A Eutanásia, o auxílio ao suicídio são sinais de retrocesso na civilização
Legalizar a eutanásia ou o suicídio assistido “implica iniciar um caminho de desvalorização da proteção da vida humana”: “Propõe-se acabar com a vida de uma pessoa como única solução para seu sofrimento”.
Madri – Espanha, (09/10/2020, 15:50, Gaudium Press) O Comitê de Bioética da Espanha (CBE), vinculado ao Governo, rejeitou por unanimidade os fundamentos da lei sobre a eutanásia e o suicídio assistido apresentada pelo Executivo de Sánchez no Congresso dos Deputados.
Em seu relatório ao Executivo, o CBE adverte que a proposta de lei oriunda do Governo não é válida desde o ponto de vista ético, uma vez que “reconhece a morte como um direito que pode ser incorporado ao catálogo de benefícios da Saúde Pública”.
“Há sólidas razões de saúde, éticas, jurídicas, econômicas e sociais para rejeitar a transformação da eutanásia em direito subjetivo e benefício público”, assegura o informe do CBE.
Propõe-se acabar com a vida de uma pessoa como única solução para sua situação de sofrimento
Todos os membros asseguram que legalizar a eutanásia ou o suicídio assistido “implica iniciar um caminho de desvalorização da proteção da vida humana cujas fronteiras são muito difíceis de prever, como nos mostra a experiência entorno de nós”, afirmam.
O Comitê de Bioética da Espanha adverte que legalizar a eutanásia como um direito “pode afetar o futuro das pessoas mais vulneráveis”. Eles afirmam que a compaixão deve estar acompanhada de responsabilidade e prudência, além do “dever de não abandono e solidariedade” e temem que a eutanásia se torne uma prática que fica nas mãos do Estado.
O documento do CBE é muito crítico e reclama que o Governo trouxe uma lei ao Congresso sem ter previamente universalizado os tratamentos e apoios sociais de que necessitam os doentes crônicos e em situação terminal:
“Propõe-se acabar com a vida de uma pessoa como única solução para sua situação de sofrimento”, destacam.
Nem a eutanásia nem o suicídio assistido são sinais de progresso, mas sim um retrocesso da civilização
Por isso, também incentivam os cuidados paliativos e rejeitam que a eutanásia possa ser vista como uma “conquista progressiva”.
“Nem a eutanásia nem o suicídio assistido são sinais de progresso, mas sim um retrocesso da civilização. Em um contexto em que o valor da vida humana é frequentemente condicionado por critérios de utilidade social, interesse econômico, responsabilidades familiares e encargos ou gastos públicos, a legalização da morte prematura acrescentaria um novo conjunto de problemas ”, concluem.
O CBE tem, entre outras funções, a responsabilidade de emitir relatórios sobre assuntos com implicações bioéticas relevantes. Mas, os relatórios não são vinculativos. (JSG)
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