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Em Nagasaki Papa recorda mártires japoneses e convida a segui-los

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Nagasaki (Segunda-feira, 25-11-2019, Gaudium Press) A celebração da Santa Missa da Solenidade de Cristo Rei foi o último ato realizado pelo Papa Francisco neste domingo, 24/11, em Nagasaki.

Como é conhecido, Nagasaki, juntamente com Hiroshima, eram as duas cidades japoneses com o maior número de católicos na época em que foram escolhidas para protagonizarem o holocausto causado pela explosão das duas primeiras bombas atômicas.

Este fato histórico certamente serviu de fundo de quadro para as reflexões feitas por Francisco durante sua homilia proferida para milhares de fiéis reunidos no Estádio de Baseball da cidade.

Em suas palavras o Papa recordou São Paulo Miki e Companheiros, que, com coragem, deram testemunho de fidelidade à Fé católica e que por isso, deixa, com seus companheiros e mais milhares de mártires japoneses, uma herança espiritual inspiradora para os fiéis de hoje.

A homilia do Pontífice partiu do versículo evangélico de São Lucas:
“Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino”.

E o convite de Francisco foi para unirmos nossas vozes à voz do Bom Ladrão que foi crucificado com Jesus, que reconheceu sua realeza e O proclamou Rei.

“No Calvário, muitas vozes se calaram e tantas outras zombaram do Crucificado; só a voz do Bom ladrão se ergueu em defesa do Inocente sofredor, como verdadeira e corajosa profissão de fé”.

São Dimas, o malfeitor, conhecido como Bom ladrão, entre zombarias e humilhação, teve a força, apesar do seu sofrimento na cruz, de levantar sua voz e fazer a sua profissão de fé em Jesus, que lhe respondeu com uma promessa:

“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”.
Por isso, Francisco convidou os fiéis presentes a renovar a nossa fé em Jesus Cristo, como fez o Bom ladrão.

Calvário: “Hoje estarás comigo no Paraíso”

” Calvário, lugar de desatino e injustiça, onde impotência e incompreensão são acompanhadas pela murmuração cínica dos zombadores, diante da morte de um inocente.

Tudo isso se torna sublime, graças à atitude do Bom ladrão, com palavras de esperança para toda a humanidade “, recordou o Papa.

As zombarias tocam o coração tornando-se compaixão.

O Pontífice refletiu com os milhares de japoneses ali presente:

” Estas terras experimentaram, como poucas, a capacidade destruidora que o ser humano pode chegar. Por isso, como o Bom ladrão, vivamos este instante para elevar a nossas vozes e fazer a nossa profissão de fé em defesa e ao serviço do Senhor, o Inocente sofredor; acompanhemos seu suplício, solidão e abandono, sabendo que o Pai deseja a salvação de todos:

“Hoje estarás comigo no Paraíso”. 

Isso já ocorreu no Japão: eis nossa esperança!

Francisco recordou, então o exemplo de São Paulo Miki e Companheiros:

” Seguindo suas sendas, queremos caminhar nas suas pegadas professando, com coragem, que o amor doado, sacrificado e celebrado por Cristo na Cruz, é capaz de vencer todo o tipo de ódio, egoísmo, ultraje; é capaz de vencer todo o pessimismo indolente ou bem-estar narcotizante, que acaba paralisando todas as boas ações e escolhas “

Professamos a nossa fé no Deus dos vivos, afirmou o Papa. Cristo está vivo, age no meio de nós e nos guia rumo à plenitude da vida. Eis a nossa esperança!

Nossa missão de discípulos missionários é ser testemunhas e arautos do futuro. Por isso, não devemos nos resignar diante do mal, mas sermos fermento do seu Reino: na família, no trabalho, na sociedade. E Francisco acrescentou:

O Reino dos Céus é nossa meta

Segundo Francisco, “O Reino dos Céus é a nossa meta comum: uma meta que não pode ser atingida só amanhã, mas também, apesar da indiferença que circunda e cala tantos dos nossos enfermos, pessoas com deficiência, idosos e excluídos, refugiados e trabalhadores estrangeiros. Todos são sacramento vivo de Cristo, nosso Rei”. (JSG)

 

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