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O Diácono não é um padre de segunda categoria, diz Papa

“Para os discípulos de Jesus amar é servir e servir é reinar. O poder está no serviço, e em nada mais”, diz Papa em Audiência aos Diáconos da Diocese de Roma.

“Para os discípulos de Jesus amar é servir e servir é reinar. O poder está no serviço, e em nada mais”, diz Papa em Audiência aos Diáconos da Diocese de Roma.

Redação (22/06/2021, 12:24, Gaudium Press) O Papa Francisco recebeu no último sábado (19/06) os Diáconos da Diocese de Roma. A Audiência foi realizada na Sala Paulo VI e nela estavam presentes também os familiares dos diáconos.

No início de seu discurso, Francisco respondeu ao pedido dos presentes que desejavam saber o que ele espera dos diáconos de Roma.
“Comecemos por refletir um pouco sobre o ministério do diácono”, disse o Papa:
“Ao ministério dos diáconos são impostas mãos não para o sacerdócio mas para o serviço”, distinguiu e em seguida explicou que “esta diferença não é insignificante. O diaconato, que na concepção anterior foi reduzido a uma ordem de passagem para o sacerdócio, recupera assim seu lugar e sua especificidade”.

“Jesus se rebaixou, ele se fez servo de todos”

O Papa continuou com sua explicação:
“Na Igreja, a lógica oposta deve estar em vigor, a lógica de rebaixamento. Todos somos chamados a nos rebaixarmos, porque Jesus se rebaixou, ele se fez servo de todos”.

“Recordemos, disse Francisco, que sempre para os discípulos de Jesus amar é servir e servir é reinar. O poder está no serviço, e em nada mais”
Francisco segue explicando o diaconato e afirma que se esta dimensão de serviço não for vivida, de fato, todo ministério é esvaziado de dentro, torna-se estéril, não produz frutos. E pouco a pouco vai se tornando mundano.

Referindo-se ainda ao serviço dos diáconos o Papa diz:
“A generosidade de um diácono que se entrega sem procurar as filas da frente tem perfume de Evangelho, conta a grandeza da humildade de Deus que dá o primeiro passo para ir ao encontro até mesmo dos que lhe viraram as costas.”

Os diáconos não são ‘meio-sacerdotes’, nem ‘acólitos de luxo’

O Papa chamou a atenção também para outro ponto importante para os diáconos:
“Hoje devemos também prestar atenção a outro aspecto”, ressaltou ele, “a diminuição do número de sacerdotes levou a um compromisso prevalecente dos diáconos de substituir tarefas que, por mais importantes que sejam, não constituem a natureza específica do diaconato”.

E o Papa alertou:
“Os diáconos não serão ‘meio-sacerdotes’, nem ‘acólitos de luxo”‘ mas servos cuidadosos que dão o melhor de si para que ninguém seja excluído e o amor do Senhor toque a vida das pessoas de uma maneira concreta”. E resume em poucas palavras: “a espiritualidade diaconal, a espiritualidade do serviço: disponibilidade dentro e abertura fora. Disponível por dentro, com um coração, pronto para dizer sim, dócil, sem fazer a vida girar em torno da própria agenda; e aberto por fora, olhando para todos, especialmente aqueles que são deixados de fora, aqueles que se sentem excluídos”.

Três dimensões para cultivar: o espera o Papa dos Diáconos

Ao esclarecer o que espera dos diáconos de Roma, Francisco recorda suas três ideias breves que não vão na direção de “coisas para fazer”, mas de “dimensões para cultivar”.

“Em primeiro lugar sejam humildes! Que todo o bem que vocês fazem seja um segredo entre vocês e Deus. E assim dará frutos”

“Em segundo lugar, espero que vocês sejam bons esposos e bons pais. Isto dará esperança e consolo aos casais que vivem momentos difíceis e que encontrarão em sua simplicidade genuína uma mão estendida”.

“Por fim”, continua Francisco, “espero que vocês sejam sentinelas: não apenas que saibam identificar o afastado e o pobre – não é tão difícil – mas que ajudem a comunidade cristã a identificar Jesus no pobre e no afastado, enquanto ele bate à nossa porta através deles”.

Como deve ser o perfil, a imagem de um Diácono

Francisco concluiu o encontro reforçando seu pedido aos diáconos permanentes de Roma:
“Vocês podem fazer sua própria imagem com as palavras do final dos Evangelhos, quando Jesus de longe pede aos seus: ‘Acaso tendes algum peixe?’ E o discípulo amado o reconheceu e disse: ‘É o Senhor’ (Jo 21, 5.7). Assim espero que também vocês vejam o Senhor quando, em tantos de seus irmãos menores, pede para ser nutrido, acolhido e amado. Gostaria que este fosse o perfil dos diáconos de Roma e do mundo inteiro”. (JSG)

 

(Com informações e Foto VaticanNews)

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