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Os ’10 mandamentos’ do miserável

Já sabemos que o pior pecado é o do orgulho, do qual vêm os outros. Contra o orgulho, nada melhor do que se sentir miserável.

Lajas 2

Redação (08/09/2022 19:03, Gaudium Press) O pior pecado é o orgulho, do qual vêm os outros. Esse foi o pecado de satanás, atrás do qual caiu a terceira parte das legiões angelicais. Foi o pecado dos nossos primeiros pais, que queriam “ser como os deuses”, acreditando na falsa promessa da serpente.

Para combater o orgulho, uma das maiores vacinas é sentir-se miserável, ou seja, fraco e necessitado de toda a ajuda de Deus. Vejamos alguns dos que poderiam ser os ‘mandamentos’ do miserável:

O miserável amará o Senhor seu Deus de todo o coração, porque sabe que tudo o que tem vem d’Ele. Ele sabe que o bem que existe em si é devido à bondade divina, e que o mal, esse sim lhe pertence. E procura permanecer nesse amor, nessa restituição e nessa gratidão, em todos os momentos.

2. O miserável terá Maria como canal necessário, como medianeira, intercessora, como sua Mãe. O miserável sabe que é muito pequeno para pedir uma audiência direta com Deus, e prefere que a Soberana Rainha Mãe, que também é sua Mãe, seja quem interceda junto ao Redentor para obter os muitos favores de que necessita para esta vida e alcançar a eternidade feliz.

O miserável, embora conheça experimentalmente sua miséria, saberá que sua natureza decaída é orgulhosa, e por isso pede à Mãe de Misericórdia uma consciência constante e renovada de sua miséria, para que não se torne orgulhoso.

O miserável não se chocará com o título de ‘escravo’, que São Luís Maria de Montfort dá aos perfeitos devotos de Nossa Senhora. Ele sabe que nesta entrega total de amor do escravo à sua Senhora, ele é o mais beneficiado, pois com total flexibilidade secundará os desejos d’Ela e assim Ela viverá nele.

O miserável não se surpreenderá nem mesmo com seu pecado, porque embora tenha o horror ao pecado do verdadeiro filho de Deus, sabe que de sua natureza debilitada e corrompida o que resulta é iniquidade e, portanto, em quedas, longe de ficar angustiado ou desanimado, ele procurará rapidamente recompor sua união com Deus, buscando o auxílio da graça.

O miserável ​​não buscará a fortaleza humana, nem acreditará que a prática da virtude reconstituirá sua força natural, mas sempre se sentirá fraco, necessitado do auxílio divino, e da consciência de sua real fraqueza clamará a Deus, para ajudá-lo em todas as suas lutas e levá-lo ao céu.

O miserável não será uma ilha no meio do grande oceano, e embora saiba a necessidade de retiro e recolhimento dos sentidos para entrar em contato com Deus, também sabe que precisa de seus irmãos, porque Deus normalmente quer a salvação no meio da comunidade, onde ele deverá realizar apostolado, e de onde também chegarão a ele luzes e notas da voz de Deus.

O miserável procurará ser exímio na virtude da Confiança, porque está bem ciente de que quem confia obtém de Deus e de sua Mãe a virtude e a proteção, e sabe que os únicos que não confiam são aqueles que acreditam que são ‘colossos’, os ‘fortes’, aqueles que no final não atingem a meta. A pessoa miserável confia em meio à tragédia, às contrariedades, até mesmo nas quedas, confia no Amor de Nossa Senhora e se deixa amar por Ela. O miserável sabe “que Deus dispõe todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8,28).

O miserável viverá a “infância espiritual” dia após dia, ou seja, sente-se fraco diante das grandes provações, também das pequenas, mas sabe que, implorando e confiando na graça de Deus, poderá superar os obstáculos, grandes ou pequenos, que Deus quer permitir em sua vida diária neste mundo. Ele sabe que deve pedir o “pão nosso de cada dia”, tanto material como espiritual, e que com este pão, com este leite materno, oferecido por Deus aos filhos espirituais, poderá enfrentar as lutas permitidas por Deus. O miserável está atento à voz de Deus em seu dia a dia, e procurará seguir essa voz e não suas próprias opiniões.

O miserável apreciará a oração e procurará ser um homem de oração. Ele sabe que Deus não lhe deve nada, mas a Ele deve tudo. E que também pode obter de Deus tudo o que realmente necessita se dirigir a Ele e a sua Mãe pela oração. O miserável oferece suas orações por meio de Maria, porque sabe que sua oração vale pouco diante do Onipotente, mas também sabe que Deus não despreza as súplicas intercedidas por sua Mãe.

Por Saul Castiblanco

 

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