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Chile: 30 anos da canonização de Santa Teresa de Los Andes

No dia 25 de março, será celebrado o 30º aniversário da canonização da primeira santa chilena, em uma Eucaristia presidida pelo bispo da Diocese de Aconcágua, Dom Gonzalo Bravo.

Foto: Vatican News

Foto: Vatican News

Redação (21/03/2023 11:55, Gaudium Press) A Conferência Episcopal do Chile informa que o reitor do Santuário de Santa Teresa de Los Andes em Auco, Pe. Rodrigo Segura Orrego OCD, convida os peregrinos a agradecer a Deus pelo “belo dom que nos deu na santidade de Teresita de Los Andes”, participando da Solene Eucaristia que será celebrada neste sábado, dia 25, no Santuário. Ele acrescentou que esta é uma oportunidade para pedir a ela “que continue sendo este farol luminoso para toda a humanidade”.

Na missa estarão presentes autoridades civis e eclesiásticas, representantes de instituições, entidades e peregrinos que agradecerão a Deus pelo dom da santidade de Teresa de Los Andes para a Igreja universal.

Santa Teresa de Los Andes foi canonizada em 21 de março de 1993, no Vaticano, em uma celebração presidida pelo Papa João Paulo II, e que contou com a presença de mais de cinco mil peregrinos chilenos.

Quem foi Santa Teresa de Los Andes?

Juanita Fernández Solar ingressou no Mosteiro das Carmelitas Descalças, na cidade de Los Andes, em 7 de maio de 1919. Como carmelita, chamava-se Teresa de Jesús, não conseguindo viver um ano inteiro no convento quando faleceu em 12 de abril de 1920, com 19 anos. Em tão pouco tempo, pôde consumar a carreira de santidade que havia iniciado seriamente muito antes de sua Primeira Comunhão.

De fato, um dia, estando com um padre amigo da família, disse-lhe: “Padre, vamos para o céu!” Depois de sair de casa, o padre perguntou a ela: “Então, Juanita, por qual caminho você vai para o céu?” Juanita respondeu: “Ali”, indicando com o dedo a cordilheira dos Andes. O sacerdote então retrucou: “Depois de ter subido estas montanhas muito altas, o céu ainda estará muito longe. Não, Juanita, este não é o caminho para o céu: Jesus no sacrário, este é o caminho real para o céu.”

Juanita possuía um grande desejo de fazer sua primeira comunhão. Muitas vezes ela perguntava quando poderia fazê-lo, mas respondiam que ela era muito pequena. Juanita então pediu para lhe ensinar a fazer comunhão espiritual.

Após receber a permissão para fazer sua Primeira Comunhão, ela se preparou para a confissão, rezava muito e oferecia muitos pequenos sacrifícios a Jesus. “Eu me preparei por um ano. Durante esse tempo, a Virgem me ajudou a limpar meu coração de todas as imperfeições”.

 Ela fez sua primeira comunhão em 11 de setembro de 1910. Este dia ficou marcado pelo resto de sua vida. A partir daí, ela fazia o possível para comungar todos os dias.

Em 1914, ele teve de ser operada de apendicite. E foi nessa época que Juanita ouviu o chamado de Cristo que a convidou a se entregar totalmente a Ele e a se tornar carmelita.

Em setembro de 1917, ela fez contato pela primeira vez com a prioresa do Carmelo de Los Andes porque tinha a convicção interior de que Deus a chamava para este mosteiro

Em janeiro de 1919, visitou Carmelo de Los Andes. Lá ela recebe a confirmação de que Deus a chama para este lugar. Entrou no Carmelo de Los Andes em 7 de maio de 1919 e recebeu o nome de Irmã Teresa de Jesus.

Ela sente uma alegria muito profunda em seu coração por ter se entregado totalmente a Deus e por ter abdicado do que lhe era mais caro (sua família) para seguir a Cristo.

Desde o início, ela se esforça para cumprir a Regra com perfeição, fidelidade e muito amor. Realizava os trabalhos mais humildes e desagradáveis. Para ela, a vida de uma carmelita consiste em três coisas: amar, sofrer e rezar pela conversão dos pecadores, pela santificação dos sacerdotes e da Igreja.

Com a permissão de sua prioresa, que entende que a postulante é uma alma excepcional, Teresa tem uma intensa atividade epistolar. Suas cartas irradiam o amor de Cristo e a alegria de pertencer totalmente a Ele. Algumas de suas amigas, movidas por seu testemunho, ingressaram na vida religiosa.

Em 8 de setembro de 1919, Teresa foi aceita para tomar o hábito, recebendo-o em 14 de outubro de 1919, na presença de sua família e de numerosos amigos.

Nos primeiros dias de março de 1920, Teresa declarou ao confessor da comunidade que só lhe restava um mês de vida, pedindo permissão para fazer penitências extraordinárias. O confessor não acreditou em suas palavras, dizendo-lhe que se contentasse apenas em observar fielmente a Regra do Carmelo.

Apesar da doença que vai levá-la à morte, Teresa participa em todos os exercícios da Quaresma, incluindo o jejum rigoroso. Em 2 de abril de 1920, Sexta-Feira Santa, Teresa iniciou sua Via Sacra seguindo a Cristo e passando longas horas em oração neste dia. As irmãs perceberam que ela estava com febre alta e a obrigaram a descansar.

Vários médicos a examinaram, e diagnosticaram tifo avançado.

No dia 7 de abril, Teresa faz a profissão religiosa in articulo mortis. Segundo o costume, uma noviça em perigo de morte pode pronunciar seus votos (se não morrer, porém, deve retornar ao noviciado).

Depois de muito sofrimento físico e espiritual, Teresa entregou sua alma a Deus no dia 12 de abril de 1920 às 19 horas. “Para uma carmelita, a morte não tem nada de assustador. Ela viverá a vida real; estará nos braços daquele que ela amou aqui na Terra acima de todas as coisas, e estará para sempre imerso no amor.”

Teresa de Los Andes foi beatificada, após um longo processo, em 3 de abril de 1987, em Santiago durante a visita do Sumo Pontífice ao Chile, e canonizada seis anos depois no Vaticano, tornando-se a primeira santa chilena e a primeira carmelita descalça americana a alcançar uma honra tão elevada.

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