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Carnaval: o católico pode participar?

Redação (Quarta-feira, 19-02-2020, Gaudium Press) Por todo o Brasil, muita gente prepara-se para aproveitar o período do carnaval.
Por todo lado já tem gente “foliando” em blocos carnavalesco, em pequenas aglutinações e em clubes.

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“…é questão de acertar nossa caminhada
com os caminhos que se afeiçoam mais com o Senhor”.
Foto: NetCampos

O ambiente de carnaval invade as ruas e chega com insistência inaudita dentro das casas através das televisões e redes sociais.

Diante dessa situação -quase inevitável- surge uma pergunta razoável e de muito bom senso:
o católico “pode ir para as ruas e extravasar sua alegria como um grande folião”?

Essa pergunta já foi feita em 2018 e, naquela ocasião, também foi respondida.
Trazemos novamente aos leitores o pensamento de André Parreira em um artigo distribuído à imprensa.

André Parreira escrevia enquanto membro do Instituto Nacional da Pastoral Familiar e da Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e como conhecido autor de livros sobre matrimônio e família.

O católico pode participar do carnaval?

Para Parreira, “a resposta ( a esta pergunta) pode começar com outra pergunta:

Alguém poderia dizer que o os blocos, desfiles e bailes de Carnaval não são ambientes propícios ao pecado, com tanto álcool, nudez e erotização?

As modas das mini-roupas (as bermudinhas viraram o traje oficial!) e fantasias minúsculas ou de caráter sexual refletem o pudor daqueles que tem consciência de que são templo do Espírito Santo?”.

André Parreira continua respondendo e, agora, com um exemplo:

“Até mesmo as marchinhas já são um risco, pois embora muitas sejam interessantes e divertidas, boa quantidade delas carrega grande erotização”.

Os caminhos do Senhor

Parreira confessa: já participei do Carnaval, “mas há muitos anos” e não acompanho mais a folia “nem mesmo pela televisão”.

“E esta (anti)cultura não será transmitida por minha esposa e por mim aos nossos filhos. Aqui em casa não entra nem as músicas de Carnaval”, afirma e explica que esta decisão não foi tomada apenas por “questão de gostar ou não, nem mesmo se trata de alienação.
Mas é questão de acertar nossa caminhada para os caminhos que se afeiçoam mais com o Senhor”.

A moral desagrada a alguns…

“Sei que vou desagradar a muita gente católica que tem paixão pelo Carnaval e que espera ansiosamente pela data e dispara contra qualquer um que queira levantar a questão”.

E, mesmo com argumentos de santos, a posição correta pode desagradar, admite André, e ,logo em seguida, apresenta alguns conselhos de santos sobre esta festa.

“Por exemplo, Santo Afonso Maria de Ligório diz que a fuga das ocasiões de pecado é grande dever em nosso caminho de crescimento espiritual”, ou ainda Santa Faustina, que “relata o sofrimento do coração de Jesus nos dias de Carnaval”.

“São João Maria Vianey dizia que o anjo da guarda ficava do lado de fora dos salões de baile e que algumas danças são a ‘corda com que o demônio arrasta mais almas para o inferno'”.

“São Carlos Borromeu afirmava que jamais podia compreender ‘como os cristãos podiam conservar este perniciosíssimo costume do paganismo'”.

Dessas citações de santos surge uma pergunta que André não cala:

“Se estes santos diziam isso com base no Carnaval de seus tempos, o que diriam se conhecessem as festividades de hoje?”.

E, para ser mais atual, André Parreira apresenta uma reflexão sobre este tema feita por Dom Henrique Soares, Bispo de Palmares (PE):
“Devemos, então, rejeitar em bloco o Carnaval atual? A resposta pronta não existe! Se um cristão julga poder brincar o carnavalzão do mundo sem cometer excessos, sem dar azo à imoralidade, sem a dispersão interior violenta que nos tira da presença de Deus e da realidade, então brinque em paz!

Eu duvido muito que isto seja possível, mas é preciso respeitar a consciência de cada um!”, afirma o Prelado.
(ARM)

 

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