Nossa Senhora só aparece para meninas analfabetas?

Os céticos afirmam que os videntes da Virgem são crianças analfabetas, depois perguntam: Por que a Virgem não aparece para pessoas cultas e letradas?

Redação (13/08/2020, 14:00  Gaudium Press) Com frequência ouve-se dos céticos, dos que não acreditam nas manifestações de Nossa Senhora, a afirmação de que os videntes são quase sempre crianças analfabetas ou quase analfabetas.
E logo os mesmos céticos perguntam: Por que a Virgem não aparece para as pessoas cultas e letradas?

As mais famosas aparições da Virgem acontecidas na época moderna podem dar essa impressão aos incrédulos.

Com efeito, primeiro houve a aparição no século 19 aos pastores semianalfabetos Melania e Maximino, em La Salette; depois foi a vez Nossa Senhora aparecer a Bernadette, em Lourdes, uma pstora que mal sabia ler.
No início do século XX foi a vez de três pastorzinhos iletrados terem uma visão de Nossa Senhora, em Fátima.

Essas foram as aparições mais famosas e conhecidas, dos últimos tempos, mas houve também outras que deram origem a ermidas ou devoções localizadas e, também nestas, os agraciados costumavam ser pastores ou pastoras.

Mas, os céticos e incrédulos precisam cuidar-se ao fazer afirmações, pois, como é sabido, as aparências das estatísticas também podem induzir a enganos.

Eles são Santos, tinham cultura e foram videntes

Se, sem preconceitos, percorrermos as páginas da história vamos encontrar personagens cultos, bem alfabetizados, de posição social elevada que tiveram visões ou receberam revelações e mensagens da Santíssima Virgem que transformaram suas vidas, frutificando-se em obras eficazes e duradouras.

Videntes que os céticos não conhecem ou procuram esquecer

Muitos videntes fogem da regra que os incrédulos estabeleceram. Não se sabe esses céticos não conhecem ou se procuram ignorar e fazer serem esquecidos esses favorecidos com visões ou revelações celestes.

É o caso, por exemplo, do comerciante barcelonês São Pedro Nolasco, que viu a Virgem no século XIII e fundou os Mercedários.

Ou de Santa Catarina de Bolonha, criada em uma família de advogados, que viu a Virgem (com o Menino Jesus) no século XV.

Será que eles ouviram falar de São Pedro Canísio, Santo Estanislau de Kostka e São Felipe Neri que são três exemplos de pessoas oriundas de famílias nobres do século XVI e que tiveram visões da Virgem Maria?

Conhecem São Paulo da Cruz, que fundou os Passionistas no século XVII e que também era de família nobre e a quem a Virgem apareceu aos 16 anos e o confirmou em sua vocação religiosa?

A maioria dos videntes são meninas analfabetas ou adultos esclarecidos?

Vittorio Messori foi um estudioso dessa matéria que publicou o livro “Hipótese sobre Maria”.

Ele diz: “Acontece que os videntes se dividem, quase exatamente, entre homens e mulheres, que os adultos são mais numerosos até do que crianças ou adolescentes, que não há classes sociais que pareçam privilegiadas, pelo menos exclusivamente.

Ou seja, junto com os servos são os aristocratas, junto com os camponeses, a burguesia. Embora os pobres, no sentido material, sempre constituam o grupo maior. ”

Messori extrai esses dados de um estudo de Bessutti, consciencioso, mas focado apenas na Itália e seus santuários.
(Essas informações estão em G. Besutti, Saggio di ricerca sull´origine dei santuari mariani na Itália, De Cultu Mariano Sæculis VI-XI, vol. V, p. 290; apud Yves Chiron, Enquête sur les apparitions de la Vierge, Ed. Perrin-Mame, p. 37).

Os casos do segundo milênio não fogem à regra

Existe um outro estudo sobre esta temática que se concentra mais nas  experiências marianas de toda a Europa reunindo 100 casos de aparições durante o segundo milênio.

O autor do estudo publicado em 1983 é Michael P. Carroll e ele chega a conclusões semelhantes.

Ele diz que há mais beneficiários do sexo masculino nas visões (58%) do que mulheres (42%); e mais adultos do que jovens (62% tinham mais de 18 anos).

Além disso, o estudo confirma que se as aparições ocorrem em territórios de missão, quando os católicos são minoria, os videntes são quase sempre homens adultos.

Ele também não acha que seus traços sociais são homogêneos.

(Estas afirmações estão em: Michael P. Carroll, Visões da Virgem Maria: o efeito das estruturas familiares sobre as aparições marianas, Journal for the Scientific Studies of Religion, 1983, pp. 208-212; apud Yves Chiron, Enquête sur les apparitions de la Vierge, p. 37).

 

(Fonte https://www.religionenlibertad.com/ciencia_y_fe/38700/la-virgen-solo-se-aparece-a-ninas-analfabetas-al-menos-2.html)