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O arco-íris e os Anjos

Redação (Sexta-feira, 19-10-2018, Gaudium Press) Quem de nós não terá sonhado, quando criança, em voar até a ponta de um arco-íris para ali encontrar um magnífico tesouro? Quem não terá sonhado, talvez, em achar algo ainda incomparavelmente superior?

Você sabia, meu filhinho, que aos pés do arco-íris há um tesouro?

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– Nossa, mamãe! É verdade isso?!

– Sim, meu bem. Esse é o motivo pelo qual, ao vê-lo no céu, tanta gente procura descobrir onde está sua base. Bem junto a ela há um baú repleto de riquezas!

Sem dúvida nossos leitores devem ter ouvido quando crianças esta famosa lenda que, apesar de simples, costuma chamar poderosamente a atenção dos pequeninos. E quem de nós não terá pensado, pelo menos uma vez, em chegar ao “fim” de um arco-íris e encontrar ali um magnífico pote de ouro, ou uma caixa cheia de pedras preciosas?

Além do mais, as belas e tantas vezes intensas cores que tingem o ar de forma inexplicável aos olhos de uma criança fazem pairar sobre o arco-íris um certo mistério, tornando-o objeto de encanto e admiração.

Será tudo isso uma irrealidade, que habita apenas no fantasioso mundo infantil? Para um espírito superficial, talvez… Mas se considerarmos com profundidade essa lenda e, mais do que ela, o estado de espírito admirativo com que é recebida, compreenderemos a veracidade dos ensinamentos que ela nos traz.

Deus colocou na alma humana o “senso do maravilhoso”, uma tendência natural que leva a continuamente buscá-Lo e glorificá-Lo ao contemplar os seus reflexos em toda a obra da criação. Por causa disso, dorme no interior de cada homem uma como que saudade do Paraíso perdido e um incessante desejo de alcançar o Céu. Embora não possam ser plenamente saciadas nesta terra, essas íntimas aspirações fazem a pessoa regozijar-se e sentir-se atendida quando descobre fora de si mesma algo consoante com elas.

O “senso do maravilhoso” manifesta-se de forma mais patente nas crianças por estarem elas, em geral, mais próximas da inocência. Entretanto, ele é passível de ser despertado pela ação da graça em qualquer um, e tanto mais se fortalecerá quanto mais for exercitado. Por meio dele tornar-se-á possível encontrar por detrás de todas as coisas o maior dos tesouros, que é o sobrenatural.

Dispôs também o Altíssimo que a ordem do universo fosse custodiada e mantida pelo numeroso exército dos Anjos, encarregados de executar os mandatos divinos. Sob seu influxo invisível movem-se harmoniosamente os astros, fluem as nascentes, deslocam-se as nuvens com leveza ou lentidão ameaçadora.

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Não seria, portanto, de estranhar que alguém, seguindo com fidelidade as inspirações da graça, procurasse na ponta do arco-íris não um pote de ouro e pedras preciosas, mas algo incomparavelmente superior: o Anjo que o Criador designou para custodiar tão feérico elemento de sua obra. E, sendo o arco-íris o sinal da aliança de Deus com os homens (cf. Gn 9, 12-16), este espírito celeste não terá por missão proclamar e representar através dos séculos a vitória e a ressureição de Cristo na História?

São apenas piedosas hipóteses, mas elas nos levam a compreender melhor o misterioso sentido e a profunda razão de ser de todas as maravilhas postas por Deus na criação.

 

Por Ariane Heringer Tavares, EP

(in “Revista Arautos do Evangelho”)

 

 

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