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Consistório aprova canonização de Charles de Foucauld e outros seis Beatos

Consistório Público Ordinário, presidido pelo Papa, aprova sete novas canonizações. O Cardeal Semeraro afirmou que os novos Santos “Testemunharam Cristo com o dom da vida e o exercício da caridade”.

Consistório Público Ordinário, presidido pelo Papa, aprova sete novas canonizações. O Cardeal Semeraro afirmou que os novos Santos "Testemunharam Cristo com o dom da vida e o exercício da caridade".

Cidade do Vaticano (03/04/2021, 15:17,  Gaudium Press) Na manhã desta segunda-feira, 03/05, o Papa Francisco presidiu o Consistório Ordinário Público para a votação das causas de canonização de sete beatos.

Dentre eles está Charles de Foucauld, sacerdote francês, “pobre entre os pobres” e “irmão universal”, como ele mesmo se definia, que no início do século passado plantou as sementes do Verbo divino no coração do Saara.

“A data da canonização dos beatos ainda não foi definida. O dia deve ser ainda decidido”, disse o Pontífice.
A situação atual da emergência de saúde devido ao coronavírus influenciou na decisão de marcar a canonização numa data posterior.

Admirados pelo povo, de Deus, invocados como intercessores de graças e milagres

O Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, que depois da Hora Terça apresentou ao Pontífice e aos cardeais reunidos na Sala do Consistório “uma breve síntese da experiência humana e espiritual” dos sete beatos e beatas.

O cardeal recordou que “em várias épocas e com diferentes vocações, eles testemunharam, uns com o dom supremo da vida e outros com o exercício heroico da caridade e das virtudes, a fecundidade da Páscoa de Cristo, fonte de esperança”.

“Estes beatos –destacou ainda o cardeal Semeraro– não só são admirados pelo povo de Deus pelo esplendor de suas virtudes, mas também são invocados como intercessores de graças e milagres”,

Beato Charles de Foucauld

O Beato Charles de Foucauld nasceu em Estrasburgo.
Antes de se tornar “irmão Carlos de Jesus”, o jovem Charles iniciou uma carreira militar, seguindo os passos de seu avô que o havia criado desde quando ficou órfão de seus pais aos 6 anos.

O futuro beato deixou a fé de lado durante sua adolescência, mas durante uma perigosa exploração no Marrocos, em 1883-1884, uma pergunta e um pedido brotaram em sua alma: “Deus existe?” “Meu Deus, se você existe, deixe-me conhecê-lo”. Um pedido que assumiu as características daquela oração incessante que marcou toda sua vida.

Voltando à França, Foucauld procurou um sacerdote e o pediu para instruí-lo.

Depois foi em peregrinação à Terra Santa. Lá, nos lugares da vida de Cristo, encontrou sua vocação: consagrar-se totalmente a Deus, imitando Jesus numa vida escondida e silenciosa.
Charles de Foucauld foi ordenado sacerdote aos 43 anos (1901), e logo partiu para o deserto argelino do Saara. Primeiro ele foi para Beni Abbès, depois foi para Tamanrasset.
Viveu uma vida de oração, meditando continuamente a Sagrada Escritura, no desejo incessante de ser para cada pessoa o “irmão universal”.

Morreu aos 58 anos na noite de 1º de dezembro de 1916, assassinado por um bando de saqueadores de passagem.
Bento XVI o beatificou em 2005.

Lázaro Devasahayam

Lázaro Devasahayam é o primeiro leigo indiano a se tornar beato. Foi um pai de família e mártir. Ele era filho de um brâmane no reino hinduísta de Travancore, pertencia, portanto, à alta casta dos guerreiros.

Converteu-se ao cristianismo quando adulto e recebeu o Batismo aos 33 anos. Sua conversão foi considerada uma traição e um perigo para a solidez do reino. Por isso, ele foi preso, humilhado e torturado por oficiais que receberam ordens para matá-lo.

E que era acusado? Abjuração do hinduísmo.

Foi Bento XVI que o inscreveu na lista dos beatos em 2011.

Maria Francisca de Jesus

Anna Maria Rubatto, nascida no Piemonte, dedicou-se durante anos à assistência aos pobres em Turim, à visita aos doentes no Cottolengo e ao compromisso constante no Oratório de Dom Bosco.

Fundou na cidade de Loano, perto de Savona, o Instituto das Irmãs Terciárias Capuchinhas e depois partiu para a América Latina, onde trabalhou arduamente para servir os pobres.

Em 1892, levou suas irmãs para Montevidéu, no Uruguai, e de lá, após pouco tempo, foram para a Argentina e Brasil.

Por sete vezes, Madre Francisca atravessou o Oceano para acompanhar e visitar suas filhas.

Morreu em Montevidéu, em 1904, e foi beatificada oitenta e nove anos depois por João Paulo II, em 1993.

Maria Domenica Mantovani

Foi a primeira superiora da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família, fundada por ela mesma e o Beato Giuseppe Nascimbeni, seu guia espiritual, que a queria como colaboradora para a fundação do Instituto.

Domenica Mantovani foi uma figura determinante no desenvolvimento do carisma e da espiritualidade.

Consagrou toda sua vida, até o final de seus dias, ao serviço humilde dos pobres, órfãos e doentes. João Paulo II a declarou beata em 2003.

César de Bus

Ele nasceu na Provença e teve formação jesuíta. Tornou-se sacerdote e se dedicou à pregação e catequese e fundou a Congregação dos Padres da Doutrina Cristã no longínquo ano de 1572, com o objetivo de dar formação para os fiéis.

César de Bus realizou a tarefa a que se propôs com um estilo simples, pobre, próximo ao povo, através de catequeses fáceis de entender.

Faleceu na manhã de Páscoa de 1603, em Avignon. Paulo VI o declarou Beato em 1975.

Luigi Maria Palazzolo

Luigi Maria Palazzolo foi um sacerdote de Bérgamo que fundou as Congregações das Irmãs dos Pobres e dos Irmãos da Sagrada Família para acolher meninas órfãs e garotas pobres.
Ele também criou escolas noturnas para jovens e adultos.
O trabalho educacional e a formação religiosa que ele ofereceu foram tão eficazes que cerca de quarenta jovens do Oratório optaram por se tornar sacerdotes. Provado pelo sofrimento físico e moral, faleceu aos 58 anos.
Em 1963, João XXIII o beatificou.

Giustino Maria Russolillo

Giustino Maria Russolillo foi um Sacerdote de Pianura, na província de Nápoles.
Viveu sua vida e seu ministério a serviço das vocações, para as quais fundou uma sociedade de sacerdotes.
Foi pregador, conferencista e escritor.
A catequese permanente e a pastoral da família transformaram sua comunidade paroquial em uma “casa de santidade” e o berço de numerosas vocações.

Ele também estendeu suas atividades a sacerdotes e religiosos em dificuldade, ajudou os jovens na formação de famílias cristãs.

Por causa de seu trabalho incansável, sofreu várias incompreensões e, sempre, ofereceu estes sofrimentos à Virgem Maria.
Bento XVI o beatificou em 2011. (JSG)

(Foto VaticanNews)

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