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Lugar da feiura e do ódio

Redação (Quarta-feira, 21-08-2019, Gaudium Press) Naquele dia solene do Juízo Universal, após anunciar aos justos que estiverem à sua direita o Céu como prêmio, o Redentor voltará seus divinos olhos para os que se encontrarem à sua esquerda e dirá: “Afastai-vos de Mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos!” (Mt 25, 41).

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Em Fátima, Nossa Senhora mostrou o Inferno

Esse lugar de maldição, onde há “fogo eterno”, é o Inferno, tema muito silenciado ou adulterado em nossos dias, mas de fundamental importância. Em Fátima, na aparição de 13 de julho de 1917, a Santíssima Virgem mostrou o Inferno aos três pastorinhos.

Narra a Irmã Lúcia:

“Vimos como que um mar de fogo: mergulhados nesse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. (Deve ter sido ao deparar com esta vista, que dei esse “ai!”, que dizem ter-me ouvido). Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa.”

O réprobo é expulso da Igreja Católica

Muitíssimo mais terrível do que o fogo e outros castigos análogos é a pena do dano, ou seja, o réprobo é rejeitado eternamente por Deus. Portanto é expulso da Santa Igreja Católica.

Afirma Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Quando a alma é condenada ao Inferno, fica expulsa da Igreja Católica Apostólica Romana. E, apesar de [eu] ter pensado em todos os horrores do Inferno, nenhuma coisa me amedrontou tanto, quanto a hipótese de ser expulso da Igreja Católica.

“Pareceu-me que sofrer tudo aquilo, mas continuar na Igreja, era muito menos dolorido do que não padecer nada e estar fora da Igreja.”

Outro ponto muito importante a ser considerado é que o Inferno foi criado por Deus. Ele “é causa primeira de todas as coisas. Se Deus é o Criador do Céu e da Terra, é também o Criador do Inferno. Não houve outro ser que tenha criado o Inferno.

“Ele é o motor primeiro de todas as coisas. Todas as coisas se movem, em última análise, pelo movimento comunicado por Deus. Portanto, Deus – talvez através dos Anjos bons – está animando continuamente todos os
tormentos do Inferno.”

Trajes, ambientes, músicas

Em nossa vida devemos fazer todos os esforços para amar a Deus e guardar seus Mandamentos e os da Igreja, pois do contrário seremos condenados ao Inferno.

Precisamos evitar as ocasiões próximas de pecado, existentes não só nas ruas, na internet, mas até mesmo em ambientes que deveriam incentivar a moralidade, tais como as igrejas. Há pessoas “que entram no templo sagrado não para rezar, mas para se fazer ver, provocar ao pecado e levar almas à perdição eterna”.

Entretanto não basta evitar o mal. Devemos procurar fazer o bem.

Cumpre salientar que no Inferno há coisas horrendas, como animais asquerosos, “trevas […] choro e ranger de dentes” (Mt 25, 30).

Em suma é o lugar da feiura.

Assim, os trajes rasgados e manchados de propósito, os ambientes em que se busca o feio e até o hediondo, as músicas cacofônicas, estridentes, empurram as pessoas para a rampa descendente cujo ponto terminal é o Inferno.

Enquanto que as roupas decentes, as construções como as grandiosas catedrais góticas, as músicas como o gregoriano, que exprimem a pulcritude, nos ajudam possantemente na subida para o Céu. É o que ensina o Livro da Sabedoria: “Partindo da grandeza e beleza das criaturas, pode-se chegar a ver, por analogia, o seu Criador” (Sb 12, 5).

Os réprobos se odeiam, se atracam e se maltratam entre si

No Inferno impera o ódio.

“No Juízo Final, quando os réprobos forem com seus corpos para o Inferno, estes não estarão sujeitos à lei da gravidade. E aquelas chamas farão as pessoas rolarem, de um jeito e de outro, no meio das imprecações, das maldições e dos ódios recíprocos, porque eles se odeiam, se atracam e se maltratam entre si.

“É a cidade eterna do ódio e do desespero. Não haverá remédio para nada. Nunca, nunca, nunca! E os condenados ali ficarão eternamente, eternamente, eternamente!”

O ódio ao bem, à ordem, à hierarquia, que impulsiona os homens aos maiores crimes e toda espécie de hediondezes, como se vê no mundo atual, é uma prefigura do Inferno.

No Céu reina o amor a Deus e dos bem-aventurados entre si. E, nesta Terra, os ambientes onde há benquerença, trato ameno, respeitoso e sacral, nos preparam para o Paraíso.

Roguemos à Santíssima Virgem que nos conceda a graça de rejeitarmos tudo aquilo que arrasta para o Inferno, e de amarmos o que nos conduz ao Céu.

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada – 205)

 

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1 – CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. Fátima, aurora do terceiro milênio. São Paulo: Takano Editora. 2. ed., 1998, p. 21-22.

2 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. O Batismo: a porta do Céu! In revista Dr. Plinio, São Paulo. Ano XII, n. 135 (junho 2009), p. 12.
3 – Idem. Os novíssimos do homem – II. In revista Dr. Plinio. Ano XIV, n. 154 (janeiro 2011), p. 14.
4 – CLÁ DIAS, João Scognamiglio. EP. O inédito sobre os Evangelhos. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana; São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2014, v. III, p. 229.

5 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Os novíssimos do homem – II. In revista Dr. Plinio. Ano XIV, n. 154 (janeiro 2011), p. 14.

 

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