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Cristo está realmente presente na Eucaristia?

Redação (Sexta-feira, 21-06-2019, Gaudium Press) Como falar de um mistério, daquilo que a nossa razão não consegue penetrar?
Somente fazendo curvar a razão e dando vazão à Fé.

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Fé e Razão

Assim, podemos destilar da doutrina Católica o princípio de que, para estudar teologia, devemos sempre partir da Fé, para depois aplicar o nosso intelecto e concluir sempre com um novo ato de Fé, pois, melhor parece ser amar aquilo que nos excede e compreender o que nos é inferior.

Sendo o mistério algo insondável para o nosso intelecto devemos crer, celebrá-lo, e dele viver considerando-o com os olhos da fé; fazendo dela e da razão, uma unidade. Ao longo do estudo, a Fé auxiliar-nos-á naquilo que a razão não alcança, no entanto, sem excluí-la.

Mistério da Transubstanciação e Milagre

Entre os mistérios que a Igreja Católica prega, um dos mais augustos e admiráveis é o da Transubstanciação, pois nele “está contido o Cristo inteiro sob cada espécie e sob cada parte de cada espécie”.[1]

Mas como?

Somente é explicável por um milagre: toda a substância do pão se converte na substância do Corpo de Nosso Senhor e toda a substância do vinho na substância do Seu Preciosíssimo Sangue.

Pronunciadas as palavras da consagração – Isto é o meu Corpo; Este é o cálice do meu sangue – Nosso Senhor Jesus Cristo passa a estar presente instantaneamente[2] em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, sob as espécies do pão e do vinho.

Sob as espécies de Pão e Vinho

O que quer dizer “sob as espécies”? Nada mais, nada menos, opera-se o milagre da transubstanciação, a substância do pão e do vinho deixam de estar presentes dando lugar à substância do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, mas mantendo os acidentes do pão e do vinho, o que naturalmente é impossível, pois o que sustenta os acidentes é a substância.

Substância e Acidentes

Uma vez que a substância do pão ou do vinho deixam de estar presentes os acidentes também deveriam desaparecer, mas na Eucaristia não se dá isso; os acidentes permanecem (cor, odor, etc.) e a substância muda,[3] “porque a Deus tudo é possível” (Mt 19,26).

Na Eucaristia, essa presença se dá de duas formas.
Em primeiro lugar por força do sacramento, por outras palavras, na consagração da espécie do pão é dito: “Isto é o meu Corpo;” por virtude do sacramento ali está exclusivamente presente a substância do Corpo de Cristo. Da mesma forma em relação à espécie do vinho, é dito: “Este é o cálice do meu sangue…” sob essa espécie está presente exclusivamente a substância do Sangue de Cristo.

Por outro lado, por razão de concomitância, ou seja, onde está presente um, está presente o outro, sob a espécie do pão está presente a substância do Corpo, como foi mostrado, mas também o Sangue a Alma e a Divindade, uma vez que não é possível separá-los.[4]

Portanto, quando recebemos a Eucaristia, é a Ele próprio que recebemos.

Aquele mesmo que nas ruas da Galiléia curava os doentes, os coxos, os paralíticos…

Não Compreendemos, a Fé assegura

Aquele mesmo que Se deixou crucificar, “o Justo pelos injustos” (1Pedro 3, 18) a fim de salvar-nos; “Só” isso? Não! O próprio Deus Uno e Trino vem habitar-nos, mas este, será tema para um nova artigo.[5]

Tão grandioso mistério, não podemos compreender, mas nossa Fé nos assegura. “Quod non cápis, quod non vídes, animósa fírmat fídes, praetes rérum órdinem”.[6]

Por José Luís de Melo Aquino

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Notas:
[1] DS 1653.
[2] Cf. S.Th. III q.75, a.7.
[3] Cf. S. Th. III q.77, a.1.
[4] Cf. Contra Gentiles, 4, 64; III, q. 76, a. 1.
[5] Cf. VVAA. Lexicon dicionário teológico enciclopédico. Trad. João Paixão Netto; Alda da Anunciação Machado. São Paulo: Edições Loyola, 2003. Pág. 108-110.
[6] Cf. Missal Romano: I lecionário dominical. São Paulo: Edições Loyola, 2003. Pág. 985

 

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