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Em voo para Roma, Papa falou sobre vacinação, comunhão, aborto, negacionismo

Vários jornalistas puderam fazer perguntas ao Papa sobre diferentes temas, no seu retorno da Eslováquia.

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Roma (15/09/2021 11:59, Gaudium Press) No voo que o levou até Roma, depois da viagem pela Hungria e Eslováquia, o Papa Francisco respondeu perguntas de alguns jornalistas. Reproduzimos abaixo alguns trechos de suas respostas, publicadas por Vatican News.

Depois de ser perguntado por Bohumil Petrik, de Deenik Standard, sobre a divisão causada pela vacinação nos cristãos na Eslováquia, o Pontífice respondeu:

É um pouco estranho, porque a humanidade tem uma história de amizade com as vacinas: o sarampo, a poliomielite… talvez esta virulência se deve à incerteza, não só da pandemia. Há uma diversidade de vacinas e também a fama de que algumas são um pouco mais do que água destilada, e isso criou medo. Outros afirmam que é um perigo, porque dizem que com a vacina entra o vírus. Também no Colégio Cardinalício houve alguns negacionistas e um destes, pobrezinho, está internado com o vírus. Ironia da vida. Não sei explicar bem, alguns dizem que as vacinas não foram suficientemente testadas. Deve-se esclarecer: no Vaticano, estão todos vacinados, com exceção de um pequeno grupo, que está se estudando como ajudar.

Sobre as diferenças com Orban

Daniel Verdú, de El País, indagou o Pontífice sobre algumas diferenças com o primeiro-ministro Viktor Orban, da Hungria. “O presidente me explicou a lei que eles têm para ajudar os casais jovens a se casarem, a terem filhos. Interessante, é uma lei que se assemelha muito com a lei francesa, mas mais aprimorada. Ali acrescentaram alguma coisa, o primeiro-ministro e o vice-ministro explicaram-lhes como era esta lei. Sobre a migração, nada. Depois voltamos sobre a ecologia. A família, no sentido da demografia: vê-se que há muitas pessoas jovens, muitas crianças. Também na Eslováquia, há muitos casais jovens. Agora o desafio é procurar vagas de emprego para que não saiam para procurá-las. Mas estes foram os temas… Falou sempre o Presidente, ambos os ministros acrescentam algum dado. O encontro durou cerca de 40 minutos” explicou o Pontífice.

Eucaristia, Matrimônio homossexual

Gerard O’Connell, de America, perguntou ao Papa sobre uma frase que ele proferida por ele de que a Eucaristia não é um prêmio para os virtuosos, mas um remédio e alimento para os fracos, e perguntou-lhe sobre a polêmica que está havendo nos Estados Unidos a propósito do acesso à comunhão do presidente Biden.

A este respeito o Papa contou que uma vez estava celebrando Missa “em um lar de idosos, eu estava na sala e disse: quem quer comunhão? Todos os idosos levantaram as mãos. Uma velhinha levantou a mão e tomou a comunhão e disse: “Obrigado, eu sou judia”. E eu disse: “Aquele que eu lhe dei também é judeu”. A comunhão não é um prêmio para os perfeitos – pense no Jansenismo – a comunhão é um dom, um presente, é a presença de Jesus na Igreja e na comunidade. Então, aqueles que não estão na comunidade não podem comungar, como esta senhora judia, mas o Senhor quis recompensá-la sem o meu conhecimento.

Em seguida o Pontífice explicou que o aborto, o qual é apoiado por Biden, é realmente um homicídio. O aborto “é mais do que um problema, é um homicídio, quem faz um aborto mata, sem meias palavras. Mas no caso dos que estão fora da comunhão com a Igreja “Eles são filhos de Deus e precisam de nossa proximidade pastoral, então o pastor resolve as coisas como o Espírito lhe indica”.

Sobre o dito “matrimônio homossexual”, indagou Stefano Maria Paci, de Sky Tg 24:

“O matrimônio é um sacramento, a Igreja não tem poder para mudar os sacramentos como o Senhor os instituiu. Há leis tentando ajudar as situações de muitas pessoas que têm uma orientação sexual diferente. É importante que os Estados tenham a possibilidade de apoiá-los civilmente, de dar-lhes segurança de herança, saúde, etc., não só para os homossexuais, mas para todas as pessoas que queiram se associar. Mas casamento é casamento. Isto não significa condená-los, eles são nossos irmãos e irmãs, devemos acompanhá-los.

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