Condenações judiciais de cristãos na Argélia são preocupantes
Os convertidos ao cristianismo, comumente do Islã, devem manter sua nova fé de uma forma “discreta”.
Redação (30/06/2021 13:03, Gaudium Press) As recentes decisões de condenar alguns cristãos e o fechamento de locais de culto na Argélia levaram a Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional a dizer que “o país está indo na direção errada”. Essa Comissão foi criada pelo governo dos EUA como uma entidade bipartidária e independente que faz recomendações ao presidente, ao secretário de Estado e ao congresso sobre a questão da liberdade religiosa no exterior.
Dois casos atraíram particularmente a atenção desta entidade.
Um deles, o de Hamid Soudad, 42 anos, pai de quatro filhos, que foi condenado a 5 anos de prisão por um tribunal de Oran, por ter repostado uma caricatura de Maomé em sua página do Facebook.
O outro caso é de um proprietário de uma livraria, um pastor protestante, Richid Mohamed Seighir, condenado por outro tribunal desta mesma cidade por “imprimir, armazenar ou distribuir materiais que possam ‘abalar’ a fé de um muçulmano”.
A Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional também destaca a recente ordem de um tribunal administrativo de Oran que ordenou a lacração de três locais de culto cristão, que já haviam sido obrigados a fechar pelo governo no ano passado.
Departamento de Estado dos EUA é convidado a colocar Argélia em lista de “vigilância especial”
Frederick A. Davie, membro desta Comissão, qualificou as decisões judiciais como “tentativas flagrantes de negar aos cristãos argelinos seu direito à liberdade de religião e crença”.
“Encorajamos os funcionários do governo dos EUA a acatar os recursos contra essas decisões para demonstrar nosso firme comprometimento com a liberdade religiosa dos cristãos e de todas as minorias religiosas na Argélia”, declarou. Ele também sugeriu que o Departamento de Estado americano colocasse a Argélia em sua “lista de vigilância especial” por “participar ou tolerar graves violações à liberdade religiosa”.
Igualmente é verdade que, de acordo com a entidade especializada Open Doors, a situação na Argélia melhorou em termos de liberdade religiosa. Mas isso é devido a “uma redução substancial dos incidentes de violência contra os cristãos”.
Mons. Paul Desfarges, Arcebispo de Argel, atribui esse declínio “ao fato de que os novos discípulos vivem sua fé discretamente e com respeito ao Islã. E um caminho de aceitação está sendo feito gradualmente na Argélia”.
Mas é evidente que essa discrição se deve principalmente aos sérios riscos que correm em seu ambiente aqueles que declaram terem se convertido ao cristianismo.
Com informações CNA.
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