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Em entrevista, Papa Francisco fala sobre suas atitudes em relação à guerra na Ucrânia

Em entrevista concedida ao jornal argentino “La Nación”, o Papa Francisco respondeu perguntas sobre a guerra na Ucrânia

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Redação (23/04/2022 12:00, Gaudium Press) Em uma entrevista concedida e publicada no jornal argentino La Nación, o Papa Francisco respondeu às perguntas do jornalista Joaquín Morales Solá.

O jornal argentino abordou vários assuntos, mas a questão ucraniana foi a pauta de maior destaque na entrevista.

O jornalista perguntou a razão pela qual Francisco nunca nomeia o presidente russo Vladimir Putin ou a Rússia quando faz referência à guerra na Ucrânia. 

O Pontífice respondeu que “um papa nunca nomeia um chefe de Estado, muito menos um país, que é superior ao seu chefe de Estado.”

Em seguida, Francisco confirmou que há tratativas diplomáticas em curso, mas que não podia precisar os detalhes.

00 Flag Ucrania

Quando perguntado sobre sua visita à embaixada da Rússia junto ao Vaticano, Francisco explicou que foi uma atitude de responsabilidade pessoal:

“É claro para quem quiser ver que (eu) estava sinalizando ao governo que pode acabar com a guerra no momento seguinte. Para ser honesto, gostaria de fazer algo para que não haja mais nenhuma morte na Ucrânia. Nem mais uma. E estou disposto a fazer tudo (por isso)”.

Em seguida, Francisco precisou que nesta “altura da civilização” qualquer motivo para uma guerra é “anacrônico”.

Sobre uma possível visita sua à Kiev, Francisco explicou que não pode colocar em perigo objetivos superiores como o fim mesmo da guerra, uma trégua ou corredores humanitários, por exemplo.

Ele mesmo questionou a propósito de sua ida à Kiev: “Qual seria a utilidade do Papa ir à Kiev se a guerra continuasse no dia seguinte?”

Patriarch Kirill

O jornalista argentino perguntou sobre a relação de Francisco com o Patriarca Ortodoxo de Moscou, Kirill.

Francisco respondeu dizendo que é muito boa, porém lamentou que um encontro entre os dois, que estava previsto para junho, tenha sido cancelado: “nossa diplomacia entendeu que um encontro dos dois neste momento poderia levar a muita confusão.”

De fato, esta seria a segunda vez que o chefe da Igreja Católica se encontraria com o chefe da Igreja Ortodoxa Russa.

Francisco é o primeiro Papa que Kirill aceitou ver. Antes o Patriarca ortodoxo tinha recusado  encontrar-se com João Paulo II e com Bento XVI.

Em 2016, aconteceu a primeira reunião dos chefes religiosos em Havana. O encontro aconteceu a pedido do Patriarca russo. Francisco que viajava para o México, fez uma escala em Cuba apenas para se encontrar com Kirill, que já estava de viagem pela ilha. (FM)

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