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O padre católico que assistiu Lady Di na hora da morte

No dia 1 de julho, Lady Diana completaria 60 anos. Padre Yves fez um relato de como a encontrou no hospital, após o fatal acidente de carro.

Padre Yves Clochard Bossuet

Redação (29/06/2021 10:32, Gaudium Press) Há personagens que têm em si um carisma especial, algo que os torna agradáveis às pessoas, uma “luz interior” pela qual as pessoas as procuram e se sentem bem em sua companhia; e fazem com que seus pedidos sejam quase irresistíveis. Dom de Deus, pois tudo vem dEle.

Um dom natural que tinham, por exemplo, pessoas como Dom Bosco e Jacqueline Kennedy. Lady Diana Spencer também o tinha. No entanto, frequentemente este dom convive promiscuamente com o pecado.

Muitos devem ainda se lembrar da história de seu trágico acidente em um túnel de Paris, fugindo dos paparazzi, com um motorista que estava sob a influência do álcool. O luto que se viveu então foi quase mundial e obrigou a coroa britânica a realizar funerais de Estado.

Um sacerdote também protagonista desta história

O que não é tão conhecido é que o ministro que a assistiu em sua morte foi um sacerdote católico, Pe. Yves-Marie Clochard-Bossuet. Esta é a história revelada pelo Daily Mail e reproduzida por diversos meios de comunicação, incluindo Religion en Libertad.

Padre Yves morava perto do hospital Pitié-Salpêtrière em Paris, e se ofereceu como capelão de plantão nos fins de semana. Foi em 31 de agosto de 1997, quando às 2h da manhã, tocou o telefone do sacerdote: era o gerente do hospital que pedia ao padre o endereço de um pastor anglicano. O Pe. Yves simplesmente disse que não o tinha. “Sinto muito”, e desligou.

Três minutos depois o telefone tocou novamente, era de novo o gerente: “O senhor pode vir no lugar do padre anglicano?” “- Sim, mas por quê?” “- Eu não posso lhe dizer”.

Então, o Pe. Yves replicou: “É curioso que você não possa me dizer, porque se eu tenho que ver uma pessoa às duas da manhã eu gostaria de saber quem ela é.” O presbítero começou a pensar que o gerente estava embriagado: “Se você não pode me dizer o nome ou a razão, sendo duas da manhã, você está brincando”, insistiu.

E com a explicação do gerente, o sacerdote ‘confirmou’ sua embriaguez: Lady Di havia sofrido um acidente e sua presença era necessária. O sacerdote um pouco irritado simplesmente desligou o telefone.

Mas o gerente insistiu novamente: “Padre, sinto muito, mas é verdade o que eu lhe disse”, declarou com angústia. Disse-lhe ainda que o embaixador britânico estava esperando por ele, e que, por favor, fosse com urgência porque a situação era extremamente grave. Naquele momento, o Padre Yves se convenceu de que tudo era verdade e correu para o hospital. Quando chegou, o movimento exterior confirmou a veracidade do pedido.

Às 3:30, ele foi conduzido ao departamento de cirurgia. O embaixador do Reino Unido cumprimentou-o e disse-lhe para rezar e esperar pacientemente. Às 4:20, uma enfermeira levou-o ao primeiro andar, onde se encontravam o Ministro do Interior da França, Jean-Pierre Chevènement e novamente o embaixador britânico.

Finalmente, levaram-no até o quarto onde Diana estava e pediram-lhe para acompanhá-la até a chegada de um pastor anglicano. Às 4: 41 da manhã, ele já estava ao lado do corpo sem vida de Diana Spencer, e com ela permaneceu 10 horas.

Sua impressão ante o corpo sem vida de Lady Di

“Foi ali que a vi pela primeira vez”, lembra o Pe. Yves. “Seu corpo estava completamente intacto, sem marcas, manchas ou maquiagem. Completamente natural. Ela era uma mulher muito bonita e era quase como se pudesse falar com ela”, narrou.

Ele não tinha uma boa opinião sobre a princesa: “Todas essas fotos, amantes… em uma mulher que é mãe de um futuro rei. Ela não estava se portando bem”; contudo, ao encontrar seu corpo sem vida, sua animosidade se dissipou.

Pe. Yves pensou então nos filhos da princesa que não sabiam o que havia ocorrido. E seguia encomendando a alma da falecida à misericórdia do Juiz Eterno.

Escreveu uma carta

A experiência para o Pe. Yves foi realmente forte e, por isso, pediu permissão aos seus superiores para passar algumas semanas de oração em Medjugorje. Mas antes escreveu uma carta para a mãe da princesa, Frances Shand Kydd: “Eu tenho um primo inglês e foi ele quem me disse que a mãe da Diana era uma católica convertida com uma fé forte. Ele sugeriu que eu escrevesse para ela”. E foi o que o presbítero fez.

“Eu escrevi uma carta muito formal, dando-lhe todos os detalhes. Queria dizer-lhe que as enfermeiras que cuidaram dela tinham feito as coisas muito bem. Não havia nada para reclamar [mesmo que] fosse em um quarto de hospital e não no Palácio de Buckingham. E contei-lhe que tinha rezado e que eu tinha ficado com ela até a chegada do príncipe Charles. O presbítero pensou que suas linhas seriam uma das muitas que não mereceriam uma resposta.

“Mas apenas alguns dias depois, eu recebi uma tocante carta. Ela me agradeceu porque fui o primeiro a lhe dar informações diretas”. Frances disse que ninguém mais havia se comunicado com ela, e que ela se alegrava de que um sacerdote católico houvesse acompanhado sua filha em sua despedida desta vida.

Mas Frances Shand Kydd também fez um pedido ao padre. Perguntou-lhe se ele poderia celebrar uma missa particular no hospital onde a princesa morreu. “Era difícil haver uma missa em particular sem que ninguém soubesse. Mas, em todo caso, consegui porque só foram convidadas pessoas que estavam na mesma situação que ela, que tinham perdido filhos em acidentes,… cinco ou seis famílias que tinham passado por coisas difíceis”.

Frances chegou a Paris três semanas depois: “Eu a peguei no Aeroporto Charles de Gaulle no meu pequeno Peugeot 206. Eu a reconheci imediatamente. Ela se parecia muito com a filha. Ela era muito alta, muito loira e me viu indo em sua direção”. O sacerdote usava uma capa de chuva (para esconder seu colarinho) porque temia que os repórteres os vissem juntos. “Ela veio até mim e abriu meu casaco para ver meu colarinho e confirmar que eu era sacerdote. Assim, o gelo foi quebrado rapidamente”, relatou.

A missa foi celebrada no dia seguinte. Desde então, se estabeleceu uma amizade entre o sacerdote e a mãe da Lady Di. (SCM)

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