Gaudium news > São Tomás Morus e São João Fisher

São Tomás Morus e São João Fisher

No dia 22 de junho a Igreja celebra a memória de São João Fisher, juntamente com a de São Tomás Morus, ambos martirizados na Inglaterra por se recusarem a aderir à revolta de Henrique VIII contra o Papado.

Tomas morus joao fisher

Redação (22/06/2022 09:38, Gaudium Press) Tomás Mórus nasceu em Londres, em 1478. Menino muito inteligente, seguiu a carreira do pai, que era magistrado, e bem jovem, com apenas 22 anos, alcançou o doutorado em Direito. Quando começaram suas dúvidas acerca de qual era a vocação que Deus lhe havia destinado, sua grande sensibilidade religiosa levou-o a conhecer a vida comunitária de algumas Ordens da Igreja Católica, passando um certo tempo com os cartuxos de Londres e depois com os franciscanos de Greenwich. Mas, após longas meditações, chegou à conclusão de que deveria optar pela via matrimonial.

Foi um excelente esposo, pai exemplar e verdadeiro amigo dos que lhe conquistaram a confiança. Praticava muito a oração comum em família, participando diariamente da Santa Missa, comungando e confessando-se com frequência. Mas as austeras penitências que abraçava, só mesmo os seus familiares mais íntimos conheciam.

Em 1504, no reinado de Henrique VII, foi eleito pela primeira vez para o Parlamento, o que marcou o início de uma carreira bri­lhante de homem público. Já no reinado de Henrique VIII, chegou a ser membro do Conselho da Coroa, juiz presidente de um importante tribunal, vice-tesoureiro e cavaleiro, até chegar a presidente da Câmara dos Comuns. E por fim, por sua integridade moral indefectível, argúcia de pensamento, caráter fiel e erudição extraordinária, foi nomeado Chanceler do Reino em 1529, num momento de crise política e econômica do país.

Perseguido pelo rei

Mas a grande provação de tão brilhante homem estava por vir.

Quando Henrique VIII quis assumir o controle da Igreja na Inglaterra, rejeitando os preceitos católicos e especialmente a autoridade do Sumo Pontífice, seu Chanceler não lhe deu apoio e pediu demissão. Tomás Mórus foi, por isso, perseguido pelo rei, que lhe confiscou todos os bens, procurando forçá-lo a prevaricar da fé por meio de várias formas de pressão psicológica.

Constatando a firmeza inquebrantável com a qual esse homem não aceitava suas imposições, o rei mandou prendê-lo na Torre de Londres.

Ali o antigo Chanceler padeceu por um longo período. Quando sua filha, o visitava pela última vez no cárcere, ele apontou-lhe quatro monges cartuxos que avistava através das grades, que seriam martirizados por haver igualmente recusado a aceitar os erros do rei: “Veja como vão contentes oferecer sua vida por Jesus Cristo. Quiçá, também a mim, Deus me conceda a coragem para oferecer a vida por sua santa Religião!”

Deus atendeu a seus desejos e, na madrugada do dia 6 de julho de 1535, foi decapitado por recusar-se a jurar fidelidade à nova religião imposta a seu país.

Morreu recitando o Salmo 50: “Tem piedade de mim, ó Deus, segundo a tua grande misericórdia.”

São João Fisher

São João Fisher tinha sido capelão da mãe de Henrique VII e chanceler da universidade de Cambridge, antes de ser nomeado Bispo de Rochester.

Opôs-se ao divórcio de Henrique VIII e Catarina de Aragão, bem como à constituição da igreja anglicana. Tendo negado a prestar o juramento exigido pelo rei aos bispos ingleses, foi detido e encarcerado na Torre de Londres.

Durante sua reclusão, em maio de 1535, foi feito Cardeal pelo Sumo Pontífice Paulo III.

São João Fischer foi condenado a morrer por torturas, mas a pena lhe foi comutada para decapitação, devido ao muito debilitado estado de saúde em que se encontrava.

Inabalável na Fé e na defesa da Verdade, São João Fisher chegou ao seu último momento na prisão com placidez e esperança na bondade divina. Porém, antes de receber o golpe do verdugo, não confiou nas próprias forças e rogou as orações dos que presenciavam sua morte, para não fraquejar e ceder no derradeiro instante.

Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.10, outubro 2002; e Revista Dr. Plinio n. 123, Junho 2008.

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas