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Justiça nicaraguense anula título da advogada de Dom Rolando Álvarez

Esta jurista, envolvida na defesa de outros sacerdotes e religiosas, perdeu assim a possibilidade de continuar a exercer a sua profissão.

Advogada Martínez – Foto: La Prensa

Advogada Martínez – Foto: La Prensa

Redação (18/05/2023 15:36, Gaudium Press) O Supremo Tribunal de Justiça da Nicarágua, sob total influência do regime de Ortega, anulou o título de Yonarqui de los Ángeles Martinez García, advogada de Dom Rolando Álvarez, o bispo condenado a mais de 26 anos de prisão, informou o site articulo66.

Esta advogada, também envolvida na defesa de outros sacerdotes e religiosas, perdeu assim a possibilidade de continuar a exercer a sua profissão.

Martinez

“Anos de estudo e experiência profissional não são apagados com uma circular de um órgão cúmplice do Executivo em violações de direitos humanos. Um ato de covardia por não conseguir calar uma voz de quem tem mais do que um diploma de bacharel”, escreveu a advogada em sua conta no Twitter.

A advogada Martínez havia conseguido a libertação de vários presos políticos, seja por decisão judicial ou pela polêmica Lei de Anistia.

“Não reconheço tal resolução que foi assinada por três magistrados: Dra. Alva Luz Ramos, Dra. Juana Méndez e Dra. Marvin Aguilar. Não permitiram que eu me defendesse, não permitiram que eu entrasse nos arquivos, até o momento em que fui intimada a entregar os títulos de advogado e tabelião. Não o fiz e nem vou fazê-lo. Não reconheço as ilegalidades que o Judiciário cometeu”, declarou Martinez em vídeo distribuído à imprensa.

A advogada insistiu que a cada dia fica mais patente a sujeição do Judiciário ao regime de Ortega e de sua esposa Rosario Murillo. Ela exerce a profissão há 17 anos e, nos últimos cinco anos, desenvolveu parte de sua atividade em defesa dos presos políticos.

Não é a única

Junto com Yonarqui Martínez, o Supremo Tribunal de Justiça anulou os títulos de outros 25 advogados, críticos ao regime de Ortega. Do total de 26 que foram afetados pela medida extrema, 15 estiveram presos e expulsos do país, no grupo de 222 presos políticos que foram deportados para os EUA, em 9 de fevereiro.

Também a jurista Vilma Nuñez, de 84 anos e fundadora da ONG Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH), teve seu título anulado. Ademais, o regime de Ortega retirou a sua nacionalidade nicaraguense, congelou as suas contas bancárias e cancelou a sua pensão de aposentadoria.

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