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Missionário brasileiro relata destruição após ataque terrorista em Moçambique

Só um ódio de fundo religioso, um ódio metafísico, “Cristofóbico”, poderia levar a tantas e tão constantes e seletivas ações destruidoras.

 Só um ódio de fundo religioso, um ódio metafísico, "Cristofóbico", poderia levar a tantas e tão constantes e seletivas ações destruidoras.

Redação (26/11/2020, 15:00, Gaudium Press) A missão de Nangologo, no distrito de Muidumbe, é a segunda mais antiga da Diocese de Pemba.

No dia 30 de outubro a missão foi atacada por terroristas que permaneceram no local até 19 de novembro. Este foi o segundo ataque sofrido pelos missionários que também foram alvo dos terroristas em abril deste ano.

Missionário brasileiro que presenciou ataques à missão católica de Nangologo, relata como foi a destruição

O missionário brasileiro Padre Edegard Silva que presenciou esse ataque de grupos armados à missão católica de Nangologo, em Moçambique, relatou como foi a destruição que testemunhou.

Por telefone, Padre Edegard, que é missionário saletino, afirmou que este último ataque foi “de uma proporção muito maior do que o de abril”.
Segundo o missionário, tudo foi destruído.

“Para se ter uma ideia, –disse ele- como eu saí rápido de lá, tudo [o que era] meu de três anos, coisas que eu trouxe da minha história de 34 anos de padre, foi tudo, tudo destruído. Tudo virou cinza. Todos os livros da secretaria, livro de batismo, de casamento, de crisma, livros de [uma] história de 100 anos da paróquia, foi tudo destruído. Tudo. Eles foram muito violentos desta vez…”.

 Só um ódio de fundo religioso, um ódio metafísico, "Cristofóbico", poderia levar a tantas e tão constantes e seletivas ações destruidoras.

De uma hora para outra tudo foi queimado: “… fiquei em estado de choque, chorei muito”

Em uma mensagem anterior, o missionário contou que, após a chegada dos terroristas, a população fugiu para o mato: “Nós nos refugiamos em Pemba”.

Após a saída dos terroristas, alguns moradores e dirigentes, “mesmo correndo perigo, foram até a Aldeia de Muambula e, com muita dificuldade conseguiram comunicar-se com Pemba e fazer um relato da destruição”.

Padre Edegard contou com tristeza que, na missão católica de Nangologo, “está tudo destruído: …a casa onde residíamos transformou-se em cinzas; …todos os equipamentos foram queimados”.

“A Igreja onde ficava a sede da Paróquia está destruída; …a sala da rádio comunitária foi queimada. A casa das irmãs foi destruída…”.

Aconteceram massacres: pelos caminhos, foram encontrando muitos corpos já em decomposição, decapitados…

Para sacerdote missionário, estas destruições e assassinatos lhe fazem lembrar um verdadeiro “massacre”.
“Aconteceram massacres: pelos caminhos, estão encontrando muitos corpos já em decomposição. As ações dos terroristas são violentas, muitas pessoas foram decapitadas, casas queimadas e derrubadas…”, lamentou o sacerdote brasileiro.

 Só um ódio de fundo religioso, um ódio metafísico, "Cristofóbico", poderia levar a tantas e tão constantes e seletivas ações destruidoras.

Quais razões estariam por detrás dos ataques terroristas a missões católicas?

Em eu telefonema, o Pe. Edegard falou de motivos e “razões” que estariam por trás de toda essa violência.
Embora possam existir motivos econômicos e políticos por trás de cada ação de destruição, não se pode negar que motivos religiosos fundamentem para os terroristas suas ações destruidoras.

Só um ódio de fundo religioso, um ódio metafísico, “cristofóbico”, poderia levar a tantas e tão constantes e seletivas ações destruidoras.
“Destruíram uma cruz histórica para o povo, destruíram o pequeno santuário com a imagem de Nossa Senhora de Fátima… dá para parecer que estão mesmo fazendo isso como uma ofensa para os cristãos”, destacou o missionário.

Um balanço sumário de uma grande ofensiva

Atualmente estima-se que 500 mil pessoas estejam deslocadas em Cabo Delgado em consequência dos ataques de grupos terroristas armados que, geralmente, reivindicam pertencer ao Estado Islâmico.

Além disso, calcula-se que mais de 2 mil pessoas tenham sido assassinadas durante as ações desses grupos. (JSG)

 

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