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4º Domingo de Páscoa: a grande perseguida e o Bom Pastor

Apesar das incontáveis perseguições, a Santa Igreja se mantém firme e inabalável. Convida-nos ela, entretanto, a palmilharmos os seus caminhos.

Jesus rescatando a la oveja perdida Convento del Buen Bastor Zarauz Espana FL

Redação (08/05/2022 17:47, Gaudium Press) Se deitarmos a nossa atenção na História da Igreja, estaremos convencidos do quanto foi ela perseguida ao longo dos séculos. Já desde o seu nascedouro, ela esteve sujeita à crudelíssima perseguição dos imperadores, sucedida, períodos mais tarde, por guerras de religião, em especial as promovidas pelos protestantes. Se isso não bastasse, foi ainda alvo da sangrenta chacina por ocasião da Revolução Francesa. E, de lá para cá, tal encalço não a deixou.

A verdade: perseguida, mas triunfante

Constatando todos esses fatos, poderíamos nos perguntar: qual a razão pela qual a Santa Igreja foi – e ainda é – tão perseguida? Uma das razões, e quiçá a principal, é sem dúvida porque ela proclama a verdade. Sim, não há nada que desfaça com maior eficácia os argumentos sofísticos dos que vivem no pecado do que a simples existência de alguém que pregue e viva integralmente a verdade. E é esta verdade que, desde o assassinato de Abel até nossos dias, vem sendo acossada ao longo de toda História pelos maus.

Ora, a liturgia deste 4º Domingo de Páscoa trata dessa temática, tão bela quanto incômoda: a verdade.

Na primeira leitura, encontramos São Paulo e São Barnabé anunciando a palavra de Deus na Antioquia da Pisídia (Cf. At 13,14;43-52). Apesar de serem objeto de tão grande graça, os judeus da região se opuseram às palavras dos apóstolos e, utilizando-se de sua má influência, maquinaram uma tentativa de destruir a obra de Deus e de silenciar a verdade da qual Paulo e Barnabé eram testemunhas vivas.

Apesar disso, o cristão nunca pode consentir no derrotismo diante das dificuldades e provações. A verdade é por si mesma vencedora, pois que deflui da onipotência de Deus. Por esta razão, os Apóstolos não se deixaram abater, mas continuaram a espalhar, com redobrado ardor, a Boa Nova.

Contudo, um detalhe salta aos olhos: essa perseguição possuía como causa motriz os que deveriam ser os detentores da verdadeira religião e, por conseguinte, dos que deviam deter o papel de defensores da verdade, os fariseus e os chefes da lei. Porém, são eles justamente os ferrenhos perseguidores dos apóstolos – isto é, da verdade.

A História, sem embargo, registrará novos exemplares dessa maldade. São Jerônimo, Santa Joana d’Arc, Santa Teresa de Jesus, ou, bem próximo de nós, São Pio de Pietrelcina, filhos fiéis da Igreja, não sofreram o martírio da perseguição, por pregarem e viverem a verdade?

Ouvir a voz do Pastor

Através da liturgia deste 4º Domingo, a Igreja procura inculcar em seus filhos uma realidade muitas vezes olvidada: por onde passa a agulha, deve passar necessariamente a linha; ou seja, se ela foi alvo de perseguições, pode ser que também eu, por viver conforme a verdade, venha a ser acossado, seja em meu trabalho, em meu círculo familiar etc. E por uma simples razão, a de procurar ser íntegro e viver concorde aos mandamentos da Lei de Deus.

Contudo, para ser digno de contemplar por toda a eternidade a face do Divino Cordeiro, é necessário passar por grandes tribulações, consoante ao que afirma São João (Cf. Ap. 7,9; 14-17).

Logo, este domingo do Bom Pastor traz à tona uma lição importante: é necessário a aderência total à verdade. Verdade que, para nós católicos, é fundamentada no Verbo Encarnado, em Jesus Cristo, numa adesão completa à sua Pessoa, à sua doutrina, aos seus exemplos. Com efeito, Ele próprio afirmou de Si: “Eu sou o caminho, A VERDADE e a vida” (Jo 14,6).

Ouçamos, pois, a voz do Bom Pastor e façamo-nos um com Ele, a fim de sermos as suas ovelhas fiéis, conformando toda a nossa vida aos seus ensinamentos, aos seus caminhos e à sua vida, mesmo que as perseguições venham ao nosso encontro.

Nossa grande consolação, apesar de tudo, consiste em saber que temos ao nosso lado o Bom e Fiel Pastor, que jamais abandonará seu aprisco.

Por Jerome Sequeira Vaz

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