Cardeal Parolin participa da tradicional cerimônia dos Votos ao Sagrado Coração de Jesus, em Marselha

A tradicional cerimônia do voto de Marselha ao Sagrado Coração de Jesus, que celebra seu 300° aniversário neste ano, contou com a participação do Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Pietro Parolin 

Redação (24/06/2022 08:00, Gaudium Press) O Cardeal Pietro Parolin participou na manhã desta sexta-feira, 24 de junho, da cerimônia dos votos das autoridades de Marselha.

Na sexta-feira, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a cidade francesa de Marselha celebra o 300° aniversário do tradicional voto das autoridades ao Sagrado Coração de Jesus.

O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, celebrou às 8:00 horas do horário local a Missa dos votos na Antiga Catedral Major, acompanhado pelo núncio apostólico na França, Mons. Migliore, e por Mons. Aveline, Arcebispo de Marselha.

Uma peste assolava a cidade

A tradicional cerimônia dos votos dos vereadores ao Sagrado Coração de Jesus remonta ao ano de 1722. A cidade portuária de Marselha foi atingida por uma peste que veio provavelmente do navio “O Grande Santo Antônio”.

A peste vitimou 38 mil pessoas de uma população de 75 mil. Uma testemunha da época escreveu sobre a cidade nesta época: “O aspecto da cidade é assustador. De qualquer lado que se olha, vê-se as ruas com cadáveres empilhados”.

Pedido de intervenção divina

Foi então que o Bispo da cidade, Mons. de Belsunce, inspirado por uma religiosa do Mosteiro da Visitação, Irmã Anne-Madeleine Rémuzat, implorou a intervenção divina e decidiu consagrar a diocese ao Sagrado Coração de Jesus.

No dia 22 de outubro de 1720, Mons. de Belsunce instituiu uma festa local dedicada ao Sagrado Coração a ser celebrada “todos os anos, nas sexta-feira seguinte à oitava de Corpus Christi”. Contudo, para não esperar até o próximo mês de junho, o Bispo preferiu celebrar a cerimônia na festa de todos os santos.

Voto ao Sagrado Coração

Descalço, com uma corda no pescoço e com uma cruz nas mãos, o bispo caminhou pela cidade implorando a misericórdia de Deus e o fim da peste. Depois celebrou uma Missa e fez uma promessa, pronunciada até hoje, por meio da qual colocava a cidade de Marselha sob a proteção do Coração Sagrado de Jesus.

Desde então a peste começou a diminuir em intensidade até 1722, ano no qual o número de vítimas começou a aumentar bruscamente. Logo, o Bispo propôs que os vereadores de Marselha fizessem eles também um voto ao Sagrado Coração de Jesus. 

Tradicional Promessa ao Sagrado Coração de Jesus

No dia 4 de junho de 1722, o vereador Moustier pronunciou solenemente o voto na catedral diante dos notáveis da cidade. Desde então, a cerimônia se manteve todos os anos até a Revolução Francesa, época na qual Missas em Ação de Graças foram celebradas de maneira pública ou clandestina.

Em 1807, a cerimônia foi retomada oficialmente até 1871, quando as autoridades municipais se recusaram a retomar a tradição. Uma comissão de católicos substituiu as autoridades da cidade na proclamação do voto. No ano seguinte, a Câmara de Comércio decidiu se encarregar da cerimônia.

Após uma ausência de alguns anos do voto, em 1877 a Câmara retomou o voto ao Sagrado Coração que é recitado até nossos dias. A cerimônia de caráter inteiramente religioso comporta a recitação da promessa e a entrega de um círio branco com o brasão da cidade à Igreja. (FM)