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No local do Batismo do Senhor, celebrada a primeira Missa depois de 54 anos

Devolvida oficialmente aos franciscanos da Custódia da Terra Santa, a Igreja situada no local onde Jesus recebeu o batismo de João Batista.

 Devolvida oficialmente aos franciscanos da Custódia da Terra Santa, a Igreja situada no local onde Jesus recebeu o batismo de João Batista.

Terra Santa (12/01/2021, 13:10,  Gaudium Press) “De campo de batalha a um lugar de paz e oração”.
Com estas palavras, o custodio da Terra Santa, Frei Francesco Patton OFM, anunciou a devolução oficial à Custodia da Terra Santa da pequena igreja de São João Batista, em Qasr Al-Yahud , localizada nas margens do Rio Jordão, no local em que Nosso Senhor Jesus Cristo recebeu o batismo de João Batista.

O fato histórico aconteceu no último domingo, 10 de janeiro de 2021, Festa do Batismo de Jesus, quando os frades franciscanos da Custódia da Terra Santa voltaram a celebrar Missa na Igreja de São Batista:
A última Missa ali celebrada havia sido no dia 7 de janeiro de 1967, há exatos 54 anos.

A área ocupada por Israel na Guerra dos Seis era um campo minado e agora nele se respira paz e espiritualidade

Historicamente, depois da “Guerra dos Seis Dias”, a área que havia sido se transformado em um verdadeiro campo minado durante a guerra, foi ocupada por Israel.
Depois da remoção das minas, o local que havia sido um campo de batalha converteu-se em local onde se respira a paz e espiritualidade.

O local pertence aos Franciscanos e é visitado por peregrinos desde 1641

Em 1932 a Custódia da Terra Santa comprou o terreno denominado “Qasr al-Yahud”, que era um lugar visitado por peregrinos desde 1641.
Alguns anos depois, os franciscanos construíram um convento com uma pequena igreja chamada São João Batista que, então, foi confiada aos frades de Jericó.

Apesar disso, em 1967 durante a guerra denominada “dos seis dias”, os franciscanos tiveram que fugir do local e perderam aquele lugar de oração.

Pouco depois, o terreno estava ainda totalmente minado e foi proibida a entrada de peregrinos e turistas, uma vez que a área passou a ser considerada como uma zona militar.
Com a visita do Papa João Paulo II à Terra Santa, no ano 2000, durante o Jubileu, foi permitido um breve acesso para peregrinação, porém, o acesso foi novamente proibido depois da denominada “segunda intifada”.

Foram deixados buracos de bala nas paredes e colunas da igreja que relembram feridas e cicatrizes da guerra e servem de advertência aos peregrinos

Depois de uma demorada operação caça minas, por toda a zona foram desativadas mais de quatro mil minas. Há três meses os franciscanos receberam novamente o convento.
Frei Patton explicou que “foram deixados buracos de bala visíveis nas paredes e colunas da igreja para comemorar as feridas e cicatrizes da guerra, que devem ser uma advertência para os peregrinos e sobre todo para as gerações futuras: não se esqueçam disso para não cair nos mesmos erros.
O que ontem foi um campo de batalha, agora se converteu em um campo de paz e oração”.

Núncio Apostólico, membros do Corpo Diplomático, frades Franciscanos estiveram presentes na Missa celebrada pelo Custódio da Terra Santa

Foi dentro destas circunstâncias históricas e atuais que, depois de mais de 50 anos, no domingo, 10 de janeiro de 2021, naquele local multissecular e carregado de história, que uma pequena delegação celebrou a Festa do Batismo do Senhor.

Por causa das disposições exigidas pela emergência sanitária da pandemia, cerca de 50 pessoas participaram do ato.
A celebração Eucarística foi presidida pelo Custodio da Terra Santa, Frei Francesco Patton OFM, que foi acompanhado, entre outros, pelo Núncio Apostólico em Jerusalém, Dom Leopoldo Girelli.
Com os frades franciscanos, participaram também da Santa Missa alguns membros do Corpo Diplomático. (JSG)

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