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Governo chinês dedica grandes esforços para ocultar a perseguição religiosa

China – Pequim (Quarta-feira, 20-02-2019, Gaudium Press) A revista ‘Bitter Winter’, dedicada especialmente à denúncia da perseguição religiosa na China, destacou as conclusões do relatório 2019 do Clube de Correspondentes Estrangeiros da China e vários testemunhos sobre o trabalho de ocultação do governo chinês sobre a aplicação das restritivas políticas de assuntos religiosos no país, assim como sobre controversas ações como a demolição de templos e símbolos religiosos.

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Fiéis católicos observam as ruínas de seu templo na China. Foto: Bitter Winter.

Os correspondentes denunciaram a obstrução ao trabalho jornalístico por parte de autoridades e inclusive ordens de apagar informações para frustrar os relatórios da imprensa. Cerca de 40% dos jornalistas afirmaram que suas condições de trabalho pioraram no último ano. Um funcionário anônimo da província de Henan afirmou à ‘Bitter Winter’ que as autoridades locais celebraram uma reunião sobre o tema específico do controle da informação sobre assuntos religiosos. Os funcionários receberam ordens estritas para prevenir que os repórteres pudessem obter evidências sobre a demolição dos templos e a destruição de símbolos religiosos, assim como a indicação de informar aos seus superiores caso a informação chegasse aos jornalistas. As reuniões são objetos de fortes medidas de segurança para que as indicações e documentos não sejam divulgados publicamente.

As manobras das autoridades incluiram o isolamento da área circundante a uma demolição no dia 25 de agosto, sob a desculpa de um suposto dano em uma linha elétrica. As autoridades evacuaram todas as pessoas e retiraram os veículos, chegando inclusive a cortar a eletricidade com o fim de retirar uma Cruz sem oposição e sem deixar evidência. Os trabalhadores receberam indicação de não portar telefones celulares para que não fossem feitos registros fotográficos ou vídeos do ato.

Um cidadão que filmou uma demolição foi ameaçado pelas autoridades e atacado com spray de pimenta. Tendo fugido da cena, o homem, identificado com o sobrenome de Sr. Zhao para proteger sua identidade, logo descobriu que a polícia já havia localizado sua família para advertir-lhes que se ele não voltasse para casa ou se o vídeo fosse publicado, eles seriam tidos como responsáveis. As demolições são vigiadas por policiais sem uniforme e inclusive através de drones para assegurar que não existem pessoas registrando o fato com câmeras ou dispositivos móveis.

“As autoridades do partido Comunista Chinês parecem estar preocupadas de que a evidência de sua perseguição manche a sua imagem no exterior. Mas no mundo de hoje, é muito difícil cobrir todas as evidências dos abusos aos direitos humanos, como ‘Bitter Winter’, documenta diariamente”, concluiu o informativo. (EPC)

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