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São Fabiano: herói e mártir da Igreja

Feliz da Igreja quando é governada por varões que, fortalecidos pela Pomba, ou seja, pelo Espírito Santo, não temem as feras! Hoje, dia 20 de janeiro, a Igreja lembra a memória de São Fabiano, Papa e mártir.

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Redação (20/01/2024 08:00, Gaudium Press) Fabiano era um devoto cristão daqueles primeiros séculos, nos quais testemunhar publicamente o nome de Jesus significava pôr em risco a própria vida.

Não havia muito que o Papa fora martirizado. “O pontificado de Antero — afirma Eusébio de Cesaréia — tinha durado apenas um mês”.

E Fabiano, como todos os fiéis, aguardava ansioso a eleição do novo pontífice. Assim que as circunstâncias o permitiram, o clero e o povo cristão de Roma se reuniram em algum dos locais de culto, talvez uma dependência das catacumbas, e procederam à eleição.

Procuravam empenhadamente chegar a um consenso em torno do candidato mais idôneo. As preferências se inclinavam para aqueles de origem nobre e influente. No entanto, não havia meio de chegarem a um acordo.

Do anonimato à notoriedade

Naquele dia, Fabiano voltava do campo, com alguns amigos. No caminho, sentiu um desejo intenso de saber quem seria o novo Papa.

Mera curiosidade? Inspiração do Espírito Santo?

E ele, movido por esse misterioso impulso, entrou no local onde transcorria a eleição. Podemos imaginar que tenha ido logo procurar seus conhecidos para se informar das últimas novidades. Talvez algum dos candidatos fosse seu amigo ou parente…

Porém, Fabiano, ao transpor o umbral do lugar onde se desenrolava esse acontecimento histórico, estava bem convicto de que na escolha de um Papa há sempre um eleitor invisível, o qual tem a última palavra, independentemente das intenções humanas que possam interferir naquele ato: o Divino Espírito Santo.

Dessa vez, o Grande Eleitor havia decidido intervir de modo visível. Enquanto Fabiano se esgueirava por entre a assistência para se aproximar do centro da cena onde se desenrolavam os debates, uma pomba entrou por uma janela do recinto, esvoaçou elegantemente sobre os circunstantes e pousou suavemente sobre a sua cabeça: o Espírito Santo o havia escolhido!

A assembleia, presenciando o fato, logo irrompeu numa grande aclamação de júbilo diante de um sinal tão notório da Providência: “Ele é digno! Ele é digno! E apesar da resistência de Fabiano, cercaram-no e o fizeram sentar-se no trono pontifício”, relata Eusébio de Cesareia.

São Fabiano governou a Igreja durante 14 anos, tendo coroado seu pontificado com o martírio, sob o imperador Décio, a 20 de janeiro de 250.

Entre as medidas inovadoras tomadas por esse Papa, destaca-se a nomeação de um diácono para cada uma das sete regiões de Roma, a fim de dar assistência aos pobres, assim como sete subdiáconos para dirigir os notarii, encarregados de redigir as atas dos mártires. Esses diáconos regionais são os antepassados remotos de uma das ordens em que se divide o Colégio Cardinalício: os cardeais-diáconos.

E não deixa de ser singular o fato de ter sido um Papa escolhido por uma “pomba” quem lançou os fundamentos da instituição que, séculos mais tarde, teria como principal função a eleição do sumo pontífice.

De fato, Fabiano não recebeu em vão a visita da Pomba, mas transformou-se em herói e mártir, e não apenas um colecionador e compilador de feitos heroicos de outros.

São Fabiano, rogai pela Santa Igreja Católica Apostólica Romana!

Texto extraído, com adaptações, da revista Arautos do Evangelho n. 73, janeiro 2008.

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