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Nosso Senhor Jesus Cristo pode me curar! Quero?

A liturgia deste 13º Domingo do Tempo Comum tem uma “protagonista”, e Nosso Senhor quer mudar nossa visão a respeito dela: a morte. Teremos as portas de nosso coração abertas para Ele ?

Evangelho 13 domingo

Redação (27/06/2021 08:23, Gaudium Press) Hoje temos uma oportunidade muito valiosa de poder considerar certa realidade que, mais dia menos dia, nos será apresentada: a morte.

Por essa porta todos passaremos

Os mundanos – diz Santo Afonso de Ligório – só consideram feliz a quem goza dos bens deste mundo: honras, prazeres e riquezas. Mas a morte acaba com toda esta ventura terrestre. “Que é vossa vida? É um vapor que aparece por um momento” (Cf. Tg 4,15). Os vapores que a terra exala, quando sobem ao ar, sob o efeito dos raios solares, oferecem, às vezes, aspecto vistoso; mas quanto tempo dura essa aparência brilhante? Ao sopro do menor vento, tudo desaparece.

Aquele poderoso do mundo – hoje tão acatado, tão temido e quase adorado – amanhã, quando estiver morto, será desprezado, olvidado e amaldiçoado. A morte obriga a deixar tudo.

O irmão do grande servo de Deus Tomás de Kempis ufanava-se de ter construído uma casa magnífica. Um de seus amigos, porém, observou-lhe que notava um grave defeito.

— Qual? — perguntou ele.

— O defeito que encontro nela — respondeu-lhe o amigo — é que mandaste fazer uma porta.

— Como? Mas a porta é um defeito?

— Sim, porque virá o dia em que, por essa porta, deverás sair morto, deixando a casa e tudo o mais que te pertence.

Pois a morte despoja o homem de todos os bens deste mundo.[1]

O que levaremos desta vida?

Lembra-nos o ditado popular que “caixão não tem gaveta e mortalha não tem bolso”… Que se pode fazer? A resposta é simples: acumular os bens que vamos poder levar conosco! E que bens são estes? A fé, a esperança e a caridade.

A fé se transformará em visão; a esperança, em posse; e a caridade, que é o amor de Deus, será a medida da nossa recompensa nos céus. É exatamente o que se pode notar no Evangelho deste domingo quando este apresenta a mulher que padece de hemorragia. Ela se aproxima de Jesus cheia de fé para tocá-lo; sua esperança era ser curada e a recompensa foi exatamente ter sobre si o amor e o olhar daquele Deus que se fizera Homem justamente para curar-nos de todos os males.

Em seguida, pode-se contemplar a cena da menina morta.

Por que tinha ela que morrer tão cedo? Para que o Mestre pudesse dar à História uma lição, como se dissesse: “para vós, que sois terrenos e mundanos, ela está morta. Entretanto, Eu, que sou Deus, digo em verdade que ‘a criança não morreu, mas está dormindo’ (Mc 5,39)”. Qual foi a reação dos presentes? “Riam-se dele” (Mc 5,40).

Aí estava a demonstração do mundanismo deles e de sua visão apoucada: não compreendiam que a morte física para Deus é uma mera dormição do corpo. Consequência: em meio ao choro, começaram a rir de Jesus, provando assim que nem o choro nem o riso eram sinceros; e eles, propriamente, não sabiam o que pensar diante da morte. Por quê? Porque não tinham nem fé, nem esperança, nem amor de Deus.

O nosso coração também é uma porta…

Imagine-se que nas atuais circunstâncias Jesus entrasse nos hospitais modernos, nas UTIs e visse todos aqueles doentes dispostos em seus leitos. O que Jesus diria ao ver as angústias e os desesperos daqueles enfermos? Quantos não teriam vontade de se desvencilhar de todos os aparatos, tendo a certeza de que Jesus os curaria?

Mas cabe perguntar quantos destes fariam esse gesto não por amor a Jesus, mas por amor à própria “cura”? Quantos corpos ainda vivos, mas com almas mortas, seriam objeto da consideração e da cura por parte do Divino Mestre?

A Liturgia de hoje nos faz ver e entender a partida desta terra não com os olhos mundanos, mas com os olhos verdadeiros, os de Deus.

Devemos preparar o nosso coração! Pois o coração é como uma porta que só tem maçaneta por dentro; quando Jesus bater, nós é que escolheremos se vamos abri-la ou cerrá-la para sempre.

Por Afonso Costa


[1] SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Preparação para a Morte. Trad. José de Alencar. Edição de Fl. Castro, 2004, p. 16-17.

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