. Ratzinger.

 

 

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