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Cardeal Parolin convoca a Igreja Alemã à unidade

Por ocasião do 100º aniversário das relações entre este país e o Vaticano, o purpurado viajou à Alemanha.

Cardenal Parolin 2

Redação (01/07/2021 09:57, Gaudium Press) A questão da Igreja Alemã deu e dará muito o que falar. Nada de grande se faz de repente como diz o provérbio latino, nem de repente é solucionado.

Na terça-feira passada, dirigindo-se a alguns bispos alemães em Berlim, o Cardeal Secretário de Estado, Mons. Pietro Parolin, pediu-lhes que colocassem de lado as visões e necessidades individuais, assinalando que “a comunidade deve ter precedência”.

O purpurado exortou a igreja na Alemanha a “retornar a uma unidade que não depende de estar de acordo com as orientações comuns, como é costume na política, mas de estar enraizada em Deus”. Ele se opôs a “reduzir a união a apenas uma única parte em particular, por mais relevante e significativa que seja”. Linguagem diplomática com aspectos um tanto enigmáticos, o que, no entanto, revela a preocupação das mais altas autoridades do Vaticano com o que está acontecendo em termos de unidade alemã.

 A visita marcou o 100º aniversário do início das relações diplomáticas entre o Vaticano e a Alemanha, em um contexto que muitos descrevem como pré-cismático devido aos avanços do chamado Caminho Sinodal em temas como moralidade sexual, sacerdócio, etc. Entre os presentes se encontravam o presidente da conferência dos bispos, Mons. Georg Batzing, bem como o Cardeal Arcebispo de Munique e o Cardeal Arcebispo de Colônia, entre outros.

Águas que não são acalmadas

Embora em um recente encontro com o Papa, Mons. Batzing quisesse acalmar as águas, declarando que os bispos alemães não têm a intenção de “embarcar em um caminho especial”, declarações como as do Bispo de Hildesheim, Mons. Heiner Wilmer, apoiando a promoção de bênçãos às uniões do mesmo sexo, parecem desmenti-la abertamente.

Também presentes na homilia do Cardeal Parolin estavam o Cardeal Arcebispo de Munique, Mons. Reinhart Marx – que em sua recente carta de renúncia não aceita pelo Papa estimulou o apoio ao chamado Caminho Sinodal – juntamente com o Cardeal Arcebispo de Colônia, Mons. Raine Maria Woelki – um claro crítico desse Caminho, e que recentemente recebeu uma visita apostólica para indagar como tinha sido a condução dos casos de abuso sexual pelo clero. O Cardeal Woelki enfrenta uma forte pressão para renunciar.

No entanto, vozes, como as do Cardeal Gerhard Müller, antigo prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, afirmam que a pressão contra o Cardeal Woelki não tem tanto a ver com a questão da condução dos abusos sexuais, da qual uma investigação independente já o exonerou, mas com sua oposição ao Caminho Sinodal.

“Evidentemente não se trata de justiça para as vítimas ou assumir a responsabilidade pelas falhas pessoais. O foco está em outros objetivos”, afirmou o cardeal Muller, que declara inequivocamente que o Caminho Sinodal Alemão tem “uma agenda herética e cismática” e que, tentar encontrar uma solução para a questão dos abusos sexuais dessa forma, é algo que “está fadado ao fracasso”. (Gaudium Press/ Saul Castiblanco)

Com informações Crux.

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