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Decálogo da má educação

Muitos ambientes que nos rodeiam parecem guiar-se pelo lema: tudo deve ser permitido. Essa atitude despersonaliza o homem mais do que qualquer tirania exterior.

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Redação (09/02/2021 11:39, Gaudium Press) O diretor de um dos colégios dos Arautos do Evangelho me passou um inusitado Decálogo da má educação, difundido há algum tempo pela revista católica Magnificat, de Braga, Portugal. Esta o publicava como de autoria da Direção Geral de Polícia de Seattle, Estados Unidos, que, alarmada pelo nível de delinquência e mau comportamento dos jovens, decidiu ironicamente recomendar:

1º – Dê a seu filho, desde a infância, tudo o que ele quiser. Assim ele crescerá convencido de que o mundo inteiro lhe deve tudo.

2º – Ria-se se ele disser palavras vulgares e de baixo calão. Assim ele acreditará que é muito engraçado.

3º – Não lhe dê nenhuma formação religiosa. Deixe que ele escolha quando for grande.

4º – Não lhe diga: isto que você fez está mal. Pois ele poderia adquirir complexos de culpabilidade e, mais tarde, se for detido por roubar um carro, estará convencido de que é a sociedade que o persegue.

5º – Apanhe tudo o que ele jogar no chão. Assim ele acreditará que todos estão a seu serviço.

6º – Deixe-o ler e ver de tudo. Limpe o prato em que ele come com detergente, que desinfeta, mas deixe que seu espírito se recreie com qualquer “porcaria”.

7º – Discutam os pais sempre diante dele. Assim irá se acostumando e não se dará conta quando a família já estiver destroçada.

8º – Dê-lhe todo o dinheiro que quiser, de modo que ele nem sequer conclua que para ter dinheiro é preciso trabalhar

9º – Satisfaça todos os seus desejos: comer, beber, dançar, passear, divertir-se. Caso contrário, tornar-se-á um frustrado.

10º – Dê-lhe sempre razão quando ele se desentender com os outros, pois são os professores, as pessoas, a polícia, as leis, as autoridades, etc. que não compreendem o pobre jovem.

E este curioso Decálogo termina dizendo: quando chegar à conclusão de que seu filho é um desastre, proclame aos quatro ventos que nunca pôde fazer nada por ele.

Lar cristão: berço da verdadeira educação

A formação católica se rege por princípios inteiramente opostos. Ela põe em realce que uma criança tende a fazer o que ouve e vê, e suas primeiras atitudes serão as de imitar o exemplo dos pais. Quando um filho não recebe deles a devida atenção percebe-se com clareza e sente-se que lhe falta algo…

O Estado também tem seu papel na educação das crianças, contudo não pode substituir a família, à qual cabe, por natureza, esta sagrada missão. Quando ela não a realiza, os prejuízos, em muitos casos irreparáveis, são os que testemunhamos nos dias em que vivemos.

Toda criança boa corre perigo de perder-se e, ao mesmo tempo, toda criança má pode corrigir-se de suas atitudes. E isso não depende tanto dos meninos ou meninas, muitas vezes vítimas de sua própria debilidade, mas da falta de zelo de seus pais ou do uso de métodos inadequados, seguindo a “moda” de sistemas pedagógicos ou psicológicos ditos modernos, como nos adverte o Decálogo citado.

Reafirmemos o princípio de que o fim da família é a procriação e a formação dos filhos. Não façamos de nossos lares lugares com aparência cristã e com uma educação que poderíamos qualificar de pagã. É preciso sempre, com bondade e ternura, ensinar aos filhos, desde pequenos, que a vida é dura, que é preciso amar a fortaleza como virtude cristã e a enfrentar as coisas difíceis.

Não podemos deixar de falar de Cristo Jesus, Nosso Senhor, e de seus ensinamentos; de Maria Santíssima, como nossa Mãe, advogada e protetora; da Santa Igreja como mestra da verdade, que nos leva ao Céu, pois a Igreja é a educadora por excelência.

Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho n.182, fevereiro 2017. Por Pe. Fernando Néstor Gioia Otero, EP

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