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Por que imitar os Santos?

Redação (Segunda-feira, 02-09-2019, Gaudium Press) É fácil perceber que os homens se influenciam mutuamente no relacionamento social.

 

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A criança imita os pais, um jovem músico inspira-se no mestre para executar uma melodia, os gestos de dois amigos tendem a se assemelhar, pois a imitação é conatural aos homens desde a infância, distinguindo-os como a criatura mais imitativa de todas.

Esse mimetismo inato vincado em nossa humanidade se verifica também no âmbito sobrenatural.

Santos: imagem de Deus transposta para o dia a dia

Conforme frisou Bento XVI, “os Santos constituem o comentário mais importante ao Evangelho, uma atualização sua na vida cotidiana e, por conseguinte, representam para nós um verdadeiro caminho de acesso a Jesus”.(1)

Podemos, sem dúvida, considerá-los como imagem de Deus transposta para o dia a dia.

O conceito de imitação de Cristo – diretamente ou através dos Santos – está presente nos Livros Sagrados, sobretudo nas cartas de São Paulo, como a destinada aos filipenses: “Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (3, 17).

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São Francisco de Assis estava bem cônscio de seu papel simbólico quando dizia: “Devo ser modelo e exemplo para todos os frades”. (2)

Os louvores a São Francisco não se realizavam em detrimento da adoração a Nosso Senhor, antes, pelo contrário, a incentivava.

Na realidade, o franciscano só atingiria a santidade imitando seu santo fundador, Francisco tornou-se para eles um livro aberto de virtudes, um exemplo a ser praticado.

Cada capítulo de sua vida está marcado pelo intenso convívio com seus filhos espirituais e, após a morte, pelos favores de sua intercessão por eles na terra, os quais lhe retribuíam com ainda maior fervor e admiração.

Culto à Personalidade

Para o homem contemporâneo essas analogias entre Cristo e os Santos poderiam parecer despropositadas ou mesmo maldosamente tachadas de “culto à personalidade”.

Nada de mais injusto ou afastado da realidade. As homenagens prestadas ao Santo, mesmo em vida, nada tinham de artificial, pois as multidões acorriam naturalmente para aclamá-lo e venerá-lo: “O povo prestava atenção em suas palavras como se falasse um Anjo do Senhor”. (3)

Por Padre Felipe de Azevedo Ramos, EP

(Trecho do artigo “Imitar os Santos para imitar a Cristo”) 

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(1) BENTO XVI. Audiência geral, 20/8/2008.

(2) ESPELHO DE PERFEIÇÃO, c. XX (FF 1703), in MENESTÒ, Enrico; BRUFANI, Stefano (Ed.). FontesFranciscani. Assisi: Porziuncola,1995.

(3) Idem, c. XVI (FF 1699).

 

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